Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje - Renzo Gostoli
Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (DDH) ficou com quase 80% do que foi arrecadado em campanha para a família do pedreiro.
Viúva e cinco dos seis filhos moram em uma casa de dois quartos que precisa de reformas.
“O socialismo dura até acabar o dinheiro dos
outros”
Margaret Thatcher não estava errada
ONG no Brasil significa ORGANIZAÇÃO NACIONAL DA
GAMBELAGEM ou ONDE NUNCA HÁ GRANA.
Desde julho do ano passado, o pedreiro Amarildo Dias de Souza é o símbolo máximo da luta contra a ação de maus policiais no Rio de Janeiro. O "Cadê o Amarildo?" foi usado tanto para cobrar providências como para embalar a série de manifestações contra o governador Sérgio Cabral. O corpo do homem de 43 anos que, para o Ministério Público, foi torturado e morto por PMs de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), nunca foi encontrado.
A família do pedreiro passou a viver, depois de seu desaparecimento, num quadro agravado da pobreza na qual já se encontrava. Uma bem intencionada campanha conclamou artistas, intelectuais e doadores a contribuir com a viúva e os seis filhos do pedreiro. O “Somos Todos Amarildo” deu resultado. Comandado pela empresária e produtora Paula Lavigne, o projeto arrecadou 310.000 reais em dois eventos: um leilão de arte e objetos de famosos e um show no Circo Voador, com participação de Caetano Veloso e Marisa Monte. A família do pedreiro, no entanto, ficou com a menor parte: com a compra de uma casa e de mobília, foram gastos, respectivamente, 50.000 e 10.000 reais. O restante do dinheiro – 250.000 reais – ficou com o Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (DDH), ONG que se tornou notória por defender black blocs e tem, entre seus diretores, um assessor do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o advogado Thiago de Souza Melo.
Um dos organizadores do evento, que pede para não ser identificado, afirmou ao site de VEJA que, desde o início, a família sabia que não ficaria com o montante total do dinheiro – apesar de o uso do nome do pedreiro dar a entender que o valor seria destinado a ela. Mas foi informada, na ocasião, que ficaria com metade – o que, nos valores de fato arrecadados, corresponderia a 155.000 reais. “Soubemos na época que ficaríamos com metade. Como recebemos 60.000, eu pensava que o total era de 120.000”, diz Anderson Dias, de 21 anos, o primogênito, que administra, com a mãe, Elizabeth, as contas da família.
Moram na casa, além dos dois, os filhos Amarildo, de 18 anos; Beatriz, 13; Alisson, 10; e Milena, 6. Todos em uma casa de dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Só um dos filhos de Amarildo – Emerson, de 20 anos – não vive no imóvel. A área de serviço – que não tem janela – está sendo adaptada para servir como dormitório. Segundo Anderson, a casa que a família recebeu é uma construção antiga, com defeitos na rede elétrica e na parte hidráulica. Devido aos problemas encontrados, os filhos procuraram o advogado João Tancredo, presidente do DDH, para saber sobre a possibilidade de uma reforma. “Fiz um orçamento no valor de 45.000 reais. Mas Tancredo me disse que não tinha mais dinheiro", afirma.
Os 10.000 reais que a família recebeu para comprar os móveis para a casa também não foram suficientes. Elizabeth não conseguiu comprar mesa, cadeiras e fogão. "Fiz uma lista com o que era indispensável, mas tive que cortar muita coisa. Não deu nem para comprar o fogão. Pedi a minha cunhada para usar o cartão dela e vou pagando aos poucos", conta Elizabeth. "Não tive coragem de pedir mais dinheiro, porque achei que a outra parte seria destinada a outras pessoas pobres. Mas vou conversar sobre isso com o advogado".
O presidente do DDH afirma que o acordo previa o repasse para a entidade de aproximadamente 250.000 reais obtidos com o leilão e o show. "Inicialmente, o projeto se resumiria a arrecadar fundos para a aquisição de uma casa em condições adequadas para a família de Amarildo. Mas logo se viu que seu desaparecimento não era um caso isolado", explicou Tancredo, por e-mail, ao site de VEJA. Segundo ele, os recursos serão aplicados em um “projeto ainda indefinido”.
As opções aventadas pela ONG envolvem o custeio de uma pesquisa para traçar o perfil dos desaparecidos, um serviço de atendimento de familiares de desaparecidos, o acompanhamento jurídico de casos do tipo ou a formação de uma rede para debater o tema. É dificil acreditar que quem contribuiu com o “Somos Todos Amarildo” desejava que seu dinheiro tivesse esse destino incerto. O cheiro de oportunismo é fortíssimo.
A decisão sobre o uso dos recursos — dizem os responsáveis pelo DDH — deve sair a partir do segundo trimestre do ano, quando será formado um comitê de "notáveis e pesquisadores".
O DDH ficou conhecido nacionalmente depois da morte do cinegrafista Santiago Andrade. A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, ofereceu assistência jurídica a um dos acusados pelo crime, o tatuador Fábio Raposo Barbosa – conhecido como “Fox”. Como Sininho citava o nome de Marcelo Freixo, acabou envolvendo o deputado na confusão. O instituto, que tem atuado em favor de manifestantes detidos pela polícia durante protestos no Rio de Janeiro, chegou a defender Raposo em outubro, antes do episódio que tirou a vida do funcionário da TV Bandeirantes.
Elizabeth Gomes da Silva, viúva de Amarildo, mostra a casa onde a família mora hoje - Renzo Gostoli
Filho do pedreiro Amarildo, na nova casa da família, na Rocinha - Renzo Gostoli
Filho do pedreiro Amarildo, na nova casa da família, na Rocinha - Renzo Gostoli
Parentes e amigos de Amarildo de Souza, fazem protesto na Rocinha, no Rio - Fernando Frazão/ABr
O pedreiro Amarildo - Reprodução
Parentes e amigos de Amarildo de Souza refazem o trajeto onde o ajudante de pedreiro foi visto pela última vez, quando foi levado por policiais militares para a UPP da Rocinha, no Rio - Fernando Frazão/ABr
Parentes e amigos de Amarildo de Souza, fazem protesto na Rocinha, no Rio - Fernando Frazão/ABr
Parentes e amigos de Amarildo de Souza fazem um enterro simbólico em protesto na Rocinha, no Rio - Fernando Frazão/ABr
A Anistia Internacional promove na comunidade da Rocinha, um ato de solidariedade à família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no Rio - Tânia Rêgo/ABr
A Anistia Internacional promove na comunidade da Rocinha, um ato de solidariedade à família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no Rio - Tânia Rêgo/ABr
Protesto contra o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza no Rio de Janeiro - AFP
Caso Amarildo: Família do pedreiro da Rocinha pede justiça em camisetas com o rosto dele - Ana Branco/Agência O Globo
Manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude, em 26/07/2013 - Gabriela Batista
Manifestantes fazem passeata em São Paulo contra desaparecimento de pedreiro Amarildo de Souza - Miguel Schincariol/AFP
Elizabeth, viúva de Amarildo, acompanha julgamento de PMs acusados de matar pedreiro - João Laet/Agência O Dia
Manifestantes fazem passeata em São Paulo contra desaparecimento de pedreiro Amarildo de Souza - Neslon Almeida/AFP
Polícia Civil continua buscas pelo corpo de Amarildo na Rocinha - Alexandre Brum/Agência O Dia
Marcha das Vadias organizado pela Associação de Mulheres Brasileiras (AMB), em protesto contra a opressão e controle da sexualidade das mulheres - Gabriela Batista
Novo depoimento levou bombeiros e Polícia Civil a fazer novas buscas pelo corpo de Amarildo na Rocinha - André Luiz Mello/Agência O Dia
Uma viatura do Bope sobre a favela da Rocinha na noite do desaparecimento do pedreiro Amarildo: presença da tropa foi omitida nos depoimentos de acusados - Reprodução
Rio: reconstituição do caso Amarildo, na favela da Rocinha - Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Rio: protesto da Rocinha a Ipanema lembrou o desaparecimento do pedreiro Amarildo - Pedro Kirilos/Agência O Globo
Câmera de vigilância na Rocinha mostra Amarildo (em destaque) sendo levado de casa por policiais da UPP - Reprodução/TV
Manifestantes fecham os dois sentidos do túnel Zuzú Angel na Rocinha para protestar contra o desaparecimento de Amarildo - Marcelo Piu / Agência O Globo
Voltei
Fatos e considerações que podem colaborar para você formar um juízo a respeito do assunto.
1: O tal DDH, que ficou com 69% da grana, é comandado por dois assessores do deputado Marcelo Freixo e atua em “causas” abraçadas pelo PSOL;
2: Freixo, claro!, diz não ter interferência nenhuma no DDH. João Tancredo, presidente da ONG, doou nada menos de R$ 260 mil para a campanha do deputado à Prefeitura, em 2012: R$ 200 mil como pessoa física e R$ 60 mil em nome de sua empresa — um escritório de advocacia. Coerente e eticamente, como é de seu feitio, o PSOL está em campanha contra a doação de empresas. Entendo.
3: O dinheiro arrecadado pela campanha, como se nota, permitiria que se comprasse uma casa melhorzinha para a família de Amarildo. Bobagem! Para pobre, está bom demais, não é mesmo? O socialismo, afinal, tem prioridades mais ambiciosas.
4: Espetacular a resposta do tal advogado. Os R$ 250 mil serão usados em projetos “ainda indefinidos”. Ah, bom! O que é um projeto indefinido quando confrontado com as necessidades da família de Amarildo?
5: No fim da contas, havia muita gente nessa história que não estava dando a menor pelota para Amarildo. Ele era apenas um pretexto. E, como se percebe, virou também uma boa fonte de arrecadação de recursos.
6: É a cara dos comunas fazer um troço como esse. As pessoas que se danem! O que interessa é a “causa”.
7: Noto, finalmente, que nada disso me surpreende. Mas, mesmo assim, é moralmente chocante. Ademais, a corretagem, se assim se pode chamar, do DDH é uma das mais altas do mercado, não é? 69%!!! Escandaliza o regime capitalista! Isso costuma ser taxa de agiota.
8: Cadê o dinheiro do Amarildo?
9: Os que doaram têm todo o direito, acho eu, de exigir seu dinheiro de volta. A Justiça teria de decidir se é estelionato. O mecanismo é rigorosamente o mesmo.
O advogado João Tancredo preside o DDH e doou R$ 260 mil para a…
.
…campanha de Marcelo Freixo, aquele que nunca tem nada com isso
Texto originalmente publicado às 18h50 deste sábado.
Por Reinaldo Azevedo
O pedreiro que virou mártir das manifestações
Enquanto o governador
Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes eram linchados pela opinião pública no
Rio de Janeiro, surgiu como mártir dos protestos de rua iniciados em junho a
figura de um homem negro cujo nome foi repetido à exaustão nas manifestações.
“Cadê Amarildo?”, cobravam os manifestantes.
O caso, que resultou na denúncia
de 25 PMs, tornou-se um dos maiores problemas do ano para o secretário de
Segurança, José Mariano Beltrame. Amarildo, segundo o Ministério Público, foi
capturado por ordem do major Edson Santos. A captura seria, inicialmente, para
forçar o pedreiro – também chamado de Boi – a informar o paradeiro de armas e
drogas dos traficantes. Entrou em cena, então, a velha prática da polícia no
Brasil, de obter confissões e relatos por meio de tortura.
Um grupo de
policiais começou a “trabalhar a testemunha” – ou seja, torturar o pedreiro.
Amarildo foi visto pela última vez no dia 14 de julho, e as câmeras que
deveriam registrar a movimentação no entorno da Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) apresentaram, coincidentemente, um defeito naquele dia, impedindo a
gravação dos detalhes da captura e o transporte do pedreiro.
A prisão dos acusados
A situação dos PMs acusados de matar Amarildo se
tornou insustentável em 4 de outubro. Com base no inquérito concluído pela
Polícia Civil, o Tribunal de Justiça do Rio decretou
a prisão preventiva de dez policiais acusados de matar o pedreiro.
Começavam, então, o confronto de versões e as contradições que expuseram a
tentativa de despistar a investigação.
Farsa descoberta
Para despistar as
investigações, um grupo de policiais militares, comandados pelo major Edson
Santos, tentou plantar uma versão fantasiosa, segundo a qual Amarildo teria
sido eliminado pelo tráfico de drogas. Os PMs chegaram a produzir um
telefonema, sabendo que seriam gravados, no qual um traficante dizia ter
“eliminado” o “Boi” (apelido de Amarildo). O Ministério Público descobriu que
houve intimidação de testemunhas, combinação de versões para depoimentos e até
pagamento de transporte para que testemunhas importantes não contassem o que
sabiam à polícia. O site de VEJA revelou os detalhes da farsa
montada pelos PMs acusados do crime.
Denunciados
Depois de três meses de investigações, o MP
denunciou 25 dos 29 policiais militares que estavam em serviço na noite do
desaparecimento, incluindo o major Edson Santos, então comandante da UPP e
apontado como articulador do crime e da farsa montada para tentar culpar
traficantes da favela. Em entrevista ao site de VEJA, a promotora
Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial contra o
Crime Organizado (Gaeco), afirmou que “todos estavam mancomunados”. “Todos
sabiam que ele seria torturado”, disse Carmem. Para o MP, pelo menos 13 dos
policiais participaram diretamente das torturas.
Retratação da PM
No dia 6 de novembro, o coordenador das
UPPs, coronel
Frederico Caldas, pediu desculpas aos moradores da Rocinha pelo que ocorreu
com o pedreiro Amarildo de Souza - torturado até a morte depois de ser
capturado por agentes da UPP da Rocinha na noite de 14 de julho. "Foi um
absurdo. Inaceitável. O que temos aqui é que pedir desculpas à família e à
comunidade", declarou, na cerimônia de lançamento da cartilha Cidadão
com Segurança.
E o final dessa estória
do "cadê o dinheiro" do Amarildo, vai ficar nisso mesmo? Ninguém vai
tomar nenhuma providência contra essa aberração chamada "DIREITOS HUMANOS?
Que eles defendem bandido isso todo mundo já sabe.
Agora, que eles
usufruíam de dinheiro arrecadado em campanhas, isso também não é novidade.
Se
usaram o nome de Amarildo para conseguirem o dinheiro, então que entreguem todo
o valor a família de Amarildo.
Chega de políticos
corruptos, estelionatários, malandros, picaretas, etc.. País de desonestos.
E ainda tenho que
escutar gente querendo me convencer que o DDH precisa existir para defender os
menos favorecidos. Neste caso quem menos viu o dinheiro é quem realmente
precisa. Que corja de malandros vagabundos que se infiltram para ROUBAR os de
boa fé.
Essa história de
Amarildo ficou mal contada. Por que um monte de policiais, até graduados, se
envolveram nessa trama que culminou com a sua morte?
Essa ONG Instituto de
defesa (de bandidos) ficou a maior parte da renda que deveria ser da família do
pedreiro. Será que recebeu instruções do Programa "Mais Médicos" que
trouxe os cubanos recebendo salários bem abaixo dos outros colegas. A maior
parte fica com os irmãos Castro... Deve ser ação entre amigos socialistas...
Comunistas e afins adoram discursos de ações sociais, mas amam engordar suas
contas bancárias... Antes eles roubavam bancos, cargas e faziam sequestros,
agora continuam estão roubando os pobres, e logo irão roubar galinhas para os
caldos e recheios de pizza!!!
Viva o Brasil!!!
Pergunta pros artistas
esquerdinhas que fizeram tanto barulho.
Aí teríamos muitos
Amarildos secretos, anônimos e desconhecidos e tudo ficaria no País das
Maravilhas como vivemos há alguns anos atrás quando éramos enganados e não
sabíamos Aproveitadores, sim. Usaram a família, o nome, a ocasião e o que
fizeram?
Demonstraram pouco
caso, oferecendo uma miséria diante da arrecadação. Deveria ser investigado a
fundo e por obrigação, entregar o dinheiro, no mínimo, 80% do arrecadado para a
família.
Eu não acredito muito
que o valor arrecadado tenha sido o declarado. Disse muito bem "o cheiro
de oportunismo é fortíssimo". Esse país está mesmo perdido. Com esse bando
encastelado em partidos de esquerda, somente nova revolução para resolver –
Intervenção Já!