quinta-feira, 12 de abril de 2012


ALUNOS ENVOLVIDOS EM TROTE PODEM SER EXPULSOS DA USP RIBEIRÃO PRETO

RIBEIRÃO PRETO - A Faculdade de Direito da USP em Ribeirão Preto viveu um dia movimentado nesta terça-feira, 10. Desde o início da manhã, estudantes organizaram debates sobre as denúncias de que calouros estão sendo humilhados por veteranos. As reclamações vieram a público ontem, após a divulgação de uma nota de repúdio aos trotes dos quais alguns alunos se dizem vítimas.

O diretor da faculdade, Ignácio Maria Poveda Velasco, disse, em entrevista coletiva, que a USP está investigando o caso e que os alunos envolvidos podem ser punidos com penas que vão de advertência a expulsão. 'Queremos que todos os alunos se sintam bem no ambiente de ensino e não que sejam coagidos', afirmou. Para ele, o fato de os calouros não aceitarem certas situações e denunciarem já é um bom sinal para acabar com a prática do trote humilhante.




Segundo o diretor, a apuração não tem data para terminar, mas as pessoas que forem identificadas serão chamadas para depor. Poveda disse que só soube das humilhações nesta semana. A denúncia dos calouros foi tema de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça (leia mais abaixo).

Poveda argumentou, porém, que os problemas relatados teriam ocorrido numa festa fora da instituição, mas prometeu que tudo será apurado. 'Se aconteceu o que dizem é algo inaceitável, que fere a dignidade humana. Não podemos aceitar a violência e a discriminação.' Segundo ele, é 'inadmissível' que futuros advogados, promotores ou juízes se comportem dessa maneira.

Os professores também serão convidados a discutir o assunto em sala de aula e o centro acadêmico prometeu intensificar o debate sobre os trotes. A estudante Thaís Fioruci D'antonio, vice-presidente do DA, diz que os problemas pontuais já foram resolvidos entre as partes e que na faculdade não ocorrem trotes violentos.

Aluna do 1.º ano, Érica Meireles Oliveira diz não ter sofrido humilhação dos veteranos, apesar de estar usando uma faixa na cabeça que denuncia sua situação de caloura. Ela defendeu o debate mais amplo entre todos os estudantes para evitar que seus colegas de curso se sintam coagidos ou humilhados pelos mais velhos. 'Acho que o ideal é ampliar a discussão para evitar que alguns se sintam mal com essa situação.'

Histórico

Conforme noticiado pelo Estado, o comunicado elaborado pelos novatos recebeu o apoio de dezenas de alunos e professores, além de entidades estudantis de várias partes do Estado e de grupos de defesa das mulheres. De acordo com a nota, os veteranos praticam atos discriminatórios e violentos.
Em um deles calouras são obrigadas a participar do rito denominado 'Bixete pega o disquete', onde desfilariam diante de todos os alunos da faculdade, abaixando-se no final do percurso com o fim de exibir seus corpos.
Em outra conhecida modalidade de trote, denominada juramento, as mulheres têm de se autoproclamar: 'Eu, bixete, vagabunda...', e seguir prometendo que permanecerão 'belas e exclusivas aos veteranos' do curso.




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Em meio a revoltas, estes guardas não se mexem
Por Suzanne Daley, The New York Times News Service/Syndicate
Em meio a revoltas, estes guardas não se mexem
Atenas, Grécia _ Não é fácil ser um membro da Guarda Presidencial da Grécia, os soldados que, usando impecáveis uniformes, ficam imóveis no Túmulo do Soldado Desconhecido. Pés congelados, sobrancelhas suadas e a curiosidade das crianças _ que cutucam e chutam os guardas para conferir se eles estão realmente vivos _ são apenas alguns dos perigos.
Ultimamente, porém, as coisas ficaram bem mais complicadas.
O túmulo fica bem em frente ao Parlamento, na Praça Sintagma _ ponto central das muitas revoltas que surgiram desde que a Grécia começou a impor medidas de austeridade.
Ao longo do último ano, manifestantes enfrentaram diversas vezes os policiais de choque, muitas vezes a alguns metros dos guardas _ que só podem se mover uma vez a cada 30 minutos, e apenas para realizar alguns passos cerimoniais. Até mesmo os guardas do Palácio de Buckingham se movem mais do que isso, fazendo pausas a cada 10 minutos.
Às vezes, os soldados daqui conseguem prosseguir com sua rotina durante os confrontos, levantando seus tamancos pretos com pompons a cada meia hora e oferecendo uma estranha cena de normalidade _ logo atrás das rebeliões e da fileira de policiais da tropa de choque, vestidos de preto e empunhando cassetetes.
Em alguns dias, porém, o arremesso de pedras foi um pouco exagerado, e os soldados _ um em cada lado do túmulo, que homenageia soldados que tombaram em guerras antigas _ se afastaram. O tenente-coronel Petros Miliopoulos, oficial encarregado do batalhão, vem guardando uma pilha de recortes de jornal, muitos com fotografias na primeira página dos guardas cercados pelo caos.
Members of Greece's Presidential Guard returns to camp after completing his duty in Athens, March 7, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
A specialized shoemaker makes the traditional Greek shoes worn by members of Greece's Presidential Guard, in Athens, March 7, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
Em outubro, manifestantes chegaram a atear fogo numa das guaritas dos guardas ao lado do túmulo.
Mas alguns dos guardas, como o recruta George Matellas, de 24 anos, que já passou 135 horas parado em pé (os homens mantêm uma contagem cuidadosa), dizem que os agitadores parecem sair de seu caminho para não os incomodar _ talvez valorizando a longa tradição do serviço militar grego que eles representam.
"Quando estamos marchando de volta aos alojamentos, eles abrem caminho para nós", explicou Matellas. "A maioria da multidão nos apoia, o que é uma boa sensação."
O gás lacrimogêneo é um dos grandes problemas. Os policiais de choque usam máscaras de gás. Mas os guardas presidenciais usam uniformes com túnicas e saiotes que remontam ao século XIX. Foi realizada uma pequena concessão quanto a medicamentos modernos, o que geralmente não é o bastante para protegê-los.
"Nós lhes damos colírio", afirmou Miliopoulos. "Isso ajuda um pouco."
Na Grécia, todos os homens jovens devem cumprir de nove a 12 meses de serviço militar, e os membros da Guarda Presidencial são escolhidos entre os recrutas. A aparência é importante. Os soldados precisam ter pouco mais de 1,80 metro de altura e estar em forma.
Segundo Miliopoulos, um recruta deve também possuir um forte senso de patriotismo. É isso que sustenta os soldados num clima por vezes brutal. No verão, o calor pode ultrapassar os 40 graus _ e eles continuam usando duas camadas de meias. No inverno, é comum a temperatura ficar abaixo de zero _ mas as luvas só aparecem quando se chega a 7 graus negativos.
A specialized shoemaker holds the traditional Greek shoe worn by members of Greece's Presidential Guard, in Athens, March 7, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
A member of Greece's Presidential Guard on duty outside the Tomb of the Unknown Soldier in Athens, Jan. 18, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
Mesmo em condições perfeitas já é difícil ficar de pé, parado, por uma hora, garantiu Miliopoulos. "Tente fazer isso", sugeriu ele. "Ficar sem se mover por 10 minutos já é difícil."
Mesmo assim, fazer parte da Guarda Presidencial é considerado uma honra _ e traz algumas vantagens. Para começar, o batalhão fica situado no meio de Atenas. Para muitos jovens soldados, isso é muito mais agradável do que ser enviado para alguma remota fronteira da Grécia com a Turquia, por exemplo.
Matellas contou que seu método para completar os turnos no túmulo era fixar a atenção num ponto e se concentrar. Mas disse também que, às vezes, os manifestantes eram uma distração bem-vinda. "Quando há algo acontecendo", explicou, "o tempo passa mais rápido".
Os guardas possuem diversos uniformes para escolher, dependendo do clima e da ocasião. A túnica de verão data da revolta contra o Império Otomano, em 1821. O uniforme naval vem de um levante na Macedônia Grega no início do século XX, quando a região ainda era ocupada pelos turcos.
Os soldados se vestem em duplas, ajustando cuidadosamente os trajes um do outro _ os dois saiotes de algodão, os casacos bordados, as ligas de couro, a franja azul e branca acima das saias, os ornamentos na panturrilha para o uniforme de gala.
Acertar em tudo é importante. Segundo Matellas, seu pior momento até agora foi quando ele realizava um de seus chutes altos e o pompom de seu tamanco saiu voando.
Members of Greece's Presidential Guard are checked for appearance before their duty in Athens, March 7, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
A member of Greece's Presidential Guard on duty in front of the Greek parliament building in Athens, Jan. 18, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
Na base dos guardas, profissionais habilidosos produzem os uniformes, tentando fazer cada item exatamente como ele era feito décadas atrás. "Aqui, as mudanças são muito, muito raras", afirmou Miliopoulos. "Elas só ocorrem quando há algum problema técnico que não conseguimos resolver."
As meias, por exemplo, eram produzidas num tipo de máquina que já não existe mais. Mas seria preciso uma lente de aumento para notar a diferença.
Cada uniforme de gala custa cerca de US$ 11.200. Os soldados não ficam com eles.
Os guardas treinam por cinco semanas, praticando a postura fixa com todo o peso dos uniformes e visitando locais históricos para reforçar o sentimento de sua cultura. Algumas das sessões de prática duram três horas, embora no túmulo os guardas trabalhem em turnos de uma hora.
"Depois de três horas", disse o recruta Papiotis Evangelos, de 24 anos (e 120 horas parado em pé), "uma hora não é nada".
Os soldados montam guarda no Túmulo do Soldado Desconhecido, em frente ao Palácio Presidencial _ e, aos domingos e feriados oficiais, hasteiam a bandeira sobre a Acrópole.
Mas na maior parte do tempo, segundo os próprios soldados, eles são apenas adereços para fotos de turistas.
"Entramos na internet e vemos fotos nossas o tempo todo", disse o recruta Theofannis Faitas, de 26 anos e 135 horas em pé. "Existem milhares de fotos nossas."
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
Members of Greece's Presidential Guard on duty outside the Tomb of the Unknown Soldier in Athens, March 8, 2012. In the past year, protesters have battled with the riot police over and over, often within yards of the guards, who can move only once every 30 minutes and then only to take a few rigid, slow ceremonial steps. (Angelos Tzortzinis/The New York Times)
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Por Benn Steil, The New York Times News Service/Syndicate

Barack Obama in Berlin

O presidente Barack Obama recentemente nomeou Jim Yong Kim, presidente da Faculdade Dartmouth, para ser o próximo presidente do Banco Mundial _ um privilégio concedido aos Estados Unidos desde a fundação do banco, em 1946. Um europeu, por sua vez, fica incumbido da direção do Fundo Monetário Internacional.

Na esteira da Segunda Guerra Mundial, tal repartição dos lugares de topo entre as grandes potências era inevitável. Mas como os Estados Unidos, país fundador e principal financiador das duas instituições, acabaram tomando o leme do Banco Mundial, e não do FMI, que era de importância muito maior para o seu governo?


U.S. Democratic presidential candidate Sen. Barack Obama, D-Ill., left, is welcomed by German Chancellor Angela Merkel in the chancellery in Berlin Thursday, July 24, 2008.


Na verdade, esse era o objetivo original de Harry Dexter White, principal representante do Ministério da Fazenda na conferência de Bretton Woods, de julho de 1944, onde as duas instituições foram criadas. O FMI era central para o que White planejava para o pós-guerra em termos de uma arquitetura financeira mundial dominada pelo dólar americano.

White relegou o chefe da delegação britânica, John Maynard Keynes, à comissão de criação do Banco Mundial especificamente para mantê-lo afastado do evento principal: a criação do FMI. White driblou tão magistralmente os britânicos que eles acabaram aderindo a um projeto centrado no dólar para o fundo, algo que eles achavam já ter bloqueado.

Em seguida, em 23 de janeiro de 1946, Harry S. Truman nomeou White para ser o primeiro diretor-executivo americano do FMI (tais diretores representam os principais países membros). Também havia uma grande expectativa de que Truman fosse nomear White para alto cargo de diretor-gerente do fundo.

Os problemas, porém, logo apareceram na forma de J. Edgar Hoover, diretor do FBI. White estava sob vigilância havia dois meses, suspeito de ser um espião soviético. Hoover preparou um relatório para o presidente, com base em informações fornecidas por trinta fontes, incluindo a espiã confessa Elizabeth Bentley, afirmando que White era "uma adição valiosa a uma organização secreta de espionagem soviética", colocando pessoas de alta consideração à inteligência soviética dentro do governo. Se o conhecimento de suas atividades se tornasse público, destacou Hoover, poderia pôr em risco a sobrevivência do fundo.

Indiferente, o Comitê do Senado sobre o Sistema Bancário e Moeda aprovou a nomeação de White em 5 de fevereiro, um dia após relatório de Hoover ser entregue.

O Secretário de Estado James F. Byrnes, tendo lido o relatório, queria que Truman retirasse a nomeação; o secretário do Tesouro, Fred Vinson, queria que White ficasse totalmente fora do governo. Truman, que não confiava em Hoover, mas sabia que tinha um grande problema político nas mãos, decidiu deixar White em quarentena, como diretor executivo americano do FMI, um cargo muito aquém do de diretor-gerente.

A nomeação de outro americano para ocupar uma posição superior à de White, no entanto, serviu como alerta. Por que o principal arquiteto do fundo teria sido preterido? Tal pergunta era evitada pela Casa Branca.

Em 5 de março, Vinson se reuniu com Keynes, então diretor britânico tanto do FMI quanto do Banco Mundial. Ele contou que Truman havia decidido não levar adiante o nome de White para ocupar o topo do FMI, apesar de ser alguém "ideal" para ele. Os Estados Unidos apoiariam, então, um americano para o Banco Mundial. Keynes ficou chocado.

Washington conseguiu o que queria, é claro, e um belga, Camille Gutt, tornou-se o primeiro diretor do FMI, enquanto um norte-americano, Eugene Meyer, tornou-se o primeiro diretor do Banco Mundial. Embora os Estados Unidos estivessem claramente em uma posição forte o suficiente para exigir o cargo do FMI após a saída de Gutt, em 1951, o fundo estava passando por um momento praticamente moribundo, tendo o seu papel suplantado pelo Plano Marshall, e os Estados Unidos estavam satisfeitos com o posto do Banco Mundial .

Quanto a White, ele renunciou ao FMI em 1947. No verão seguinte, Bentley e Whittaker Chambers o acusaram de espionar para os soviéticos, uma acusação que ele negou diante do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas em 13 de agosto, vindo a falecer de ataque cardíaco três dias depois.

Após a condenação de Alger Hiss por perjúrio em 1950, o deputado Richard M. Nixon revelou um memorando manuscrito de White, que recebera de Chambers, aparentemente mostrando que White havia transmitido informações confidenciais aos soviéticos. No entanto, tal culpa apenas seria atribuída em definitivo a ele após cabos de inteligência soviéticos serem revelados na década de 1990.

Em vez de tratar a presidência do Banco Mundial como um direito inato e sagrado dos americanos, devemos nos lembrar de que ela nunca foi nada mais do que um prêmio de consolação para um governo que tentou evitar um escândalo de espionagem.

(Benn Steil, diretor de economia internacional no Conselho de Relações Exteriores, é autor do livro "The Battle of Bretton Woods" _ "A Batalha de Bretton Woods" _, ainda inédito.)

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QUANDO UM ROUBO NÃO É UM ROUBO









Por Stuart P. Green, The New York Times News Service/Syndicate 

O Departamento de Justiça dos EUA está construindo seu caso contra o Megaupload, o popularíssimo site de compartilhamento de arquivos que foi indiciado, no começo deste ano, por diversos casos de violação de direitos autorais e crimes relacionados. Os servidores da empresa foram desligados, seus bens confiscados e altos funcionários detidos. E, como habitual em casos desse tipo, os promotores e seus aliados nas indústrias da música e do cinema tentaram evocar a linguagem do "furto" e "roubo" para enquadrar os processos _ e presumivelmente obter a superioridade moral.

Sejam quais forem os erros do Megaupload, porém, é pouco provável que o roubo esteja entre eles.
Desde seus primeiros dias, o crime de roubo sempre foi entendido como a apropriação indevida de coisas reais e tangíveis. Para que João "roube" de seu vizinho José, é necessário que ele pegue algo de valor de José _ e que este deixe de possuir esse objeto. Todos reconhecem, pelo menos intuitivamente, que o roubo constitui um jogo de soma nula: o que João ganha, José perde.

Contudo, quando João e José da era industrial começaram a inventar coisas menos tangíveis, como eletricidade, ações, títulos e licenças, as coisas ficaram mais complicadas. O que João pega, de certa forma José continua possuindo. E assim a lei se adaptou, por vezes de maneira inconsistente. Doutrinas  especializadas foram desenvolvidas para cobrir a apropriação indevida de serviços (como uma passagem de trem), semitangíveis (como o gás das luminárias de rua) e verdadeiramente intangíveis (como o fundo de comércio de uma empresa).

Na metade do século XX, os reformadores das leis criminais estavam tão incomodados com toda essa especialização que decidiram fazer algo a respeito.
Em 1962, o respeitado American Law Institute lançou o Código Penal Modelo, resultando no confuso estado das lei de roubo que temos hoje.
Numa ruptura radical de leis anteriores, o código definia "propriedade" como "qualquer coisa de valor". Dali em diante, já não importaria se a propriedade desviada era tangível ou intangível, bem móvel ou imóvel, mercadoria ou serviço. Todas essas coisas agora seriam tratadas uniformemente.

Em pouco tempo, o código formaria a lei criminal que praticamente todos os estudantes de direito dos EUA aprenderiam. E quando esses novos advogados fossem trabalhar no Capitólio, no Departamento de Justiça ou em outros lugares, eles teriam aquela visão de roubo na cabeça.
Então veio a tecnologia.
Com bens intangíveis como informações, patentes e materiais protegidos desempenhando um papel cada vez mais importante na economia, advogados e lobistas das indústrias do cinema e da música _ e seus aliados no Congresso e no Departamento de Justiça _ buscaram empurrar o conceito de roubo para além do princípio básico da soma nula. Mais cedo neste ano, por exemplo, eles propuseram duas importantes leis baseadas na noção de que download ilegal é roubo: a Lei de Proteção à Propriedade Intelectual (PIPA) e a Lei de Combate à Pirataria Online (SOPA).

A mesma estratégia retórica foi usada (com um sucesso levemente maior) pela indústria do cinema, em sua irritante campanha criada para persuadir os jovens de que o download ilegal é roubo. Aparecendo antes do conteúdo em inúmeros DVDs, o aviso da Motion Picture Association of America trazia uma trilha pulsante e um raciocínio superficialmente lógico:
Você não roubaria um carro.
Você não roubaria uma bolsa.
Você não roubaria um telefone celular.
Você não roubaria um DVD.
Baixar filmes piratas é roubo.
Roubo é crime.
Pirataria é crime.

O problema é que a maioria das pessoas simplesmente não aceita a alegação de que baixar um filme pirata da internet é o mesmo que roubar um carro. Segundo uma série de estudos empíricos, incluindo um conduzido por mim e meu colaborador em psicologia social, Matthew Kugler, observadores leigos traçam uma nítida distinção moral entre o compartilhamento de arquivos e o roubo genuíno, mesmo quando o valor da propriedade é o mesmo.

Se João baixar ilegalmente uma música de José na internet, é crucial reconhecer que, na maioria dos casos, José não perdeu nada. Sim, alguém pode argumentar que usar propriedade intelectual sem pagar significa roubar o dinheiro que seria pago ao comprá-la pela lei. Mas existem dois problemas básicos com essa alegação. Primeiro, não temos como saber se quem baixou o arquivo teria pagado seu valor de compra caso decidisse pela não desapropriação. Segundo, o argumento pressupõe a própria conclusão que está sendo argumentada _ a de que isso é roubo.

Então quais são as lições em tudo isso? Para começar, precisamos parar de tentar encaixar o problema do download ilegal (um problema do século XXI) num regime moral e legal que foi desenvolvido tendo em mente uma economia de meados do século XX. Depois, devemos reconhecer que a lei criminal é menos eficaz _ e menos legítima _ quando está em desacordo com instituições legais amplamente aceitas.

O download ilegal é, obviamente, um problema real. Pessoas que trabalham duro para produzir obras criativas merecem ter uma proteção legal para colher os benefícios de seu trabalho. E se outros desejam desfrutar dessas obras criativas, é natural fazê-los pagar pelo privilégio. Contudo, enquadrar o download ilegal como uma forma de roubo não funciona _ e provavelmente nunca funcionará. Estaríamos em melhor situação se usássemos uma série de conceitos legais que se encaixam mais adequadamente no problema: conceitos como uso não autorizado, transgressão, conversão e desapropriação.

Essa não é apenas uma questão de nomenclatura. O rótulo que aplicamos aos atos criminais possuem uma importância crucial em termos de como os concebemos e estigmatizamos. O nome que atribuímos a um dado tipo de crime, no fim, determina como ele é formulado, classificado e _ talvez o mais importante _ como ele será punido. Tratar diferentes formas de privação de bens como crimes diferentes pode parecer confuso, mas essa é a natureza da lei criminal.

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TEMPO NOSSA VISÃO


(itens 1, 2, 4  e 7 de Referencia, Do Texto Missão)

TEMPO DE POUPANÇA
 
Leia e decida como gastar ou esbanjar o seu...
Imagine que você tenha uma conta corrente (e você tem um prazo limite de encerramento em definitivo) e a cada manhã você acorde com um saldo de R$86.400,00. Só que não é permitido transferir o saldo de um dia para o dia seguinte. Todas as noites o seu saldo é zerado mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz? Você irá gastar cada centavo, é claro!
 Todos nós somos clientes deste banco de que estamos falando. Chama-se TEMPO!
 Todas as manhãs são creditados para cada pessoa 86.400 segundos. Todas as noites o saldo é debitado como PERDA TOTAL. Não é permitido acumular este saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada e todas as noites as sobras do dia evaporam. Não há volta!!!
Você deve gastar (vivendo) no presente (por isso ele tem esse nome) o seu depósito diário.
Invista, então, aprendendo o que for de melhor e do bem: saúde, paz, felicidade, amor, coragem enfim belas virtudes. Tudo com muito sucesso.
O relógio está correndo (gastando). Faça o melhor para o seu dia-a-dia. Quem deixa para depois o que pode fazer logo, perde o que nunca mais encontrará: o tempo.
 Para você perceber o valor que tem UM ANO, pergunte a um bom estudante se quer repetir o ano, veja que repetir já é andar para traz.
Para você perceber o valor de UM MÊS, pergunte a uma mãe amorosa que teve o seu bebê nascido prematuramente.
 Para você perceber o valor de UMA SEMANA, pergunte ao editor da revista semanal VEJA.
Para você perceber o valor de UMA HORA, pergunte aos amantes apaixonados que estão esperando para se encontrar.
 Para você perceber o valor de UM MINUTO, pergunte a uma pessoa responsável que perdeu o ultimo ônibus para um compromisso importante.
 Para você perceber o valor de UM SEGUNDO, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente fatal (imagine para a que foi salva)
 Para você perceber o valor de UM MILISEGUNDO, pergunte a alguém que ficou com a medalha de prata em uma Olimpíada ou, ainda, PARA QUEM ESPERA UMA NOTÍCIA SALVADORA.
 Valorize cada momento que você tem! E valorizara muito mais e verdadeiramente quando dividir com pessoas especiais... Especiais o suficiente para utilizar muito bem o seu tempo junto com você em objetivos comuns.!!
 Lembre-se: o tempo não espera por ninguém e não perca tempo com quem tem tempo a perder (muitas vezes é a ultima coisa que ainda lhe resta).
 Ontem é história. O amanhã é um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de PRESENTE!!! Não deixe ser de grego...
Tudo tem sua hora e modo próprio.
O céu com as trevas frias e as estrelas ou com a luz o e calor da vida e da morte. 
Agora responda: Como é possível viver uma vida inteirinha repleta de insignificância e mediocridades? Tchan....Tchan...Tchan....Tchan................ Difícil né? Pois é simples, muito simples, simplíssimo. Apenas desperdiçando cuidadosamente um dia após o outro com o errado e com coisas sem importância essas sempre extremamente “trabalhosas”.
- Você sabe a diferença entre 0 (zero) segundo e 1 (um) segundo. Pense claramente e não veja a resposta (cola) abaixo:
M2 + 2A = Emc2
-       Errou, é o antes vencedor e o depois sofredor.
-       Seu tempo é tudo que você tem pra vender e é o seu maior bem, ele é vida.
-       BOM TRABALHO!!!!       
PROGRAMA “BEM NA FOTO”
Exercícios para Avaliação

1. Como podemos valorizar muito mais nosso tempo?
2. O que temos que fazer para saber o valor de 1 segundo?
3. Qual é a diferença entre o 0 (zero) segundo e 1 (um) segundo?
4. Como chegamos a esse número de 86.400 segundos diários?
5. Qual é o crédito de tempo que todos nós temos todos os dias?
6. Qual é o nome do banco do qual todos nós somos clientes?
7. Como devemos investir nosso tempo?
8. Como é possível uma vida inteira repleta de insignificâncias e mediocridades?
9. O que temos que fazer para perceber o valor de 1 (um) minuto?
10. Com que tipo de pessoas não devemos perder tempo?
11. Faça 2 (duas) perguntas de sua própria autoria sobre o texto e responda-as.

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