Diretor defende adoção de políticas públicas que valorizem a produção nacional | Foto: O Som Ao Redor/Divulgação
O diretor critica o modo como a Globo Filmes opera no Brasil. Braço das Organizações Globo voltado ao cinema, a empresa promove os filmes que apoia ou produz através do merchandising em programas de televisão da emissora, vetando a divulgação de títulos com os quais não possui parceria. “Isso é nefasto e injusto. O monopólio é muito claro e quem não faz parte dele não tem o mesmo tipo de exposição. Há inúmeros mecanismos de se promover um filme pela Globo Filmes. O principal deles é personagens de uma novela da emissora comentarem quão bom é o filme que acabaram de assistir, por exemplo”, explica.
Kleber Mendonça Filho conta que a assessoria de imprensa de O Som ao Redor chegou a propor à produção do Programa do Jô, da Rede Globo, uma entrevista sobre o longa. “Suspeito que (o filme) é algo que faz parte dos temas que ele aborda em seu programa. Mas a entrevista foi negada. Se fosse um filme da Globo Filmes, será que eu não estaria no Programa do Jô?”, questiona.
O diretor defende a adoção de políticas públicas que assegurem espaço e incentivo ao cinema nacional independente. “Existem várias experiências que vêm dando certo em outros países. Na Argentina, cópias de filmes estrangeiros são taxadas e o dinheiro arrecadado com esse imposto vai para a produção do cinema nacional. Na França, em 1998, o Titanic destinou mais de R$ 20 milhões à produção nacional do país. Isso é absolutamente correto e inteligente. Mas, para que isso ocorra no Brasil, é necessário vontade política para peitar um sistema baseado em milhões e milhões de dólares”, comenta.
O Som ao Redor estreou nesta sexta-feira em Porto Alegre | Foto: O Som Ao Redor/Divulgação
O cineasta considera que deveria haver uma reação maior do público ao loteamento das grandes salas de cinema por mega produções estrangeiras e nacionais. “O público deveria reagir a isso, mas as pessoas estão cada vez mais adestradas pelo mercado, acabam assistindo determinados filmes sem nem saberem por quê”, lamenta.
Produção independente vem crescendo no Brasil, dizem especialistas
Para a coordenadora do curso superior de Tecnologia em Produção Audiovisual da PUCRS, Aleteia Selonk, a produção de filmes independentes vem crescendo no Brasil. Ela acredita que o sucesso de O Som ao Redor serve como estímulo a outros realizadores.
“Nos últimos anos, temos visto um número muito maior de lançamentos de títulos nacionais independentes. Ainda que outros não tenham conseguido a projeção de O Som ao Redor, a quantidade de produções ajuda a firmar o potencial brasileiro nesta área, sensibilizando o público e formadores de opinião”, comenta.
Aleteia entende que o sucesso do longa de Kleber Mendonça Filho intensifica o debate em torno da democratização das salas de cinema. “O resultado de O Som ao Redor é uma comprovação de que quando esses títulos ficam mais disponíveis, com boas salas e bons horários, o público tem a chance de corresponder”, comemora.
Ranking dos longas nacionais com maior bilheteria entre 2000 e 2012, de acordo com o site especializado www.filmeb.com.br | Divulgação/FilmeB
A professora sustenta que há um hiato entre a crescente produção audiovisual independente no país e a disponibilidade do circuito exibidor. “O circuito exibidor no Brasil não conseguiu se integrar de maneira mais democrática ao movimento de fortalecimento da produção audiovisual nacional, que vem ocorrendo entre realizadores, poder público, patrocinadores e formadores de opinião. A exibição, que é o terceiro elo na cadeia, precisa se conectar mais profundamente com o momento promissor que vivemos”, defende.
A professora do curso de Realização Audiovisual da Unisinos, Flávia Seligman, também observa que a produção nacional independente está em ascensão. “Estão surgindo trabalhos de extrema qualidade, mais modestos em termos de verbas, mas muito bons. Não existe uma fórmula mágica (para o sucesso): ou se investe em uma baita divulgação na exibição de um filme como Crepúsculo, por exemplo, ou se faz um filme bom”, comenta.
Flávia Seligman diz que é preciso uma ação do Estado para garantir espaços de exibição ao cinema nacional. “Não temos um espaço decente para o filme nacional porque as grandes distribuidoras dominam o mercado de exibição. Por isso o GNC está fechado com a Warner, que manda passar os filmes”, critica.
Caio Blat criticou atuação da Globo Filmes no ano passado, mas depois pediu desculpas
No primeiro semestre de 2012, o ator global Caio Blat participou de um encontro com produtores culturais e artistas na cidade de Suzano, no interior de São Paulo. A atividade, que foi gravada e promovida pela Secretaria de Comunicação Social da prefeitura local, foi disponibilizada no YouTube no dia 17 de julho.
Ator global Caio Blat se arrependeu de ter feito críticas à Globo Filmes | Foto: TV Globo/Divulgação
No vídeo, questionado pelo público presente, observou que a produção dos filmes se democratizou no país com a chegada das câmeras digitais. Mas ressaltou que a distribuição “ainda é absolutamente predatória”. “É um monopólio, são pouquíssimas empresas distribuidoras e o que elas fazem é absolutamente cruel. Elas não fazem os filmes crescerem, pelo contrário, sugam toda a energia do filme para elas. São grandes corporações”, qualificou.
O ator contou sua experiência como produtor nos últimos dois longas que havia feito. “Aí eu descobri como a coisa estava acontecendo na hora da distribuição. Era uma coisa que me deixou enojado mesmo, me deixou horrorizado”, disse.
Caio Blat se disse surpreso ao descobrir que as ações de divulgação do filme em programas da Rede Globo eram, na verdade, ações de merchandising pagas pela Globo Filmes. “Eu sempre ia para a Globo divulgar os filmes que fazia. Eu ia no Video Show, no programa do Serginho Groissman (Altas Horas) e achava que era um trabalho natural de divulgação. Aí eu descobri que essas coisas são pagas, que são consideradas uma ação de merchandising. A TV Globo faz uma ação de merchandising do filme e apresenta uma fatura para a Globo Filmes pagar. Ela cobra dela mesma”, declarou.
O ator comentou que, caso a obra não conte com o apoio da Globo Filmes, “nenhum programa (da Rede Globo) irá falar dele, nem programa jornalístico, nem de cultura”. “Se você não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu. Não vai aparecer na Rede Globo, nas revistas da Editora Globo, seu filme vai ficar alienado”, criticou.
Na conversa, Caio Blat explicou que, ao firmar uma parceria com a Globo Filmes, a equipe de um longa-metragem passa a se tornar credora da empresa. “Eles dizem: ‘vou fazer um investimento enorme em você, só que cada vez que um ator seu aparecer em um programa da casa, você me deve um milhão.’”
O ator detalhou como seriam feitos os contratos. De acordo com Caio Blat, a Globo Filmes demanda que o rendimento da obra na bilheteria seja repassado à empresa, como forma de pagar pela divulgação conquistada na emissora. “Quanto que a Globo gastou para fazer investimento no filme? Nada, porque os programas (de televisão) acontecem todos os dias, precisam de alguém para ser entrevistado. Então o seu filme faz R$ 1 milhão e você já está devendo R$ 4 milhões (para a Globo). É uma forma que eles fazem para que o dinheiro não saia dali, para que ninguém consiga ganhar nada”, denunciou.
Com a intensa repercussão do vídeo com essas declarações, o ator divulgou uma carta no dia 30 de julho, na qual pedia desculpas à Globo Filmes. “Falei sobre diversos assuntos, fiz uma retrospectiva da minha carreira e, em determinado momento, instigado pela audiência sobre o porquê de muitos filmes não chegarem até as salas de cinema das cidades pequenas, proferi uma crítica feroz ao sistema de distribuição das grandes distribuidoras de cinema. Nessa crítica, (…) de forma impulsiva, acabei avançando sobre temas dos quais não tinha conhecimento suficiente, misturei questões pertinentes e importantes com outras tantas generalizações, e acabei atingindo quem estava mais perto, ou seja, a Globo Filmes, parceira prioritária do cinema nacional, de forma injusta”, justificou.
Na época, Caio Blat disse que iria interpelar judicialmente a prefeitura de Suzano para que retirasse o vídeo do ar, mas o material ainda pode ser encontrado no YouTube. O ator alegou tomar a medida para preservar sua imagem e a imagem das empresas onde trabalha.
Na carta de desculpas à Globo Filmes, Caio Blat reiterou a parceria que mantém com a empresa. “Deixo aqui meu pedido pessoal de desculpas, e reafirmo meu compromisso com os projetos que temos em parceria para futuros lançamentos e meu reconhecimento pelo trabalho generoso da Globo Filmes na promoção do cinema brasileiro.”
Tags:
Aleteia Selonk, André Sturm, Caio Blat, Cine Belas Artes, Cinema, cinema brasileiro, Cinema Nacional,Crepúsculo, De Pernas Pro Ar 2, Flávia Seligman, Globo Filmes, Kleber Mendonça Filho, O Som ao Redor, Pernambuco, Recife, Rede Globo
Osvaldo Aires Bade "Comentários Bem Roubados na Socialização" - Estou entre os 80 milhões
ÓRFÃOS DA EMBRAFILMES E DESEMPREGADOS DA URSS!!!
Só faltaram dizer que o
Caio foi ameaçado de morte.
.
A coisa é simples: Não
está mais a fim de o fora!!!
.
Não gosta do que os
cinemas mostram? Acha que existem filmes geniais que as pessoas veriam em massa
se tivessem onde?
.
Abre um cinema meu
amigo, trabalhe, produza e sai do meu bolso. Encha a sala e fique rico. Não
venha me pedir para eu pagar a conta – como sempre. Essa é a regra da decência e
honestidade o resto é pilantragem, cultura da reclamação, inveja, desdém e
instinto de assassino em massa travestido de HUMANISMO/PROGRESSISTAS/ESQUERDISMO/DIREITA/OBANISTAS
e afins.
.
Qualquer intervenção do
Estado é sempre maléfica - pacote de "bondades" sempre custa
literalmente o olho da cara. Ainda não vi o filme, mas arrisco dizer que para ele
ter destaque em blog estatizado é certo que a grana para fazê-lo tem como
intenção panfletar sobre as maravilhas da esquerda.
.
Durantes todos os
tempos o que sempre ficou provado é que o Estado fora da vida do cidadão em
tudo ficou bom – e para isso muitas lutas, tempo e evoluções foram necessárias.
.
Quando bandidos falam
de "crise do capitalismo" não falam que elas sempre foram derivadas
da intervenção do estado na vida do cidadão e que em todos os lugares em que o
Estado é apenas regulador moral das concentrações do grande capital da
esquerda/direita tudo passa a funcionar correto. E que as verdadeiras crises,
para a livre iniciativa, são sinônimas de oportunidade, pois na livre
iniciativa se as coisas vão bem se trabalha muito e se vão mal se arregaça as
mangas e se trabalha muito mais.
.
Vão trabalhar e saiam
das tetas do Estado!!!
.
Filmes ruins e com
menor potencial de espectadores ficam pouco tempo em cartaz mesmo. Façam filmes
melhores, que atraiam o público que vai ao cinema principalmente em busca de
LAZER.
.
Ou os amantes do cinema alternativo podem seguir a sugestão de empreender.
Geralmente são pessoas de classe média-alta, e com boas condições de abrir
salas de cinema sem precisar da grana do contribuinte.
Engraçado que os opositores da ditadura militar brasileira, com forte viés
nacionalista, também eram chamados de “entreguistas”.
.
E, para finalizar, uma entrevista com o mestre Mazaroppi, que fazia cinema para
o povo, e não para agradar a "elite intilictual" arrogante. (clique aqui)
Olimpia Pinheiro
Consultora Imobiliária E-Commerce
55 (91)8164-1073 (tim)
55 (91)88162-1923 (oi)
skype: olimpiapinheiro
CRA-PA/AP 3698
CRECI-PA/AP 6312
olimpia.pinheiro@vendasbb.com.br
1 - Se você precisar de informações sobre Venda e Negociação de Imóveis clique aqui:
2 - Se você precisar de informações sobre Consultoria em Gestão Organizacional: Interim Manager/Arquitetura da Inovação - Breakthrough clique aqui.
3 -Se você precisar de informações sobre Cinema Como Recurso Pedagógico clique aqui.