domingo, 8 de março de 2015

Forças Armadas Auxiliares do Petismo é Alvo de polêmica, "exército" da Igreja Universal atua em Porto Alegre

Jovens praticam exercícios no Parque da Redenção

Grupo de jovens despertou controvérsia após publicação de vídeos na internet

04/03/2015 | 20h07 
Foto: Arthur Bloise 


A combinação entre devoção religiosa e treinamento de inspiração militar,motivo de polêmica nacional nos últimos dias devido à divulgação de vídeos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) do Ceará, também está presente em Porto Alegre.

Nos vídeos publicados no YouTube — vários dos quais foram apagados após a repercussão do caso —, rapazes de uniforme identificados como Gladiadores do Altar marcham, batem continência e oram.

Na Capital, um grupo dos chamados "gladiadores" se reúne uma vez por semana no templo localizado na Avenida Júlio de Castilhos, no Centro. Em duas ligações feitas para o local, foi informado que a turma de jovens promove encontros sob a supervisão do pastor Augusto Albuquerque. Além disso, dezenas de jovens que também são tratados pela denominação de gladiadores costumam marchar e fazer exercícios no Parque da Redenção — mas não há confirmação formal da Iurd de que todos sejam membros da igreja.

A movimentação nas manhãs de sábado e domingo chama a atenção, há cerca de um mês, do coordenador-geral da Associação dos Servidores da UFRGS (Assufrgs), Arthur Bloise. Dezenas de homens marcham na área próxima ao Auditório Araujo Vianna, se perfilam, correm em grupo e praticam flexões enquanto entoam cânticos religiosos. Todos os comandos são dados chamando-os de gladiadores (referência aos antigos lutadores romanos que combatiam entre si ou contra feras).

— Primeiro cheguei a pensar que pudesse ser o pelotão do Colégio Militar, mas eles só fazem exercícios na Redenção durante a semana. Quando me aproximei, vi que diziam palavras de ordem muito semelhantes àquelas utilizadas no vídeo da Igreja Universal do Ceará — conta Bloise, que registrou a movimentação em fotos.



A Universal não confirmou que esse grupo retratado, especificamente, faça parte da igreja. Em uma das fotos feitas por Bloise, porém, um dos jovens utiliza uma camiseta da Força Jovem Universal (vermelha, branca e azul com colarinho azul e distintivo) — grupo social da Iurd que promove atividades "culturais, sociais, esportivas e espirituais". Entre os projetos anunciados estão iniciativas de combate às drogas, doação de sangue, oferta de cursos gratuitos e, desde janeiro, o programa Gladiadores do Altar.

Após a divulgação dos vídeos que mesclam fervor religioso e disciplina militar, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou um texto pedindo providências do Ministério Público pelo temor de possíveis ações praticadas pelo que chamou de "fundamentalismo religioso".

— Essas coisas não são tomadas como sérias, sempre fechamos os olhos para o fundamentalismo religioso, que já virou uma força política — afirmou o deputado em entrevista à Rádio Gaúcha.

maximus

Em nota enviada a ZH, a Iurd classifica a controvérsia como uma "falsa polêmica" promovida por "internautas e alguns maus jornalistas". Conforme a igreja, o projeto dos gladiadores é voltado ao ensino bíblico e trata-se de um "programa que procura auxiliar os jovens, no Brasil e em outros países, que se sentem vocacionados para o trabalho missionário. Em sua maioria, são pessoas que pretendem retribuir o apoio que receberam quando estavam em situação de risco ou vulnerabilidade social."

Gladiadores do Altar já reúne mais de 4 mil jovens no Brasil

Lançado há apenas dois meses, o programa Gladiadores do Altar já reúne cerca de 4,3 mil seguidores no país, conforme informação da própria entidade.

São jovens de até 26 anos de idade, estudantes e trabalhadores em geral, que assistem a aulas semanais de 45 minutos sobre a Bíblia com um bispo ou pastor. Segundo nota oficial divulgada pela Iurd, nesses encontros não é realizada "nenhuma prática militar ou semelhante".

Nos vídeos divulgados recentemente, porém, o cenário é outro. Em templos localizados no Brasil e em outros países, como Argentina e Colômbia, dezenas de participantes uniformizados entram marchando pelos corredores, se perfilam junto ao altar, prestam continência e respondem em uníssono a comandos de um pastor. Quando perguntados sobre o que querem, gritam:

— O altar, o altar, o altar.

A nota da igreja argumenta que os jovens fizeram "eventos únicos" para marcar o lançamento do projeto e que não se trata da formação de um "exército fundamentalista".

Veja vídeo dos "Gladiadores do Altar":



  
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PF recebe pedido de abertura de inquérito contra Lula. Será? Deus nós ajude


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: nenhuma vergonha de sonegar explicações
(Helvio Romero/Estadão Conteúdo/VEJA)

Ex-presidente será investigado por denúncia de intermediar o 

repasse de 7 milhões de reais da Portugal Telecom ao PT no auge 

do mensalão

Por: Gabriel Castro, de Brasília - Atualizado em 

A Polícia Federal recebeu na manhã desta segunda-feira pedido de abertura de inquérito para investigar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. Na semana passada, o Ministério Público Federal solicitou que a PF apure as denúncias feitas pelo operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, de que o ex-presidente intermediou um repasse de 7 milhões de reais feito ao PT por uma subsidiária da Portugal Telecom. Além de Lula, o ex-ministro Antonio Palocci Filho também é citado no caso.
As novas acusações contra Lula surgiram no ano passado, na fase final do julgamento do mensalão. Já condenado, o publicitário Marcos Valério resolveu contar ao menos parte do que sabe à Procuradoria Geral da República (PGR). Ele disse que o então presidente não só sabia da engrenagem criminosa como se envolveu diretamente na montagem do esquema.
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Segredos - Com a certeza de que iria para a cadeia, Marcos Valério começou a contar os segredos do mensalão em meados de setembro, como revelou VEJA. Em troca de seu silêncio, Valério disse que recebeu garantias do PT de que sua punição seria amena. Já sabendo que isso não se confirmaria no Supremo - que o condenou a mais de 40 anos por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro - e, afirmando temer por sua vida, ele declarou a interlocutores que Lula "comandava tudo" e era "o chefe" do esquema.
Pouco depois, o operador financeiro do mensalão enviou, por meio de seus advogados, um fax ao STF declarando que estava disposto a contar tudo o que sabe. No início de novembro, nova reportagem de VEJA mostrou que o empresário depôs à Procuradoria Geral da República na tentativa de obter um acordo de delação premiada - um instrumento pelo qual o envolvido em um crime presta informações sobre ele, em troca de benefícios.
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Ex-presidente e ex-cara-pintada se reencontram na Lava Jato - Agora cara deslavada.

Lindbergh e Collor negam envolvimento com esquema de corrupção na Petrobras

POR EDSON SARDINHA | 07/03/2015 09:02


Collor e Lindbergh vão responder a inquérito por corrupção e lavagem de dinheiro quase 23 anos após terem protagonizado, em lados opostos, o primeiro impeachment de um presidente brasileiro

Entre os 12 senadores que serão investigados pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), dois protagonizaram, em lados opostos, um dos momentos mais marcantes da história recente do país: o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), o primeiro a ser afastado do cargo em processo de impeachment no Brasil, e um de seus principais algozes à época, o ex-líder dos caras-pintadas Lindbergh Farias (PT-RJ). Hoje aliados políticos, os dois serão investigados no Supremo pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles são apontados como beneficiários do esquema de corrupção e desvio de recursos da Petrobras.

Em 1992, quando tinha 22 anos de idade, o então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) pintou o rosto de verde e amarelo, liderou o movimento que tomou conta das ruas e pressionou o Congresso a cassar o mandato do mais jovem presidente eleito do país. Collor elegeu-se em 1989, aos 40 anos, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem também é aliado hoje. Com denúncias de corrupção e sem apoio político, teve seu governo abreviado pelo Parlamento.

Com trajetórias distintas, os dois foram envolvidos na Operação Lava Jato após depoimentos de delatores do esquema. No caso de Collor, as complicações começaram antes, ainda em julho do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito contra ele por causa de depósitos de dinheiro em sua conta feitos pelo doleiro Alberto Youssef, considerado o principal operador do esquema.

R$ 3 milhões de propina

Ao colaborar com as investigações em troca da redução de sua pena, o doleiro contou que Collor recebeu propina de R$ 3 milhões resultante de um negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo Youssef, a propina é de um contrato firmado em 2012, no valor de R$ 300 milhões, entre uma rede de postos de combustíveis de São Paulo e a BR Distribuidora.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o delator disse que o negócio era para que a rede deixasse uma marca de combustíveis e passasse a integrar o grupo de revendedores da BR Distribuidora. O montante, conforme o doleiro, foi dividido em três parcelas de R$ 1 milhão repassadas ao empresário Paulo Leoni Ramos, apontado como emissário de Collor, único político do PTB incluído na relação dos investigados da Lava Jato no Supremo. O senador sempre negou a acusação.

Doação de campanha

No caso de Lindbergh, a suspeita foi levantada pelo depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que diz ter sido procurador pelo petista para ajudá-lo a levantar recursos para sua campanha eleitoral de 2010, quando se elegeu para o Senado. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustenta que o ex-líder cara-pintada recebeu R$ 2 milhões para sua campanha graças à intervenção de Paulo Roberto. Segundo Janot, o delator afirmou que Lindbergh “tinha conhecimento do caráter ilícito dos valores recebidos”. Declaração que o petista nega.

De acordo com os investigadores, o senador voltou a se aproximar de Paulo Roberto em 2014, meses antes de sua prisão, para pedir auxílio na arrecadação de sua campanha ao governo do Rio, eleição em que ficou na quarta colocação.

Lindbergh nega com veemência qualquer envolvimento com o esquema. Em nota divulgada por sua assessoria em outubro do ano passado, quando surgiram informações sobre o depoimento do ex-diretor da Petrobras, o senador contestou a versão do delator.

“Em janeiro de 2014, Paulo Roberto Costa esteve em três reuniões de preparação do programa de governo de Lindbergh. Nessas ocasiões, o ex-diretor da Petrobras tão somente discutiu com especialistas propostas para a área em que detinha conhecimento, a de óleo e gás. Ele não participou de nenhuma forma da captação de doações eleitorais”, informou à época o gabinete do petista. “Não se pode confundir isso com as atividades ilícitas do ex-diretor posteriormente reveladas pela chamada Operação Lava Jato. Nesse período não se tinha nenhuma informação sobre tais atividades”, acrescentou.




  
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Vídeo - Assaltante é morto e outro baleado em pizzaria de Botucatu




Fotos: Luiz Fernando

As câmeras do circuito interno mostram a ação de dois assaltantes em uma pizzaria da cidade de Botucatu, quando flagrados por policiais.




Na noite desta quarta-feira (16), por volta das 23 horas, um meliante chamado Alfredo Augusto Dode Fernandes, de 18 anos de idade, morreu baleado com vários tiros após um confronto com a Força Tática da Polícia Militar (PM) composta pelo sargento Francisco e soldados Edilton e Winckler, depois de praticar assalto à mão armada contra a Pizzaria e Marmitaria Ricci´s que fica no cruzamento das ruas Pedro Colino e Ediberto Roque Sforsim, no Parque dos Comerciários III.



Esse meliante acompanhado de um comparsa de nome Lucas Viana Porfírio, que carregava um revólver calibre 38, invadiu o estabelecimento comercial e anunciou o assalto, rendendo a proprietária e funcionários, subtraindo a quantia de R$ 1.100,00.


No momento em que os dois estavam saindo da pizzaria para empreender a fuga deram de cara com a viatura da Força Tática e Porfírio apontou o revólver em direção aos policiais que reagiram. Porfírio levou dois tiros no peito e foi encaminhado ao Pronto Socorro (PS) do Hospital das Clínicas (HC) em estado grave e permaneceu internado sob escolta policial, correndo sério risco de morte.

Os policiais detectaram que minutos antes de entrar na Ricci´s, eles já haviam assaltado a Pizzaria Dumont que fica na Rua Curuzu, região central da Cidade e subtraído R$ 400,00. Outro detalhe, ainda não confirmado oficialmente, aponta que um veículo VW Gol de cor prata teria dado cobertura ao assalto mantendo certa distância do estabelecimento invadido para não despertar suspeitas. Neste gol estariam duas pessoas que fugiram quando o tiroteio começou.



O Boletim de Ocorrência (BO) foi confeccionado pelo delegado Paulo Buchignani e o caso foi entregue ao setor investigativo da Polícia Civil, já que existe a suspeita de que outros assaltos tenham sido cometidos por essa mesma dupla em outros pontos da Cidade.



  
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Fim do auxílio-reclusão (Bolsa vagabundo) é tema de nova enquete do Portal da Câmara





A Câmara dos Deputados promove nova enquete, a partir de hoje, para saber se os internautas são favoráveis ou contrários ao fim do pagamento do auxílio-reclusão e à criação de um benefício para as vítimas dos crimes. Essa medida está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 304/13, da deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), que destina os recursos hoje usados para o pagamento do auxílio-reclusão à vítima do crime, quando sobreviver, ou para a família, no caso de morte.


O auxílio-reclusão é pago mensalmente para os dependentes no caso de trabalhadores que são presos em regime fechado ou semiaberto que vinham contribuindo de forma regular para a Previdência Social. O cálculo do auxílio-reclusão é feito com base na média dos salários-de-contribuição do trabalhador, e só é concedido quando esse salário for igual ou inferior a R$ 971,78, em atendimento ao preceito constitucional de assegurar o benefício apenas para quem tiver baixa renda.




Já o novo benefício, de acordo com o texto da PEC, deve ser pago à pessoa vítima de crime pelo período em que ela ficar afastada da atividade que garanta seu sustento. Em caso de morte, o benefício será convertido em pensão ao cônjuge ou companheiro e a dependentes da vítima, conforme regulamentação posterior. A proposta não permite a acumulação do benefício por pessoas que já estejam recebendo auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou pensão por morte.


A deputada Antônia Lúcia defende a aprovação do projeto, ressaltando que, hoje em dia, não há previsão de auxílio para vítimas de criminosos e suas famílias. Ela acredita que o fato de o criminoso saber que sua família não ficará ao total desamparo se ele for recolhido à prisão pode facilitar na decisão de cometer um crime. “Por outro lado, quando o crime implica sequelas à vítima, impedindo que desempenhe atividade que garante seu sustento, ela enfrenta hoje um total desamparo”, argumenta.


Comissão especial
A PEC terá sua admissibilidade analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, que decidirá sobre parecer do deputado Andre Moura (PSC-SE). O parlamentar também apresentou em 2013 um projeto de lei (5671/13) sobre o tema, propondo a divisão do auxílio-reclusão entre a família do preso e a da vítima.



Se a CCJ aprovar a admissibilidade da PEC 304/13, será posteriormente criada uma comissão especial para a análise da proposta, que também precisa ser votada em dois turnos pelo Plenário da Câmara.
E você? É a favor ou contra a proposta de fim do pagamento do auxílio-reclusão para os dependentes de trabalhadores presos e de criação de um benefício para amparar as vítimas de crimes e seus dependentes? Participe da enquete e deixe também o seu comentário abaixo.

Íntegra da proposta:

Da Redação – PT 
Com informações da Coordenação de Participação Popular da Câmara dos Deputados


A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

  
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Projeto da deputada Keiko Ota (PSB-SP) determina que viaturas de órgãos de segurança pública sejam blindadas


Keiko Ota ressalta que é dever do Estado proteger os profissionais da área de segurança.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 8146/14, da deputada Keiko Ota (PSB-SP), que determina que todas as viaturas dos órgãos de segurança pública sejam blindadas. Pelo texto, as que já estiverem em operação serão adaptadas para instalação da blindagem balística.

A parlamentar destaca que os integrantes dos órgãos de segurança pública no cumprimento de suas atribuições funcionais estão submetidos a diversos riscos. “O mesmo Estado que dá essas atribuições e faz com que esses profissionais corram o risco de serem mortos ou lesionados é o que tem o dever de protegê-los contra toda sorte de agressões e atentados”, afirma Ota.

Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), as partes dos carros que são blindadas são: teto, vidros, colunas, atrás do banco traseiro (porta-objetos), caixas de rodas, portas, proteção entre o painel e o motor, maçanetas, por trás dos espelhos retrovisores e tanque de combustível.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-8146/2014

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Marcos Rossi
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Em Observação: "The Man In The High Castle" (2015) - os nazistas ganharam a guerra?


Em uma realidade alternativa, Hitler e o príncipe Hiroito ganharam a II Guerra Mundial, invadiram os EUA e dividiram o país em dois estados totalitários controlados pela Alemanha e Japão. Mas grupos de resistência possuem um filme documentário de origem misteriosa que mostra a História tal qual conhecemos: a vitória dos Aliados, o Dia D e a derrota do Japão na guerra do Pacífico. Qual será a verdadeira realidade? A dos EUA divididos? A do filme documentário? E se as imagens históricas da II Guerra Mundial que conhecemos forem estratégias de propaganda que, na verdade, ocultam que todos nós vivemos em uma outra realidade alternativa? Esse é o jogo gnóstico proposto pelo piloto da série televisiva "The Man In The High Castle", baseada no premiado livro homônimo de 1962 do escritor de ficção científica Philip K. Dick. Assista nesse post o piloto da série.


Título: The Man in The High Castle (2015, série de TV)

Diretor: David Semell

Plot: Em uma realidade histórica alternativa, as potências que formavam o Eixo (Alemanha e Japão) ganharam a II Guerra Mundial em 1945. Com a derrota dos Aliados, os EUA foram divididos em três partes: um Estado fantoche do Japão chamado Estados do Pacífico da América (incluindo o Oeste dos EUA e Montanhas Rochosas), um Estado fantoche nazista na metade oriental dos EUA e uma zona neutra que age como um intermediário entre as duas áreas chamado de Rocky Mountain States. A série inicia em 1962, focando os grupos de resistência ao regime que tentam sobreviver ao distópico Estado totalitário.

Por que está “Em Observação”? – Duas informações sobre a produção da série já bastam para chamar a atenção do olhar gnóstico desse blog: a série é baseada no livro homônimo do escritor de ficção científica Philip K. Dick (conhecido pelos estranhos sci fi sobre a natureza maleável da realidade e da percepção - sobre o escritor clique aqui) e o produtor executivo é Ridley Scott, diretor de uma outra adaptação no cinema de outra obra de K. Dick, o clássico Blade Runner – O Caçador de Androides de 1982.

O piloto da série produzida pela Amazon Studios foi lançado em 15 de janeiro e novos episódios da primeira temporada já foram prometidos pela empresa, sendo liberados ao longo desse ano.

Com um tom sombrio e bem estilizado, a narrativa do piloto da série se passa em 1962. Os motivos da derrota dos Aliados e a invasão dos EUA pelos japoneses e nazistas são apenas sugeridos nesse primeiro episódio: fala-se em bombas nucleares que teriam sido desenvolvidas na frente pelas forças do Eixo e flashs rápidos de invasões aéreas nos EUA. No livro de K. Dick a derrota dos EUA teria sido devida a política isolacionista durante a II Guerra e a incapacidade dos governos em reverter a Grande Depressão econômica.

Também no episódio piloto acompanhamos o início de uma crise diplomática entre Japão e Alemanha que poderá conduzir a uma III Guerra Mundial: Hitler está doente e incapacitado de governar. Inicia-se uma luta interna de poder entre Goebbels e Himmler, cuja meta principal é se livrarem do Japão através de uma solução nuclear.

Mas o grande mistério que certamente será o fio condutor da série são as cópias de um rolo de filme que os pequenos grupos de resistência tentam levar para a “Zona Neutra”. O filme chama-se “O Gafanhoto Torna-se Pesado”, numa clara alusão que K. Dick faz de uma passagem do livro bíblico do Eclesiastes: “Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça” (Eclesiastes 12:5).

O espectador perceberá que o misterioso filme é um documentário com imagens que mostram cenas históricas que todos nós conhecemos sobre a vitória dos aliados na II Guerra: o Dia D e a invasão da Normandia, a vitória dos EUA contra o Japão na guerra do Pacífico, a invasão das forças aliadas Alemanha e destruição dos prédios nazistas etc.

Com isso, a série oferece um desafio para o espectador: Se as forças do Eixo ganharam a guerra naquele mundo alternativo, de que realidade refere-se aquelas imagens do filme documental? O que é realidade e ficção? Será que as imagens que conhecemos dos livros de História e dos filmes documentários que vimos na TV e no Cinema não passariam de estratégias de propaganda para esconder uma estranha realidade? Quem é o “Homem do Alto Castelo” que supostamente produziu o filme?

Ou o filme “O Gafanhoto Torna-se Pesado” é um aviso de que tudo aquilo não passa de uma realidade alternativa do qual os protagonistas devem fugir? No episódio, um dos membros da resistência referem-se o rolo de filmes como “a saída”.


O Que Esperar? - A série parece que irá propor um interessante jogo de narrativa em abismo que acaba colocando a própria realidade do espectador em xeque: assistiremos um filme dentro de um filme que poderá sugerir que os próprios filmes que conhecemos sobre a nossa História poderiam ser outras realidades alternativas que escondem outras estranhas realidades.

Além disso, a série propõe um tipo de drama que é raro em séries de TV: com exceção de Doctor WhoLost e Quantum Leap, são poucas as séries que exploram o argumento das realidades alternativas, mais comuns nos cinemas.

O piloto da série é rico visualmente, mostrando em detalhes o que seria uma Nova York dominada pelo estilo Nazi na arquitetura, design de objetos a automóveis, e uma São Francisco que se transformou em uma gigantesca Chinatown.

O piloto da série promete ainda mais mistérios, com um estranho mix entre citações bíblicas e as previsões do I Ching (ou o Livro das Mutações) que orientam as estratégias do império do Príncipe Hiroíto.

  
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