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Grupo de sem-teto invade igreja Nossa Senhora do Carmo durante protesto
São Paulo - No prédio do antigo Cine
Marrocos, na região central de São Paulo, 475 famílias pagam R$ 200 mensais ao
Movimento dos Sem Teto do Sacomã (MSTS), criado em setembro de 2013 e
responsável por sete ocupações. Dos sete andares, três estão reservados só para
estrangeiros. Haitianos, o grupo mais numeroso, somam 52 famílias e ficam no
segundo pavimento. Camaroneses e dominicanos estão logo acima, no terceiro. No
quarto ficam peruanos, bolivianos e venezuelanos. Gays e travestis foram
agrupados no quinto andar.
Às vésperas da Copa do Mundo,
estrangeiros moradores de ocupações, incluindo imigrantes de Serra Leoa e de
Cabo Verde que participaram de conflitos armados em seus países, estão
escalados na linha de frente dos protestos de sem-teto marcados para acontecer
na cidade a partir de terça-feira.
Atualmente, 17 movimentos de luta por
moradia - entre eles Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Luta por
Moradia Digna (LMD), Movimento Moradia Para Todos (MMPT) e Frente de Luta por
Moradia (FLM) - pressionam vereadores a incluir no novo Plano Diretor proposta
que reserva novos terrenos para a construção de conjuntos populares, até mesmo
em áreas nobres e de preservação ambiental. Os atos prometem mais uma vez parar
o centro, como vem acontecendo há três meses.
Para conseguir entrar em algum programa
habitacional, como o Minha Casa Minha Vida, porém, o estrangeiro precisa ter
pelo menos 5 anos de residência fixa e legal no Brasil, além de filho
matriculado em escola, entre outras exigências. É essa esperança que move o
haitiano Wadson Jean, de 34 anos. No País desde 2011, ele quer arrumar logo uma
mulher e ter um filho. Jean mora no prédio do Cine Marrocos desde o fim do ano
passado e já viveu em duas favelas. "Não perco um protesto", afirma o
haitiano.
Os principais movimentos estimam que
africanos e latinos representem hoje 10% dos moradores dos 50 prédios da região
central que viraram ocupações desde outubro de 2012. Segundo a Prefeitura, são
20 mil moradores fixos nos edifícios - 2 mil são estrangeiros.
Africanos que perambularam nos últimos
anos em favelas da zona leste encontraram refúgio nos prédios invadidos do
centro, onde as mensalidades cobradas dos movimentos de sem-teto variam de R$
30 a R$ 220, valores bem mais baixos do que o aluguel na periferia. O mesmo
aconteceu com bolivianos e peruanos que moravam em cortiços e pensões na região
central.
Os camaroneses também não param de
chegar às ocupações. Sylvie Aristide Tchocgnia, de 30 anos, está no País desde 2012.
Em seu apartamento de 30 metros quadrados no Cine Marrocos chama a atenção um
longo sofá vermelho e dois tapetes aveludados verdes, com estampa de tigre.
"Minha patroa que deu o sofá. Ela veio aqui. Nem acreditou na organização
do prédio, na limpeza. Os tapetes eu trouxe de Garoua", relata a
camaronesa, citando sua cidade natal.
Sylvie mora com a filha de 3 anos e
trabalha na limpeza de uma galeria comercial da Rua São Bento. Antes, ela morou
por 15 meses em uma favela no Jaçanã, na zona norte. "O pessoal nos
bairros tem preconceito com a gente", diz.
Sonho
Os estrangeiros também ocupam andares
inteiros no número 138 da Rua Marconi, no 10 da Avenida Rio Branco e no 908 da
Avenida Ipiranga. Eles afirmam se sentir mais "confortáveis" com
pessoas da mesma nacionalidade. Muitos dizem ter sofrido preconceito em outras
áreas da cidade.
A divisão, segundo as lideranças,
facilita a convivência das famílias e a divisão de tarefas. "São pessoas
sofridas. Chegaram ao País sem condição de trabalhar ou alugar um imóvel. Eles
se sentem mais amparados quando estão perto de parentes", afirma a líder
Welita Caetano, de 29 anos.
Prestes a completar 5 anos de Brasil no
dia 9 de setembro, o casal de peruanos Carmem Paredes, de 32 anos, e seu
marido, Richard Torres, de 33, não deseja mais nada na vida além de uma casa
própria. Eles moram com o filho, Luis Gustavo, de 4 anos, e nunca faltam em
protestos do MSTS. "Quando não consigo ir, por causa do filho, meu marido
vai. A gente não falta em nenhum. O próprio artigo 6º da Constituição assegura
moradia a todos os cidadãos do País, não diz que estrangeiro não pode",
afirma Carmem, repetindo um mantra adotado pelos moradores de ocupações do
centro.
O texto
constitucional é repetido também pelos moradores de andares reservados a
homossexuais e idosos. "Eu fiquei 15 dias acampado na frente da Prefeitura
no ano passado, quando cortaram nossa luz. Eu vou para todo protesto. Todo
mundo tem direito à moradia digna", diz Alessandro Feitosa, de 38 anos,
que trabalha no Aeroporto de Cumbica e decorou seu quarto no Cine Marrocos com
capas de gibis. Antes ele morava em um albergue na zona norte. As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
26.mar.2014 - Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) percorrem a avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, na manhã desta quarta-feira (16), em marcha rumo à Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade, por melhores condições de moradia
Grupo de
aproximadamente 500 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, de
acordo com a Polícia Militar, protestou na manhã desta quarta-feira (26) desde
o Largo do Batata, zona oeste da capital paulista, até a Prefeitura de São
Paulo. O movimento, que reivindica melhores condições de moradia, espera reunir
mais de 5.000 pessoas vindas das principais ocupações da cidade: Dona Deda,
Capadócia, Faixa de Gaza, Estaiadinha e Nova Palestina.
A passeata percorreu as
avenidas Faria Lima, Rebouças, Consolação e terminou em frente à prefeitura, no
centro da capital. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) orienta os
motoristas a evitar esses locais.
Francisco Gomes Roldan,
um dos coordenadores da ocupação Nova Palestina, disse que o objetivo do
protesto é cobrar do prefeito Fernando Haddad a revogação do decreto municipal
que destina a área da Nova Palestina ao interesse social. A área será destinada
à construção de um parque. Mas os sem teto querem que a área se interesse da
habitação. "Vamos exigir que ele [Haddad} cumpra o que foi acordado na
última reunião", disse.
De acordo com Roldan,
na área da Nova Palestina vivem, atualmente, 10 mil pessoas. Outra reivindicação
é o avanço em projetos habitacionais nas áreas do Campo Limpo e Paraisópolis. O
movimento também pede que os gestores da prefeitura não entre com ações de
despejo em áreas ocupadas.
1º - GUERRILHEIROS ESTRANGEIROS INVADEM A ZONA URBANA DE SÃO PAULO E TODO O BRASIL (aqui)
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2º - O HAITI É AQUI! LEIA A TRAMA DE UMA GUERRA PARA MATAR O POVO BRASILEIRO (aqui)
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3º - HAITIANOS JÁ TEM TÍTULO DE ELEITOR E FORAM INSTRUÍDOS A VOTAR NO PT (aqui)
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4º - VÍRUS EBOLA ENTROU NO BRASIL??? (aqui)
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5º - ALERTA GERAL: VINTE MIL HOMENS VINDOS DO HAITI EM IDADE MILITAR ESTÃO AQUI NO BRASIL! (aqui)
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6º - GOVERNO BRASILEIRO REFORÇA VIGILÂNCIA CONTRA VÍRUS EBOLA EM PORTOS E AEROPORTOS (aqui)
ARTISTAS FAZEM PINTURAS NO INTERIOR DO PRÉDIO DO CINE MARROCOS, NO
CENTRO
Local é ocupado por famílias sem-teto desde novembro de 2013.
Grupo afirma que pretende utilizar o local como 'espaço cultural'.
17/02/2014 14h22 - Atualizado em 17/02/2014 18h25
A intervenção foi organizada pela internet, em um evento aberto organizado pelo grupo Sap Crew e pelo artista Marcelo Zamulko, conhecido como “Vida”. Ele conta que a organização foi feita em parceria com membros da ocupação do prédio.
Procurada pelo G1 na manhã desta segunda-feira (17), a prefeitura afirma que "o Cine Marrocos foi adquirido pela Secretaria Municipal de Educação para abrigar equipamento público e não será destinado a Habitação de Interesse Social". (Leia a íntegra da nota no final da reportagem)
Segundo Zamulko, no fim de semana cerca de 100 grafiteiros pintaram o térreo e o primeiro pavimento do edifício com o objetivo de “levar arte e cores ao Cine Marrocos e despertar o interesse cultural dos ocupantes”.
O grupo pretende que também seja feita no local uma biblioteca "com um acervo de livros doados, [cursos de] alfabetização de adultos e aulas de inglês para os ocupantes", diz Zamulko.
As pinturas foram feitas no 1º andar e em parte
da sala de projeção (Foto: Victor Moriyama/G1)
Outro grafiteiro que participou da intervenção foi Arthur Subtu. “Eles tinham um espaço determinado no primeiro andar [para as pinturas], mas foi mais gente do que o previsto. Então, eles abriram outro espaço também e ficaram dois ambientes”, afirma Arthur, explicando que as pinturas também foram feitas em “uma sala um pouco antes de onde ficava o cinema e também numa espécie de corredor”. “Onde era o cinema também teve algumas coisas”, diz.
Subtu conta que ninguém tinha autorização para subir aos andares superiores, e acrescenta que os organizadores da ocupação também estavam presentes, identificados com camisetas. Os artistas podiam escolher o tema de suas pinturas. Arthur fez uma pintura com a mensagem “o Brasil não valoriza sua cultura”.
Veja a íntegra da nota da prefeitura:
"O Cine Marrocos foi adquirido pela Secretaria Municipal de Educação para abrigar equipamento público e não será destinado a Habitação de Interesse Social. Reforçamos que a Secretaria de Habitação mantém um canal de diálogo aberto e permanente com as lideranças da ocupação e estuda a melhor forma para a desocupação do local. O prédio do Cine Marrocos encontra-se em péssimo estado de conservação, inclusive a rede elétrica, que apresenta fiação exposta.
Ainda, as famílias poderão se inscrever nos programas habitacionais da Secretaria Municipal de Habitação e aguardar atendimento habitacional. Não haverá atendimento prioritário apenas por terem ocupado o prédio. Atualmente, 130 mil famílias estão cadastradas e aguardam atendimento habitacional."
Setor de cultura do MSTS convidou artistas para ação no edifício. G1 acompanhou pinturas no domingo (16).
Clique aqui nas FOTOS:
Grafiteiros colorem antigo cinema ocupado por sem-teto em São Paulo