A disputa entre os apps de troca de mensagens e conversas está cada vez mais acirrada… Logo após a compra do What’s App pelo Facebook e do anúncio de que eles terão ligações telefônicas entre seus usuários, o concorrente Viber correu para anunciar que está liberando chamadas para telefones fixos e celulares gratuitamente, claramente em uma espécie de contra ataque ao destaque do What’s App nos últimos dias.
Após comprar o What’s App, Mark Zuckerberg disse que o app tem potencial para chegar a um bilhão de usuários, mas a declaração parece não ter afetado a confiança do rival, Viber, comprado no começo do mês pela Rakuten por US$ 900 milhões.
“Nós queremos ser o maior aplicativo de mensagens do mundo. Essa é a nossa ambição. Se eles querem ter mais de um bilhão, a gente quer ter mais do que o um bilhão deles”, dispara Luiz Felipe Barros, diretor geral do Viber no Brasil, respondendo a Zuckerberg. Enquanto o WhatsApp possui 465 milhões de usuários, o Viber afirma ser usado por quase 400 milhões.
“Quem precisa se defender é o WhatsApp. Eles estão três anos atrasados em relação a gente, que libera ligações gratuitas entre os usuários desde o lançamento. Sabe-se lá quanto tempo eles ainda vão demorar para liberar ligação de voz para usuários de fora do WhatsApp”, afirma o executivo.
Desde que foi lançado, o Viber permite que seus usuários façam ligações telefônicas gratuitas entre seus usuários
Porém, durante duas semanas essas chamadas não serão mais cobradas!
“No dia da compra, as pessoas rapidamente começaram a falar da compra no Twitter que iam mudar do WhatsApp para o Viber e a gente aumentou em três vezes o volume do nosso volume de downloads média diário”, disse. “No dia seguinte, a gente manteve a média. E no sábado teve a queda do WhatsApp. Ainda não se sabe exatamente porquê. O motivo argumentado por eles parece bastante frágil, então a gente saltou para a segunda posição da App Store”.
Para que a iniciativa perdure, a companhia criou um gatilho: se o volume de mensagens de texto crescer 25%, as ligações continuam gratuitas por mais uma semana.
No Viber Out, as chamadas para telefone fixo ou celular começam como uma ligação VoiP (Voz sobre IP, ou seja, pela internet), mas depois têm de ser conectada à rede das operadoras. Por isso, o Viber tem de remunerar as companhias telefônicas. Com a promoção, o aplicativo internalizará esse custo.
Assim como o WhatsApp, o Viber informa que a compra milionária não afetará a forma como ganha dinheiro com o aplicativo e que o objetivo é aumentar o número de usuários. “A gente continuou independente. O que mudou é que a gente tem mais recurso para investir em iniciativas como essa no Brasil”, afirma Barros.
| |
Posted: 25 Feb 2014 05:00 AM PST
Vários rumores e vazamentos só aguçaram a curiosidade de todos, e durante as últimas semanas estávamos ansiosos pela apresentação oficial. Pois bem, o Galaxy S5 foi apresentado em um grande evento na MWC 2014, e veio para colocar a Samsung novamente no posto de líder no segmento de Androids topo de linha, que havia sido tomado por LG e Sony. Com um hardware impressionante e alguns recursos inéditos, o aparelho chega para reinar absoluto…
Particularmente não acho o S5 um aparelho bonito, e tenho que concordar com a jornalista do Wall Street Journal que compara a traseira do S5 dourado com um Band-Aid. Mas o que o aparelho perde em design refinado, compensa tranquilamente com um hardware de primeira linha e alguns recursos até então inéditos no setor.
Para começar, vamos às especificações técnicas:
Com especificações técnicas neste nível, fica claro que a Samsung não está de brincadeira. Vamos destacar alguns pontos que em nossa opinião colocam o S5 novamente no primeiro lugar:
Câmera da pesada:
Se continuar assim, daqui a pouco Nikon a Canon vão a falência, e profissionais da fotografia vão usar seus smartphones para trabalhar… Bom, brincadeiras a parte, o S5 é um poderoso captador de fotos e vídeos, quanto a isso não há dúvidas…
Com sensor mais poderoso, e se aproveitando da velocidade do processador, as imagens capturadas com Galaxy S5 são realmente boas. A resolução máxima das fotos é de 16 megapixels, e o foco automático acontece em 0,3 segundo graças ao Phase Detection. Outro recurso inédito é o HDR em tempo real, tanto para fotos quanto para o vídeo, que entrega fotos superiores em condições de luminosidade desafiadora.
O S5 inaugura um recurso chamado de “Foco Seletivo”, que entrega novas possibilidades para quem gosta de fazer fotos mais elaboradas. Com este recurso, as imagens podem ter o foco em apenas uma área específica, fazendo com que os planos de fundo sejam borrados de uma maneira mais profissional, entregando inclusive efeitos de profundidade de campo, algo que até então só se conseguia com câmeras semi-profissionais ou superiores.
Mas a superioridade do S5 não fica somente nas fotos, e o aparelho consegue também gravar vídeos em Ultra HD 4K, a 30 quadros por segundo.
Ultra Power Saving Mode:
Smartphone e duração de bateria sempre estiveram em lados opostos! Sabendo disso, a Samsung focou em entregar o maior tempo possível de bateria para que usa um Galaxy S5. Além de ter uma generosa bateria de 2.800 mAhA, o S5 foi além e lançou um recurso chamado de Ultra Power Saving Mode, que faz o seguinte: Quando a bateria atinge um nível crítico, sistema liga este recurso, que desliga tudo o que é desnecessário, priorizando a ligação e com isso conseguindo entregar mais várias horas de standby, deixando o aparelho apto a receber ligações e mensagens.
Com isso, a autonomia da bateria do Galaxy S5 pode chegar às 21 horas de conversação e 16 dias em standby!
Duro na queda:
O Galaxy S5 possui certificação IP67, o que significa que é resistente a água e a poeira, podendo ser mergulhado por 30 minutos em até 1 metro de profundidade! Ou seja, não é resistência a um copo de agua, é resistência de fato.
Saúde:
Auxiliar os usuários a manter a forma e ter um estilo de vida mais saudável tem sido o foco de vários fabricantes atualmente. O Galaxy S5 chega com vários recursos neste sentido e promete manter seus donos em forma. O S Health 3.0 traz registro de alimentação, pedômetro e medidor de batimentos cardíacos, tudo focado em entregar uma verdadeira central de registros sobre saúde e exercícios.
Leitor de impressão digital:
Neste ponto a Apple lançou a moda e agora todos os grandes fabricantes devem seguir atrás… Assim como o iPhone 5S, o Galaxy S5 também traz um leitor de digitais, e coincidência ou não, também está localizado na parte inferior da tela. Resta agora saber o que este recurso entregará no aparelho da Samsung.
O Galaxy S5 estará disponível no mercado de 150 países a partir do dia 11 de abril, e muito provavelmente o Brasil está nesta lista, assim como os Estados Unidos, Coreia do Sul e principais países da Europa. Nada foi dito ainda em relação a preços, mas por ser um aparelho de primeiríssima linha, não espere nada barato, principalmente por aqui…
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização"
- Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
|
Sejam Bem Vindos! O que queremos ainda Não Sabemos.O Brasil é um país onde o povo é passivo. O crime compensa. A corrupção é a mãe de todos os crimes e a impunidade embala. A bandidagem seria bem menor sem os bandidos de toga e sua máfia no STF. Aqui você tem uma ideia... lê.Tem outra ideia... relê...E muda de ideia. Assim é a mágica cura do amor e da ciência. Aqui relembramos os fatos que não podem ser esquecidos e frisamos que os que mais podem e sabem são os que nada fazem.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
VIBER LIBERA NO BRASIL LIGAÇÕES GRATUITAS PARA TELEFONE FIXO E CELULARES
A IDADE E A MUDANÇA POR LYA LUFT
Este comentário da escritora, tradutora e poetisa vale para ambos os sexos, com qualquer idade.
Ela está com 77 anos.
A Idade e a mudança
Lya Luft
"Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo.
Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível... A plateia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório
há quase uma hora exibindo minha inteligência,
e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho?
Onde é que nós estamos?'
Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.
Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se 'mudança'.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado
a virar cadáver antes da hora.
A única maneira de ser idoso sem envelhecer
é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme
em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens
do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou
um baita emprego por um não tão bom,
só que em Florianópolis,
onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional.
Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada,
chora-se muito, os questionamentos são inúmeros,
a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita,
e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos,
e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem,
só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho..."
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização"
- Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
Isabela Boscov
No mundo da Lya
A gaúcha Lya Luft se torna uma campeã de
vendagem com a lição de que a vida deve ser
saboreada no que tem de doce e de amargo
Isabela Boscov
Liane Neves |
Lya, na casa que construiu com o primeiro marido, em Porto Alegre: o sucesso depois dos 60 |
|
Existe uma longa (e quase esquecida) tradição filosófica, que começa na Grécia clássica, empenhada em refletir sobre a vida e a morte – ou, mais precisamente, sobre como remover os obstáculos que nos impedem de viver e morrer bem. Há também uma corruptela moderna, e altamente lucrativa, dessa tradição – a auto-ajuda, que trocou a reflexão pelo tom e pelas simplificações dos manuais. Entre esses dois extremos, encontra-se algo raro, que o best-seller Perdas & Ganhos, lançado no ano passado pela escritora Lya Luft, exemplifica. Perdas & Ganhos fala das armadilhas que nós próprios criamos, e que se interpõem entre nós e a fruição plena da vida. Fala do medo da velhice e do quanto ele é injustificado, da desorientação diante da educação dos filhos, da falta de tempo e de como desperdiçamos o pouco que temos em frivolidades, dos rancores passados que ainda norteiam o presente, do fim às vezes inevitável dos casamentos, dos arrependimentos pelas oportunidades que julgamos perdidas.
Fala, também, das rasteiras que vez por outra a vida nos passa, como nascer num lar infeliz ou o sofrimento com a morte de pessoas queridas. Fala, claro, das coisas boas da existência humana – especialmente as ligadas ao amor, em todas as suas formas. Não por acaso, muitos dos leitores do livro de Lya o têm usado como fonte de aconselhamento. Se, à primeira vista, isso parece caracterizar o trabalho da autora gaúcha como representante do segmento de auto-ajuda, um exame um pouco mais atento não demora a dispersar essa impressão – que Lya, aliás, abomina. "A auto-ajuda pretende ensinar as pessoas a serem felizes. Eu quero provocar meus leitores e fazer com que eles pensem", diz. Para tanto, ela se vale de um tom que reproduz o de uma conversa íntima: em uma prosa serena e de polimento nitidamente literário, a autora troca idéias com o leitor, faz reflexões, rememora episódios de sua vida, conta casos que lhe foram transmitidos por outros e emite opiniões – opiniões, frise-se, não conselhos.
Reprodução | Pedro Rubens |
Com Celso Luft e, hoje, com a filha Suzana e as netas Bibi e Nanda: elas já acordam pedindo pela "fofó" |
Trata-se de um casamento feliz entre forma e conteúdo, ao qual o público reagiu de imediato. Lya varreu as livrarias do país como um pé-de-vento: chegou sem aviso e deixou um bocado desarrumada a tradicionalmente estável lista dos campeões nacionais de popularidade. Num mercado editorial em que vendas contadas às dezenas de milhares são um feito de destaque, a escritora gaúcha ultrapassou com facilidade a casa da centena. Já há 150.000 exemplares de Perdas & Ganhos nas mãos dos leitores. Nem há sinal de calmaria no horizonte: no início de fevereiro, o livro voltou ao primeiro posto da relação de mais vendidos de VEJA, na categoria ficção, que tem freqüentado assiduamente nos últimos oito meses e de onde desbancou o antes inexcedível Paulo Coelho.
Agora, seus direitos vêm sendo negociados também para o teatro, com a atriz Regina Duarte entre os principais interessados. Perdas & Ganhos é o 14º livro de Lya, e o primeiro em seus 24 anos de carreira a atingir repercussão e números desse porte. Mas não deve ser o último. Em 5 de março, as primeiras 40.000 cópias do próximo trabalho da escritora, Pensar É Transgredir, chegam às prateleiras das livrarias de todo o Brasil – e não se espera que demorem a sair delas.
Dois capítulos em especial de Pensar É Transgredir demonstram quanto Lya tem o pulso de seus leitores. Em Canção das Mulheres, uma mulher hipotética exorta seu companheiro a tomá-la nos braços quando ela está com medo, sem fazer perguntas demais; a perceber suas fragilidades sem rir nem se aproveitar delas; a não censurá-la quando ela pede um segundo drinque no restaurante; a admirá-la e amá-la mesmo que eventualmente ela perca a paciência, a graça ou a compostura; e assim por diante.
É uma espécie de compêndio das queixas e das dores cotidianas que, somadas, não raro terminam por consumir um relacionamento. Lya, entretanto, costuma ser severa com o recurso das mulheres à vitimização – e por issoCanção dos Homens é ainda mais pungente que a sua contrapartida feminina. Nela, o marido ou amante pede que a mulher não o humilhe por estar ficando calvo ou barrigudo, que não faça gestos públicos de enfado quando ele conta de novo uma mesma piada, que não tire o bebê de seus braços dizendo que homem não tem jeito para isso, que não comente a intimidade do casal com as amigas, que não o acuse quando ele está com pouco dinheiro, que o deixe também ter momentos de fraqueza.
E que atire a primeira pedra a mulher que nunca cometeu um desses pecados – ou que, na visão de Lya, não tenha sucumbido a envenenar o amor com essas doses pequenas, mas cumulativas, de desafeto. "Para viver de verdade, pensando e repensando a vida para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se", escreve a autora em outro ponto de Pensar É Transgredir.
Rafael Campos |
Regina, que negocia os direitos de Perdas & Ganhos: rumo ao teatro |
Essa literatura, que se pode chamar de cunho moral, floresceu desde a Antiguidade – com o grego Epicuro ou o romano Cícero, que além de ser estadista escreveu sobre, por exemplo, a dor pela perda de sua filha – até a segunda metade do século XIX, quando os filósofos alemães estavam na sua dianteira. Mas desde então essa grande presença se converteu numa ausência conspícua.
Hoje, afora o suíço Alain de Botton, que se diverte compilando aquilo que os grandes filósofos pensaram sobre temas caros também ao homem contemporâneo – como a falta de popularidade ou de dinheiro –, não há muitos escritores que se dediquem ao gênero. É essa a lacuna que Lya Luft parece preencher entre seus leitores. Guardadas as diferenças de crença, estilo e alcance, o que ela faz lembra aquilo que tornou o americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882) imensamente popular à sua época: não fornecer respostas para problemas (como a auto-ajuda pretende fazer), mas sim auxiliar homens e mulheres comuns a identificar suas indagações e indicar o caminho para que cada um chegue às suas soluções – um caminho que, em geral, está dentro de nós próprios.
Muito de Pensar É Transgredir se volta para esse tema: aquilo que Lya descreve como "a horrenda banalidade do cotidiano" e os seus efeitos deletérios sobre nossa capacidade de saborear a vida, no que ela tem de doce e de amargo. Mas há dados curiosos no sucesso de Lya. O primeiro é que a sua definição do que é banal não é exatamente a mais corrente. Em seus textos, a escritora é impiedosa com o consumo exagerado, a ânsia com a juventude, o carro, a viagem, o tênis mais caro para o filho. A riqueza, diz ela, está no tempo que se dedica aos filhos, aos amigos, aos amores, à sensualidade e ao trabalho feito com prazer – e que compra, isso sim, uma vida digna.
O público de Lya vem crescendo entre os homens e os jovens, mas é ainda na maioria composto de mulheres maduras. Para elas, que presumivelmente vivem divididas entre escolhas pessoais e profissionais, essa reafirmação de que o afeto é uma prioridade tem algo de alívio e, de tão antiga, também de novidade. O outro fator que chama a atenção em Perdas & Ganhos é que essas coisas não são ditas em tom de chamego, para agradar ao leitor. Não raro, elas tomam a forma de desabafos e chacoalhões, especialmente quando a escritora fala do tópico que mais a incendeia: a obsessão pela juventude, as plásticas que transformam mulheres feitas em caricaturas de adolescentes e o desejo de permanecer infantil também no espírito. Hoje amadurecemos tarde e mal, acredita Lya. Não à toa, portanto, tememos tanto a velhice: chegamos a ela vazios, sem a bagagem interior com que deveríamos nos sustentar em mais essa etapa.
Envelhecer, na definição de Lya, não tem nada a ver com entregar os pontos. Divertida, ela narra uma conversa que ouviu entre sua neta Isabela, de 5 anos, e uma amiguinha, que louvava os dotes culinários de sua avó. "A minha avó não faz bolo", retrucou Isabela. "Ela tem é namorado – e bem bonitão." A foto na mesa de trabalho de Lya confirma o julgamento da neta sobre o novo romance da escritora, um engenheiro carioca que hoje mora em Porto Alegre e sobre o qual ela é muito reticente. "Esse, graças a Deus, ninguém conhece", diz ela, numa referência aos seus casamentos anteriores com figuras públicas – o lingüista Celso Pedro Luft, pai de seus três filhos, e o psicanalista Hélio Pellegrino. Lya não quer nem divulgar o nome de seu novo amor, mas o define assim: "É um homem... bom, interessante, sensível, que vê em mim muito mais o ser humano do que a escritora, que cuida de mim, me entende, me conhece, me faz bem, me faz feliz, me deixa segura, conhece minhas fragilidades e meus segredos. Ele venceu a barreira da minha solidão e da minha reserva. Os verdadeiros encontros são sempre um mistério, não é?".
Lya não tem perdão para os desavisados que vêm perguntar "como é isso de se apaixonar aos 65 anos". "Tenho 65 anos, e não 165", costuma esclarecer, seca. "Ademais, não há nada de estranho em um homem se apaixonar por uma velha gordinha e sensual como eu. As mulheres estão muito chatas: só falam de dieta, e metade do tempo não se pode nem encostar nelas, tantas as cicatrizes de plástica", fulmina. Cirurgia, a escritora só fez uma, depois da morte de Hélio Pellegrino, para amenizar a expressão sombria que o luto deixara em sua fisionomia. Das caminhadas, ela não abre mão, por uma razão "de higiene". "Quero conseguir me levantar sozinha da cadeira aos 80 anos."
O que há de especial na biografia de Lya – e que se reflete na sua literatura – é justamente o que ela tem de tão comum à classe média brasileira: dinheiro curto (pelo menos até o sucesso de Perdas & Ganhos), mãe doente, saudade do pai que morreu cedo demais, casamentos desfeitos, viuvez, alguns filhos perto e outros longe, um olho na rotina da casa e outro sempre no trabalho, pouco tempo para a diversão e para a ginástica. Lya começou a publicar aos 41 anos, quando deu um basta à vida de professora universitária, e foi sempre uma escritora de vendas constantes, mas modestas.
Nunca pôde, portanto, deixar o trabalho como tradutora do alemão e do inglês, de autores que vão de James Joyce a Thomas Mann. Sem ele, não haveria como custear os 2.500 reais mensais da clínica em que mora sua mãe, de 89 anos, que sofre de Alzheimer e Parkinson, ou o salário ("muito bem pago, porque justiça social começa e se aprende em casa") das duas empregadas que tomam conta da residência ampla, construída por ela e Celso Luft nos anos 70. A atividade ali é grande. Quando Suzana, sua filha mais velha, se casou, Lya construiu um novo piso sobre a casa térrea, que foi se ampliando com a chegada das netas Isabela e as gêmeas Fernanda e Fabiana, de pouco mais de 1 ano.
Todas as manhãs, Nanda e Bibi já acordam chamando pela "fofó", que pára o trabalho quantas vezes for preciso para colocá-las no colo, beijar um machucado ou desarrumar seus cachos. Isabela, Suzana e Lya almoçam juntas todos os dias, sempre ao meio-dia – a família é madrugadora, e Suzana, que é pintora pela manhã, tem de correr para o seu consultório de pediatra à tarde. "Não sei o que eu faria sem a minha mãe", diz Suzana. O arranjo funciona na base do respeito mútuo: o térreo e o andar superior têm entradas separadas, e nem mãe nem filha fazem visitas uma à outra sem antes telefonar ou bater à porta, numa demonstração prática dos ensinamentos da escritora sobre ser uma mãe – e uma avó – presente, mas não intrometida.
Suzana tinha 20 anos quando Lya se separou de Celso Luft, e foi a primeira a se aproximar de Hélio Pellegrino. A personalidade calorosa do psicanalista não demoraria a conquistar também Eduardo, o filho mais novo, que hoje é filósofo, e André, o do meio, que é agrônomo e mora em Mato Grosso. "O fim de um casamento não precisa ser o fim de uma relação", diz Lya. "Minha convivência com Celso havia se metamorfoseado numa grande amizade. Eu me mudei para o Rio, com o Hélio, e também Celso foi viver com uma nova companheira", diz ela, rebatendo as versões mais titilantes que circularam pela imprensa. Na festa de noivado de Suzana, Celso e Hélio finalmente se conheceram pessoalmente – e passaram a noite toda engatados numa conversa animada, sem dar a mínima para as respectivas esposas.
Quando Pellegrino morreu de infarto, em 1988, após apenas três anos de convivência, a escritora ficou devastada. "Tinham de me dar comida na boca." Celso, os filhos e os amigos é que a apoiaram, moral e financeiramente, nessa época. É dela também que datam os poemas de O Lado Fatal – numa referência ao lado esquerdo do peito, o do coração –, o único livro que Lya não quer relançar agora que está de editora nova, a Record. "Só o publiquei porque estava meio louca", diz a escritora, para quem hoje os poemas representam uma brecha desconfortável em seu recato. Quatro anos após a morte de Pellegrino, Lya e Celso anularam o divórcio. Não muito depois, o lingüista sofreu um acidente vascular gravíssimo, e aí vieram os três anos de chumbo da escritora, durante os quais sua casa virou um hospital dos mais desesperançados, já que nunca houve chance real de recuperação para Celso.
A psicóloga argentina Martha Herzberg, grande amiga da escritora, morre de rir do jeito dela. "Lya ainda vai morrer estrangulada na echarpe do seu romantismo, como a bailarina Isadora Duncan", diverte-se. Lya confirma: "Por constituição, sou apaixonada. Quando gosto de uma música, passo meses ouvindo só ela, na sala, no carro e no escritório. Mas a paixão é uma coisa para poucos. Ela exige alguma audácia, ou alguma loucura". Nesse quadro, o pai de Lya, o advogado e juiz Arthur Germano Fett, e Celso Luft teriam sido os formadores, os companheiros de aventuras intelectuais e professores de afeto. Pellegrino foi o terremoto.
Entre todas essas lembranças, a que mais abala a escritora é a do pai, que morreu quando ela tinha 35 anos e, em suas palavras, dividiu sua vida ao meio. Nascida no interior do Rio Grande do Sul, numa família que emigrara da Alemanha no início do século XIX, mas ainda se considerava alemã, Lya desde cedo foi a "diferente". Em pequena, certa feita perguntou ao pai o que era aquilo que tanto se revolvia em sua cabeça. "São seus pensamentos", explicou ele, embevecido. Quando a filha quis saber quem era Sócrates, o pai não a mandou passear.
Explicou que o filósofo não deixara escritos, mas algo de seu pensamento podia ser compreendido "neste livrinho aqui". Era um exemplar deO Banquete, de Platão. Lya não entendeu lá muita coisa do livro, mas adorou. Para as tias e avós que a circundavam na então pequena Santa Cruz do Sul, esse tipo de curiosidade não causava tanto entusiasmo. A mãe de Lya, famosa pela beleza e pelo temperamento vivaz, estava ainda em luto pelo seu primogênito quando a filha nasceu. Estranhava mais ainda, portanto, a menina medrosa, quieta, sempre no mundo da lua e enfiada nos livros que tinha em casa. Lya também não lia pela cartilha das boas meninas alemãs de então: não sabia cozinhar (nunca aprendeu, confirmam os filhos), seus bordados eram pavorosos e ela era o que então se chamava uma criança desobediente.
As contravenções de Lya consistiam em mostrar a língua para a mãe, ou não esticar direito os lençóis da cama. Mas bastaram para que, mal despontasse a puberdade, ela fosse despachada para um internato. Foram apenas dois meses longe de casa até que o pai a trouxesse de volta, mas ela diz que o sentimento de traição se tornou inesquecível.
Tímida assim, e dividida entre a idolatria pelo pai e um amor que julgava não correspondido pela mãe, Lya não parecia uma candidata provável a afirmar sua independência. Mas conseguiu atravessar a infância e a adolescência fazendo o que bem entendia. Para começar, detesta o rótulo de "alemã" (ou "alemoa", como gostava de brincar Pellegrino). "Sou tão brasileira quanto qualquer baiana que venda acarajé em Salvador", diz. Aos 19 anos, espantou os pais, luteranos distraídos, convertendo-se ao catolicismo. Não muito mais tarde, conheceu o professor Celso Luft, que era dezoito anos mais velho e desde os 8 vivera num seminário.
Celso abandonou seus votos, aos 43, para se casar com Lya, não sem antes avisá-la de que não tinha o menor pendor para a vida prática. "Não tem problema", respondeu ela. "Eu cuido de tudo." E foi o que ela fez nos mais de vinte anos que durou o casamento. O marido trabalhava duro na universidade – onde Lya também lecionava –, mas não mentira quanto à falta de senso prático. "Um dia, quando eu já estava com o Hélio, ele ligou para minha casa no Rio de Janeiro para perguntar como se trocava o gás", diverte-se Lya.
Fiel ao que ensina hoje em seus livros, ela se preocupava menos em instigar os seus poucos talentos de dona-de-casa e mais em estar presente para os filhos. "Ela não é uma mãe, assim, básica, mas é de uma generosidade inacreditável. Nem na minha adolescência deixamos de nos entender", diz Suzana. André e Eduardo eram mais "tinhosos", e vez por outra voavam chinelos pela casa, na tentativa de conter o ímpeto dos moleques. "Mas tudo sempre terminava em esculhambação", diz Lya.
"No amor, seja com os filhos ou com o marido, o importante é dar a certeza do colo, do ombro, da escuta. Mas sem vigiar ou fiscalizar." Ouvir o carinho com que os filhos falam dela, ou ver as fotos da escritora cercada por seus sete netos, é a prova de que o mundo de Lya, embora tão atribulado quanto o de qualquer mulher brasileira de classe média, é mais harmonioso que o de muitas. Algo que os seus leitores sem dúvida descobriram neste último ano.
|
|
|
|
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização"
- Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
MILITARES DECLARAN SU DESCONTENTO CON EL GOBIERNO DE MADURO
“A este gobierno no le queda mucho tiempo, depende de todos nosotros”, indica un manifiesto de 15 páginas que obtuvo DIARIO LAS AMÉRICAS
Ante la crisis que estremece a Venezuela, militares activos dentro de las Fuerzas Armadas Bolivarianas emitieron un documento manifestando su rechazo al gobierno de Nicolás Maduro y al mandato precedente del expresidente Hugo Chávez.
“Pueblo de Venezuela, estamos con ustedes, les pedimos perdón por los maltratos recibidos por la Guardia Nacional y policías, nosotros también queremos un país mejor”, indicaron los militares en un extenso manifiesto de 15 páginas que obtuvo DIARIO LAS AMÉRICAS.
(VEA EL DOCUMENTO AQUÍ)
El comunicado reúne la opinión de 590 oficiales, además de 1.500 miembros de la Guardia Nacional Bolivariana.
De acuerdo con la fuente que proporcionó el documento, la declaración representa el desagravio de 80% de las Fuerzas Armadas.
El texto comienza dirigiéndose al pueblo de Venezuela, afirmando que “ es muy triste ver los días tan difíciles que estamos atravesando en nuestra patria, por culpa de malas políticas de estado, mala gerencia y mal asesoramiento del gobierno cubano”.
La misiva explica que estos uniformados son afectados por las recurrentes colas que deben hacer como la población civil y destaca que el aparato productivo ya no existe, pues fue acabado por las expropiaciones cometidas por el difunto mandatario.
Otras de las polémicas declaraciones se refieren al problema carcelario que enfrenta el país. “Nosotros como expertos en la materia (GN), los que vivimos el día a día en una cárcel (comandantes de compañía, jefes del servicio de puerta, recorridas y los servicios de garitas), sabemos la realidad en las cárceles, que quienes mandan en ellas son los mal llamados “pranes”, orquestados por nuestra ministra socialista Iris Varela”.
También los militares reconocen la gravedad sobre la censura aplicada en medios de comunicación, acosados por decisiones y excesos del poder ejecutivo para acabar con el flujo informativo y evitar que los ciudadanos se enteren de lo que en realidad está ocurriendo en otros estratos, y reclaman un alto mando con autoridad que pueda negar a las órdenes de reprimir a los manifestantes.
“¿Creen que lanzándonos piedras, palos, bombas caseras, metras, entre otros, van a lograr derrocar un gobierno? No, lo que hacen es enardecer a un guardia nacional que tiene días sin dormir, sin comer bien, sin poder visitar sus familias porque lo más importante de todo esto es acabar con las protestas a como de lugar, con un salario mensual mísero”, indica el documento.
La declaración pretende explicar a los venezolanos las verdaderas prioridades y problemas que enfrentan las fuerzas militares.
“Termina de despertar, Venezuela, así tengas ideologías chavistas, opositoras o apolíticas, que si cayeron los grandes dictadores del mundo, a este gobierno no le queda mucho tiempo, depende de todos nosotros”, concluye el manifiesto.
FUENTE: Diario Las Américas
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização"
- Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
Assinar:
Postagens (Atom)