quinta-feira, 13 de agosto de 2015

'Lembram de 1964?', pergunta presidente do Clube Militar



General Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar (Foto: Ricardo Borges/Folhapress)


Em nota na internet, general Gilberto Pimentel pede 'juízo' a governantes. Ele ficou irritado com programa do PT

NONATO VIEGAS

Presidente do Clube Militar, o general da reserva Gilberto Pimentel publicou nota no site da entidade pedindo "juízo" aos governantes. Com críticas ao programa do PT, exibido na quinta-feira (6), pelo que considerou ironias e "veladas ameaças", ele pergunta: "Lembram de 1964? E aí? Aceitaríamos o caos ou outro Poder constituído convocaria a força legal que dispomos?".

Para Pimentel, a intervenção das Forças Armadas deveria ocorrer no caso de o ex-presidente Lula convocar o "exército do Stédile". Num discurso no início do ano, Lula afirmara querer "paz e democracia, mas também sabemos brigar, sobretudo, quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas". Para o general, o momento dessa briga seria se a Lava Jato chegasse ao ex-presidente. "Adquiri a convicção de que se as investigações da Polícia Federal subirem a rampa do Planalto ou mesmo chegarem ao ex-presidente Lula, vai haver reação", afirmou. Pimentel, no entanto, não explicou à reportagem como ele reagiria se essa hipótese, levantada por ele, se confirmasse.

"Exército do Stédile? Sei lá, não importa, seja que manifestação de força ilegal for, nos remeterá a um quadro que pode tornar insustentável a democracia, construída com sangue e suor de tantos brasileiros", afirma. Ele encerra a nota dizendo que "esse grupo que hoje dirige o Brasil nada aprendeu e, pior, finge governar outro país que não o nosso. Juízo, senhores governantes. Assumam seus erros. O Brasil já pagou caro demais!"

O Clube Militar é uma entidade que reúne oficiais da reserva e da ativa desde 1887. Os ex-presidentes da República Deodoro da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra estiveram à frente do Clube Militar.

EXPRESSO, por Murilo Ramos (Época)/montedo.com

“É humanamente impossível a Lava Jato estancar a corrupção”, desabafa delegado

CURITIBA
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O delegado da Polícia Federal (PF) Igor Romário de Paula afirmou nesta quinta-feira (13) que é impossível a Operação Lava Jato conter a corrupção no país. “É humanamente impossível a operação estancar a corrupção. Estamos falando de um esquema que pagou até o mês passado. Isso é quase um desafio às instituições do país”, disse o integrante da força-tarefa da operação.
Igor Romário participou da entrevista coletiva da 18.ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira e batizada de Pixuleco 2 já que foi um desdobramento da 17.ª fase. As investigações chegaram a um ex-secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, já falecido, mostrando que houve corrupção na pasta em contratos de crédito consignado.
A força-tarefa da Lava Jato disse ter identificado dois repasses desse núcleo do esquema em julho, sendo um deles de R$ 300 mil. Segundo os investigadores, isso demonstra a “audácia” dos envolvidos em seguir com os atos ilícitos mesmo com o decorrer da Lava Jato.
A nova fase traz mais evidências de que a corrupção não atingiu apenas a Petrobras, mas chegou a outras áreas. Igor Romário explicou que os investigadores não fazem pente fino sobre ministérios ou sobre outras estatais, mas que as investigações vão levando a outros setores do governo. “O direcionamento (das investigações) se dá a partir dos fatos que vão se apresentando. Não é critério nosso ver se tem corrupção no Ministério do Planejamento, os fatos é que estão nos levando lá”, explicou o delegado. Os escritórios-alvo de busca e apreensão na 18.ª fase em Curitiba, segundo integrantes da força-tarefa, costumavam prestar serviços ao PT.