sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DECISÃO DE MARCO CIVIL DA INTERNET FOI EMPURRADA PARA 2014

Câmara dos Deputados: ministra da Secretaria de Relações Institucionais confirmou que Marco Civil da Internet será primeiro assunto do Executivo a ser discutido com o Congresso em 2014 Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A alternativa foi negociar a retirada da urgência constitucional da proposta

Carolina Gonçalves, da 
Brasília – Os deputados federais não conseguiram consenso sobre pontos polêmicos do Marco Civil da Internet, que define direitos e deveres de usuários da rede e provedores de conexão.
A alternativa foi negociar a retirada da urgência constitucional da proposta. O pedido foi negado pelo governo, que mandou o recado: a decisão sobre a matéria foi empurrada para 2014, mas terá que ser concluída nas primeiras semanas de trabalho do próximo ano, se os parlamentares quiserem avançar com outras propostas.
O fracasso de entendimento ocorre em ano no qual a espionagem internacional conduzida pelos Estados Unidos na internet e em outros serviços eletrônicos de comunicação entrou na pauta mundial. Até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) se mobilizou e aprovou em dezembro o projeto de resolução O Direito à Privacidade na Era Digital, apresentado por Brasil e Alemanha como reação às denúncias feitas pelo norte-americano Edward Snowden.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, confirmou que o Marco Civil da Internet será o primeiro assunto do Executivo a ser discutido com o Congresso em 2014. O projeto de lei está trancando a pauta da Câmara desde o final de outubro, quando o prazo da urgência constitucional expirou, sobrestando a pauta e impedindo a votação de outras matérias. O regime de urgência constitucional, uma prerrogativa da Presidência da República para projetos de sua autoria, define limite de 45 dias para votação do projeto em cada Casa do Congresso.
A situação foi se agravando à medida em que outros textos também chegaram ao prazo final do regime de urgência. “A pauta da Câmara ficou trancada por quatro meses, no segundo semestre, com projetos carimbados com urgência constitucional vindos do Executivo”, lembrou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), durante um balanço de final de ano.
Alves explicou que o carimbo de urgência constitucional solicitado pelo Planalto impediu que qualquer outro projeto avançasse. “Só pode ser votado depois daquele ter sido aprovado ou votado pelo plenário”, acrescentou.
No caso do Marco Civil, ante questionamentos e dúvidas, o relator da proposta, Alessandro Molon (PT-RJ), alterou alguns pontos do texto para tentar facilitar sua aprovação. O próprio relator admitiu que as mudanças acabaram recaindo mais sobre a redação de alguns artigos e parágrafos do que sobre formas e regras.
Molon garantiu que as mudanças feitas a partir de sugestões de diversas bancadas “não afetam ou prejudicam em nada nenhum dos princípios do projeto”. Ou seja, não retiram do texto os pontos mais polêmicos, como a neutralidade da rede e os princípios de privacidade. Ainda assim, o relator acredita que o texto está pronto para ser votado. Segundo ele, o que foi mudado esclarece dúvidas em torno deste tema e deixa claro que o marco não trará prejuízo para as empresas de internet.
O princípio da neutralidade é o ponto de maior divergência em torno do tema, já que empresários do setor criticam a possibilidade do item prejudicar os negócios e inviabilizar a venda de pacotes por diferentes velocidades. Para o relator, os empresários não entenderam a proposta. “O que não pode é discriminar, por origem, destino ou conteúdo, as informações que quero acessar dentro da velocidade que eu comprei”, explicou.
Segundo Molon, com o novo texto, fica claro que não haverá impedimentos em relação à diferenciação de velocidades, “desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta lei”. Segundo ele, a maioria dos deputados está de acordo com a proposta e a matéria só não avançará “se não houver vontade”.


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TREM CHINÊS PEGA PASSAGEIROS SEM PARAR NA ESTAÇÃO



Trem-bala: para os chineses, parar na estação é perda de tempo China Photos/Getty Images

Chineses criaram um engenhoso sistema que permite embarque e desembarque de passageiros com o trem em movimento

São Paulo -- Engenheiros chineses encontraram uma forma inovadora de agilizar o transporte ferroviário. Eles projetaram um sistema que permite o embarque e o desembarque dos passageiros sem que o trem pare na estação.
O sistema é simples e engenhoso. Na estação, há um compartimento que funciona como plataforma de embarque e desembarque. Ao passar, o trem carrega esse compartimento, permitindo a entrada dos passageiros. 
Na estação seguinte, o mesmo compartimento é liberado com os passageiros que vão desembarcar. Assim, o trem nunca precisa parar. Ele só recolhe e libera os compartimentos de embarque e desembarque em cada estação.





O vídeo abaixo mostra como funciona o projeto chinês:
.Chinese Concept - The train that never stops at a station - cool! .

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A EMOÇÃO ERÓTICA DO BRASILEIRO (E 20 MOTIVOS PARA EVOLUIR)

26/12/2013 
às 14:45 \ Cultura

O primeiríssimo dos 20 motivos pelos quais um suposto americano, casado com uma brasileira, odiou viver por três anos no Brasil foi justamente o tema do meu artigo “Zeca Pagodinho e o heroísmo erótico”, de 5 de janeiro de 2013, que caiu como uma bomba na internet naquele momento em que todos se limitavam a exaltar o então herói da semana, na tragédia de Xerém.
Diz o americano, na listinha que vem circulando pelas redes [o original em inglês está aqui]:

1. Os brasileiros não têm consideração com as pessoas fora do seu círculo de amizadese muitas vezes são simplesmente rudes. Por exemplo, um vizinho que toca música alta durante toda a noite… E mesmo se você vá pedir-lhe educadamente para abaixar o volume, ele diz-lhe para você “ir se fud**”. E educação básica? Um simples “desculpe-me “, quando alguém esbarra com tudo em você na rua simplesmente não existe.

Reproduzo aqui meu artigo a respeito (que também vale ser lembrado em função das tragédias de verão que já se repetem pelo país, como sempre, nesta época de tempestades):



por Felipe Moura Brasil


“Dá nojo de político”, disse Zeca Pagodinho, o herói da semana em Xerém. Mas de qual político, Zeca? Não seria a hora de você se desculpar por ter apoiado Lula tantas vezes? Sim, eu sei, o governador não é ele; é Sérgio Cabral, eleito com o apoio dele. Não é uma trágica ironia ver o naufrágio de uma cidade abandonada pelo afilhado político – e maior discípulo moral – do seu candidato?


Mais do que isso: não é estranho ter nojo de político que nada faz para evitar a morte de 2 moradores, o desaparecimento de mais alguns e o desalojamento de outras centenas em função de uma tempestade de verão (e que mal se move para socorrê-los); e apoiar político que nada faz para evitar, ou melhor, tudo faz para fomentar o assassinato de até 50 mil compatriotas por ano em tempos de “paz”? Não é estranho, Zeca, ter nojo de alguém só quando as vítimas de seu descaso nos são próximas?


Não, respondo eu. Não é estranho. É brasileiro. Zeca Pagodinho representa a índole da cultura nacional. O Brasil é tradicionalmente o país da chamada emoção erótica. Uma emoção limitada ao contato, à proximidade, ao vínculo familiar ou social. Brasileiro é muito unido a quem está dentro de seu círculo e muito indiferente a quem está fora. Ele ama e se preocupa apenas com os seus.
Meira Penna descreve este traço no livro ‘Em berço esplêndido’, o estudo mais útil já escrito sobre o assunto. Diz ele: “O brasileiro traduz literalmente o mandamento cristão de amar o próximo. Acredita que a caridade começa em casa… e talvez nela termine. É a solidariedade do contíguo e do consanguíneo. O próximo é antes de tudo o parente, mas também o amigo, o sócio, o cliente; todos os conhecidos, aqueles com quem se convive e se trabalha; que podem ser vistos, ouvidos e sentidos diariamente. Só estes merecem a expansão específica da cordialidade e da philia. Os desconhecidos, que se danem!”
José Ingenieros, em seu incontornável livro ‘O homem medíocre’, descreve esta mesma limitação afetiva como sintoma de mediocridade: “O medíocre limita seu horizonte afetivo a si mesmo, à sua família, aos seus camaradas, à sua facção; mas não sabe estendê-lo até a Verdade ou a Humanidade, que apenas pode apaixonar ao gênio.”


Longe de mim recriminar Zeca Pagodinho por dirigir seu quadriciclo “desde 6 da manhã” pela cidade alagada, ajudando as vítimas da tragédia serrana. Este é o Zeca que representa justamente o que o brasileiro tem de melhor: o amor aos seus. É o Zeca afetuoso com seus amigos e vizinhos, e solidário quando estes mais precisam dele. É o Zeca que eu ia assistir moleque no antigo Imperator, no Méier, e no Teatro Rival, na Cinelândia – quando seu público ainda cabia ali -, e com quem tanto aprendi sobre simplicidade, espontaneidade e afeto por quem nos é próximo, como ele nunca cansou de demonstrar no palco e na carreira a seus músicos, ídolos, padrinhos e afilhados. Na verdade, há 20 anos acostumado com este Zeca, nem sequer me foi surpresa vê-lo encharcado e emocionado na TV, fazendo pelos seus o que os políticos não fizeram.


Mas Zeca é brasileiro e, como tal, diria Olavo de Carvalho, “decide as questões mais graves do destino humano pelo mesmo critério de atração e repulsa imediatos com que julga a qualidade da pinga ou avalia o perfil dos bumbuns na praia. Daí sua tendência incoercível de tomar a simpatia pessoal, a identidade de gostos (…) como sinais infalíveis de alta qualificação moral”. Não à toa, o sambista já se referiu a Lula como “um homem de bem”, defendendo que ele certamente “não sabia de nada”, porque “Eu mesmo às vezes não sei de coisas da minha vida”.


Em outras palavras: Zeca é tão solidário às pessoas próximas, como Lula, que nem se importa em saber o efeito das ações delas na vida alheia, mesmo quando esses efeitos respingam em seu próprio quintal e até o devastam. O ódio ao conhecimento, a maior desgraça “deste país”, é isso: uma forma de indiferença – um “que se danem!” – ao desconhecido e aos desconhecidos, que sempre acaba por prejudicar, mesmo da maneira mais indireta, aqueles que se conhece. Quem não sabe estender seu horizonte afetivo “até a Verdade ou a Humanidade” pode até praticar o bem com uma mão, mas o mais provável é que, consciente ou inconscientemente, esteja afagando o mal com a outra.


Zeca Pagodinho faria muito bem à população que o aplaude se dissesse ter nojo, especificamente, de Cabral e de Lula, confessando a vergonha de ter apoiado este último, que não só se aproveitou da cisão afetiva nacional, como também, pelo exemplo e pelas atitudes, elevou-a até os limites da crueldade pura e simples, favorecendo sempre os “companheiros” (inclusive os terroristas das Farc), enquanto deixava 50 mil brasileiros desconhecidos morrerem assassinados por ano. Se não fizer isso, Zeca é apenas mais um cidadão ativista que luta bravamente para limpar na vizinhança a sujeira que ajudou a criar no país.


Na sociedade erótica brasileira, como se sabe, até os heróis são (amigos dos) bandidos.

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A quem interessar, seguem aqui os demais itens da listinha do gringo, muitos deles, sem dúvida, derivados do primeiro:

2. Os brasileiros são agressivos e oportunistas, e, geralmente, à custa de outras pessoas. É como um “instinto de sobrevivência” em alta velocidade, o tempo todo. O melhor exemplo é o transporte público. Se eles vêem uma maneira de passar por você e furar a fila, eles o farão, mesmo que isso signifique quase matá-lo, e mesmo se eles não estiverem com pressa. Então, por que eles fazem isso? É só porque eles podem, porque eles vêem a oportunidade, por que eles querem ganhar vantagem em tudo. Eles sentem que precisam sempre tomar tudo o que podem, sempre que possível, independentemente de quem é prejudicado como resultado.


3. Os brasileiros não têm respeito por seu ambiente. Eles despejam grandes cargas de lixo em qualquer lugar e em todos os lugares, e o lixo é inacreditável. As ruas são muito sujas. Os recursos naturais abundantes, como são, estão sendo desperdiçados em uma velocidade surpreendente, com pouco ou nenhum recurso.


4. Brasileiros toleram uma quantidade incrível de corrupção nos negócios e governo.Enquanto todos os governos têm funcionários corruptos, é mais comum e desenfreado no Brasil do que na maioria dos outros países, e ainda assim a população continua a reeleger as mesmas pessoas.


5. As mulheres brasileiras são excessivamente obcecadas com seus corpos e são muito críticas (e competitivas com) as outras.


6. Os brasileiros, principalmente os homens, são altamente propensos a casos extraconjugais. A menos que o homem nunca saia de casa, as chances de que ele tenha uma amante são enormes.


7. Os brasileiros são muito expressivos de suas opiniões negativas a respeito de outras pessoas, com total desrespeito sobre a possibilidade de ferir os sentimentos de alguém.


8. Brasileiros, especialmente as pessoas que realizam serviços, são geralmente malandras, preguiçosas e quase sempre atrasadas.


9. Os brasileiros têm um sistema de classes muito proeminente. Os ricos têm um senso de direito que está além do imaginável. Eles acham que as regras não se aplicam a eles, que eles estão acima do sistema, e são muito arrogantes e insensíveis, especialmente com o próximo.


10. Brasileiros constantemente interrompem o outro para poder falar. Tentar ter uma conversa é como uma competição para ser ouvido, uma competição de gritos.


11. A polícia brasileira é essencialmente inexistente quando se trata de fazer cumprir as leis para proteger a população, como fazer cumprir as leis de trânsito, encontrar e prender os ladrões, etc. Existem Leis, mas ninguém as aplica, o sistema judicial é uma piada e não há normalmente nenhum recurso para o cidadão que é roubado, enganado ou prejudicado. As pessoas vivem com medo e constroem muros em torno de suas casas ou pagam taxas elevadas para viver em comunidades fechadas.


12. Os brasileiros tornam tudo inconveniente e difícil. Nada é simplificado ou concebido com a conveniência do cliente em mente, e os brasileiros têm uma alta tolerância para níveis surpreendentes de burocracia desnecessária e redundante. Brasileiros pagam impostos altos e taxas de importação que tornam tudo, especialmente produtos para o lar, eletrônicos e carros, incrivelmente caro. E, para os empresários, seguir as regras e pagar todos os seus impostos torna quase impossível o negócio ser rentável. Como resultado, a corrupção e os subornos em empresas e governo são comuns.


14. É quente como o inferno durante nove meses do ano, e não há ar-condicionado nas casas, porque as casas não são construídas para ser herméticamente isoladas ou incluir dutos de ar.


15. A comida pode ser mais fresca, menos processada e, geralmente, mais saudável do que o alimento americano ou europeu, mas é sem graça, repetitiva e muito inconveniente. Alimentos processados, congelados ou prontos no supermercado são poucos, caros e geralmente terríveis.


16. Os brasileiros são superssociais e raramente passam algum tempo sozinho, especialmente nas refeições e fins de semana. Isso não é necessariamente uma má qualidade, mas, pessoalmente, eu odeio isso porque eu gosto do meu espaço e privacidade, mas a expectativa cultural é que você vai assistir (ou pior, convidar amigos e família) para cada refeição e você é criticado por não se comportar “normalmente” se você optar por ficar sozinho.


17. Brasileiros ficam muito perto, emocional e geograficamente, de suas famílias de origem durante toda a vida. Como no #16, isto não é necessariamente uma má qualidade, mas pessoalmente eu odeio porque me deixa desconfortável e afeta meu casamento. Adultos brasileiros nunca “cortam o cordão” emocional e sua família de origem (especialmente as mães) continuam se envolvendo diariamente em suas vidas, nos problemas, decisões, atividades, etc. Como você pode imaginar, este é um item difícil para o cônjuge de outra cultura onde geralmente vivemos em famílias nucleares e temos uma dinâmica diferente com as nossas famílias de origem.


18. Eletricidade e serviços de internet são absurdamente caros e ruins.


19. A qualidade da água é questionável. Os brasileiros bebem, mas não morrem, com certeza, mas com base na total falta de aplicação de leis e a abundância de corrupção, eu não confio no governo que diz que é totalmente seguro e não vai te fazer mal a longo prazo.


20. E, finalmente, os brasileiros só tem um tipo de cerveja (aguada) e realmente é uma porcaria, e claro, cervejas importadas são extremamente caras.




PS: Quem tem pavor de “generalizações”, como se as exceções não estivessem nela embutidas e como se criá-las não fosse objetivo da análise de um povo ou de uma cultura à medida que traz à luz da consciência também os seus traços gerais negativos, favor ir ler Turma da Mônica. A vida intelectual não é para bocós.




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O Brasil é campeão em tudo o que não presta.
Ficar bêbado é “cool”. Além disso, já há os que fingem estar bêbados por, vá lá, questão de “status”.
Acabei de voltar de uma livraria, tomei umas quatro ou cinco porradas no ombro e nem sequer um leve sinal de desculpa!
E eu não estava no Maracanã em dia de jogo não!!! Estava em uma livraria!!!

“Brasileiros e tão mau caráter que jamais lhe dirão não mesmo que não tenham a menor intenção de fazer o que você acertou ou lhes pediu”.

A FOME NA UCRÂNIA - UM DOS MAIORES CRIMES DO ESTADO FOI ESQUECIDO



por , sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Como ocorre em todos os regimes totalitários, a Rússia bolchevista temia toda e qualquer manifestação de sentimento nacionalista entre aqueles povos que eram reféns do regime.  A propaganda bolchevique relativa aos direitos das várias nacionalidades dentro da esfera de influência da Rússia mascarava o temor do regime em relação ao poder do nacionalismo.

No início de 1918, o líder russo Vladimir Ilitch Lênin tentou impor um governo soviético sobre o povo da Ucrânia, o qual, apenas um mês antes, em janeiro, havia declarado sua independência.  De início, o objetivo de Lênin havia sido aparentemente alcançado.  Esse governo soviético imposto à Ucrânia tentou de imediato suprimir as instituições educacionais e sociais ucranianas; há até relatos sobre a Cheka, uma precursora da KGB, matando pessoas pelo crime de falar ucraniano nas ruas.

Embora o povo ucraniano tenha, ao final de 1918, conseguido restabelecer sua república, essa vitória foi efêmera.  Lênin, sem dúvida, iria querer incorporar a Ucrânia ao sistema soviético de qualquer jeito, porém seu real desejo de assegurar o controle da Ucrânia era por causa de seus grandes recursos naturais.  Em particular, a Ucrânia ostentava o solo mais fértil da Europa — daí o seu apelido de "o manancial da Europa".

Já no início de 1919, um governo soviético havia novamente sido estabelecido na Ucrânia.  Porém, esse novo governo soviético acabou se tornando mais um fracasso.  Todos esses eventos estavam ocorrendo durante aGuerra Civil Russa, e a ajuda de facções rivais contribui para um segundo triunfo da independência ucraniana.

Com esses dois fracassos, o regime de Lênin aprendeu uma valiosa lição.  De acordo com Robert Conquest, autor do livro The Harvest of Sorrow (A colheita do sofrimento), "Concluiu-se que a nacionalidade e a língua ucraniana eram de fato um elemento de grande peso, e que o regime que ignorasse isso de maneira ostentosa estaria fadado a ser considerado pela população como uma mera imposição usurpadora." 

Quando os soviéticos adquiriram o controle da Ucrânia pela terceira e última vez em 1920, eles constataram que iriam enfrentar uma contínua resistência e incessantes insurreições a menos que fizessem grandes concessões à autonomia cultural ucraniana.  E assim, pela década seguinte, os ucranianos basicamente não foram incomodados em seu idioma e em sua cultura. 

Porém, uma facção dos comunistas russos se mostrou incomodada com isso, e seguidamente alertava que o nacionalismo ucraniano era uma fonte de intolerável divisão dentro do quadro militar soviético, e que, mais cedo ou mais tarde, a situação teria de ser confrontada de alguma maneira.

Avancemos agora oito anos no tempo.  Em 1928, com Josef Stalin firmemente no poder, a União Soviética decidiu implantar uma política de requisição compulsória de cereais — uma maneira polida de dizer que o governo iria tomar à força todo o cereal cultivado pelos camponeses, pagando em troca um preço fixado arbitrariamente pelo governo, muito abaixo dos custos de produção.  

A liderança soviética, em decorrência tanto de informações equivocadas quanto de sua típica ignorância dos princípios de mercado, havia se convencido de que o país estava no limiar de uma crise de escassez de cereais.  

A requisição compulsória funcionou, mas apenas no limitado sentido de que forneceu ao regime todo o volume de cereais que ele julgava ser necessário.  Porém, tal política solapou fatalmente a confiança futura dos camponeses no sistema.  Durante a Guerra Civil Russa, em 1919, para tentar combater a fome da população urbana, Lênin havia confiscado em escala maciça os cereais de vários camponeses, que foram chamados de especuladores e sabotadores.  Agora em 1928, a possibilidade de novos confiscos, algo que os camponeses imaginavam ser apenas uma aberração bárbara da época da Guerra Civil, passaria a ser uma constante ameaça no horizonte.

Os camponeses, naturalmente, passaram a ter menos incentivos para produzir, pois sabiam perfeitamente bem que, dali em diante, os frutos de seu trabalho árduo poderiam ser facilmente confiscados por um regime sem lei — o mesmo regime que havia prometido aos camponeses, quando da promulgação da NEP em 1921, que eles poderiam produzir e vender livremente.

Foi apenas uma questão de tempo para que o regime decidisse embarcar em um amplo programa de coletivização forçada das propriedades agrícolas, uma vez que a abolição da propriedade privada da terra era um importante aspecto do programa marxista.  Os camponeses despejados foram enviados bovinamente para enormes fazendas estatais.

Essas fazendas iriam não apenas satisfazer as demandas da ideologia marxista, como também iriam resolver o grande problema prático do regime: garantir que uma quantidade adequada de cereais fosse ofertada às cidades, onde o proletariado soviético trabalhava duramente para expandir a indústria pesada.  Fazendas coletivas estatais significavam cereais estatizados.

Alguns especialistas tentaram alertar Stalin de que seus objetivos, tanto industriais quanto agrícolas, eram excessivamente ambiciosos e estavam em total desacordo com a realidade.  Mas Stalin nem queria ouvir.  Um de seus economistas, diga-se de passagem, chegou a afirmar que "Nossa tarefa não é estudar a ciência econômica, mas sim mudá-la.  Não estamos restringidos por nenhuma lei.  Não reconhecemos leis.  Não há uma só fortaleza que os bolcheviques não possam atacar e destruir."

Paralelamente à política de coletivização forçada implantada por Stalin, ocorreu também uma brutal campanha contra os grandes proprietários de terras, fazendeiros ricos conhecidos como "kulaks", os quais o governo temia liderarem movimentos de resistência contra a coletivização.  Mas era uma fantasia de Stalin imaginar que apenas os kulaks se opunham à coletivização; toda a zona rural estava unida contra o governo.  (Até mesmo o Pravdanoticiou um incidente no qual uma mulher ucraniana tentou bloquear a passagem de tratores que estavam chegando para começar a trabalhar nas fazendas coletivizadas; a mulher gritara "O governo soviético está recriando a escravidão!").

Stalin falava abertamente de sua política de "liquidar toda a classe dos kulaks"; eles eram a classe inimiga da zona rural.  Com o passar do tempo, como era de se esperar, a definição padrão de o que constituía um kulak foi se tornando bastante ampla, até finalmente chegar ao ponto em que o termo — e as terríveis penalidades que eram aplicadas a todos aqueles infelizes a quem o termo era aplicado — podia ser aplicado a praticamente qualquer camponês.

Uma historiografia sobre o Partido Comunista, autorizada pelo próprio, relatou que "os camponeses caçaram impiedosamente os kulaks por toda a terra, tomaram todos os seus animais e todo o seu maquinário, e então pediram ao regime soviético para aprisionar e deportar os kulaks."  Como descrição do reino de terror imposto aos kulaks, esse relato não pode nem sequer ser classificado como uma piada sem graça.  

O regime, e não os camponeses, é quem perseguiu os kulaks.  No final, de acordo com uma testemunha ocular, para que um homem fosse condenado a um destino cruel, bastava que "ele tivesse pagado algumas pessoas para trabalhar para ele como empregados, ou que ele tivesse sido o proprietário de três vacas."

As quase 20 milhões de propriedades agrícolas familiares que existiam na Rússia em 1929 estariam, cinco anos depois, concentradas em apenas 240.000 fazendas coletivas.  Ao longo de grande parte de toda a história soviética, não era incomum algumas pessoas obterem a permissão para ser donas, em locais distintos, de alguns poucos acres de terra para uso privado.  Quando Mikhail Gorbachev assumiu o poder em 1985, os 2% de terra agrícola que eram propriedade privada produziam nada menos que 30% de todos os cereais do país — uma resposta humilhante para todos aqueles que ignorantemente afirmavam que a agricultura socializada seria mais eficiente que a agricultura capitalista, ou que eles poderiam alterar a natureza humana ou reescrever as leis da economia.

Na mesma época em que Stalin começou a coletivização forçada, em 1929, ele também recriou a campanha contra a cultura nacional ucraniana, campanha essa que estava dormente desde o início da década de 1920.  Foi na Ucrânia que a política de coletivização stalinista deparou-se com a mais ardorosa e violenta resistência — o que não impediu, entretanto, que o processo já estivesse praticamente completo por volta de 1932.  Stalin ainda considerava a contínua e inabalável presença do sentimento nacionalista ucraniano uma permanente ameaça ao regime, e decidiu lidar de uma vez por todas com aquilo que ele via como o problema da 'lealdade dividida' na Ucrânia.

A primeira etapa de sua política foi direcionada aos intelectuais e personalidades culturais da Ucrânia, milhares dos quais foram presos e submetidos a julgamentos ridículos e escarnecedores.  Após isso, tendo retirado de circulação aquelas pessoas que poderiam se transformar em líderes naturais de qualquer movimento de resistência, Stalin passou então a atacar o próprio campesinato, que era onde estava o real núcleo das tradições ucranianas.


Mesmo com o processo de coletivização já praticamente completo na Ucrânia, Stalin anunciou que a batalha contra os perversos kulaks ainda não estava ganha — os kulaks haviam sido "derrotados, mas ainda não exterminados."  Stalin começaria agora uma guerra — supostamente contra os kulaks — direcionada aos poucos fazenderios que ainda restavam e dentro das próprias fazendas coletivas.  Dado que, a essa altura, qualquer pessoa que por qualquer definição cabível pudesse ser classificada como um kulak já havia sido expulsa, morta ou enviada para campos de trabalho forçado, essa nova etapa da campanha soviética na Ucrânia teria o objetivo de aterrorizar os camponeses comuns.  Estes deveriam ser física e espiritualmente quebrados, e sua identidade de seres humanos seria drenada deles à força.

Stalin começou estipulando metas de produção e entrega de cereais, as quais os ucranianos só conseguiriam cumprir caso parassem de se alimentar, o que os faria morrer de fome.  O não cumprimento das exigências era considerado um ato de deliberada sabotagem.  

Após algum tempo, e com a produção e entrega inevitavelmente abaixo da meta, Stalin determinou que seus ativistas confiscassem dos camponeses todo o volume de cereais necessário para o governo ficar dentro da meta estipulada.  Como a produção era baixa, os camponeses frequentemente ficavam sem nada.  

O desespero se instalou.  Um historiador conta que uma mulher, por simplesmente ter tentado cortar para si um pouco do seu próprio centeio, foi levada presa junto a um de seus filhos.  Após conseguir fugir da prisão, ela coletou, com a ajuda do seu filho, alguns poucos itens comestíveis e foram viver na floresta.  Morreram após um mês e meio.  As pessoas eram sentenciadas a dez anos de prisão e a trabalhos forçados pelo simples fato de colherem batatas, ou até mesmo por colher espigas de milho nos pedaços de terra privada que elas podiam gerir.  Tudo tinha de ser do governo.

Os ativistas comunistas afirmavam que os sabotadores estavam por todos os lados, sistematicamente retendo e escondendo comida, impedindo o abastecimento das cidades, e desafiando as ordens de Stalin.  

Esses ativistas invadiam de surpresa as casas dos camponeses e faziam uma varredura no local em busca de alguma comida escondida.  Aqueles ativistas mais bondosos ainda deixavam algum resquício de comida para as famílias, porém os mais cruéis saíam levando absolutamente tudo o que encontravam.

O resultado foi totalmente previsível: as pessoas começaram a passar fome, em números cada vez maiores.  Um camponês que não tivesse a aparência de alguém que estava esfomeado era imediatamente considerado suspeito pelas autoridades soviéticas de estar estocando comida.  

Como relata um historiador, "Um ativista comunista, após fazer uma busca minuciosa pela casa de um camponês que não aparentava a mesma fome dos demais, finalmente encontrou um pequeno saco de farinha misturada com casca de árvore e folhas.  O material foi confiscado e despejado em um lago do vilarejo."
Robert Conquest cita o testemunho de outro ativista:
Eu ouvi as crianças... engasgando sufocadas, tossindo e gritando de dor e de fome.  Era doloroso ver e ouvir tudo aquilo.  E ainda pior era participar de tudo aquilo.... Mas eu consegui me persuadir, me convencer e explicar a mim mesmo que aquilo era necessário.  Eu não poderia ceder; não poderia me entregar a uma compaixão debilitante .... Estávamos efetuando nosso dever revolucionário.  Estávamos obtendo cereais para a nossa pátria socialista....
Nosso objetivo maior era o triunfo universal do comunismo, e, em prol desse objetivo, tudo era permissível — mentir, enganar, roubar, destruir centenas de milhares e até mesmo milhões de pessoas...
Era assim que eu e meus companheiros raciocinávamos, mesmo quando... eu vi o real significado da "coletivização total" — como eles aniquilaram os kulaks, como eles impiedosamente arrancaram as roupas dos camponeses no inverno de 1932-33.  Eu mesmo participei disso, percorrendo a zona rural, procurando por cereais escondidos.... Junto com meus companheiros, esvaziei as caixas e os baús onde as pessoas guardavam seus alimentos, tampando meus ouvidos para não ouvir o choro das crianças e a lamúria suplicante das mulheres.  Eu estava convencido de que estava realizando a grande e necessária transformação da zona rural; e que nos dias vindouros as pessoas que viveriam ali estariam em melhor situação por minha causa.
Na terrível primavera de 1933, vi pessoas literalmente morrendo de fome.  Vi mulheres ecrianças com barrigas inchadas, ficando azuis, ainda respirando mas com um olhar vago esem vida.... Eu não perdi a minha fé.  Assim como antes, eu acreditava porque eu queria acreditar.
Em 1933, Stalin estipulou uma nova meta de produção e coleta, a qual deveria ser executada por uma Ucrânia que estava agora à beira da mortandade em massa por causa da fome, que havia começado em março daquele ano.  Vou poupar o leitor das descrições mais gráficas do que aconteceu a partir daqui.  Mas os cadáveres estavam portodos os lados, e o forte odor da morte pairava pesadamente sobre o ar.  Casos de insanidade, e até mesmo de canibalismo, estão bem documentados.  As diferentes famílias camponesas reagiam de maneiras distintas à medida que lentamente iam morrendo de fome:
Em uma choupana, era comum haver algum tipo de guerra entre a família.  Todos vigiavam estritamente todos os outros.  As pessoas brigavam por migalhas, tomando restos de comida umas das outras.  A esposa se voltava contra o marido e o marido, contra ela.  A mãe odiava os filhos.  Já em outra choupana, o amor permaneceria inviolável até o último suspiro da família.  Eu conheci uma mulher que tinha quatro filhos.  Ela costumava lhes contar lendas e contos de fadas com a intenção de fazê-los esquecer a fome.  Sua própria língua mal podia se mover, mas mesmo assim ela se esforçava para colocá-los em seus braços, ainda que ela mal tivesse forças para levantar seus braços quando eles estavam vazios.  O amor vivia dentro dela.  E as pessoas notaram que, onde havia ódio, as pessoas morriam mais rapidamente.  Entretanto, o amor não salvou ninguém.  Todo o vilarejo sucumbiu; todos juntos, sem exceção.  Não restou uma só vida.
Normalmente é dito que o número de ucranianos mortos na fome de 1932-33 foi de cinco milhões.  De acordo com Robert Conquest, se acrescentarmos outras catástrofes ocorridas com camponeses entre 1930 e 1937, incluindo-se aí um enorme número de deportações de supostos "kulaks", o grande total é elevado para entorpecentes 14,5 milhões de mortes.  E, mesmo assim, se apenas 1% dos alunos do ensino médio já tiver ouvido falar sobre esses eventos, isso já seria um pequeno milagre.

Durante o artigo, referi-me várias vezes a Robert Conquest, um excelente historiador da União Soviética.  Conclamo, insisto e exorto qualquer pessoa com interesse nesses eventos a ler seu extraordinário livro The Harvest of Sorrow.  A leitura flui como se fosse um romance — mas a história relatada é excessivamente real.


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Ocupação Amarildo de Souza - Florianópolis

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MONUMENTO AO GENOCÍDIO DE INOCENTES VÍTIMAS DO COMUNISMO



1º - MONUMENTO ÁS VÍTIMAS DO COMUNISMO (aqui)

2º - HOMENAGEM AOS MORTOS NA INTENTONA COMUNISTA DE 1935 (aqui)

3º - A FOME NA UCRÂNIA - UM DOS MAIORES CRIMES DO ESTADO FOI ESQUECIDO (aqui)

4º - O FASCISMO Foi durante muitos anos, o mais sólido interlocutor do comunismo (aqui)

5º - O SOCIALISTA TIRANO GENOCIDA, JOSEPH STALIN E O SEU HOLODOMOR (aqui