Com essa conseqüência, eles governam os movimentos de todos os corpos no Universo. Isso demonstra que todos os corpos giram de oeste para leste e que todos os circuitos formados pelos corpos em movimento vão do ocidente para oriente, girando em torno de um centro. O símbolo demonstra que este centro é a força primária, isto é, o Grande Infinito, o Todo-Poderoso.
Assim, a cruz swastica não é somente considerada como um emblema do fogo, um sinal solar, mas como centro ou eixo do mundo, que os “teósofos” nazistas situaram em Tula, capital da Hiperbórea.
Se a cruz gamada é bem o emblema da raça hiperbórea, que não seria outra senão a dos “grandes arianos louros de olhos azuis”, compreende-se que Hitler, tenha feito dela o emblema do seu partido.
Quanto à orientação destrógira desse sinal na bandeira nazista, muito se discutiu sobre o assunto, sem, entretanto se chegar a uma resposta satisfatória. Afirmou-se assim que a direção da rotação da swastika nazista era uma inversão de sua orientação normal e correspondia às forças negras, sustentadoras de Hitler, em luta aberta contra o bem.
Em realidade a cruz suástica é comumente representada indiferentemente destrógira ou sinistrógira na Grande Fraternidade Branca da Índia e do Tibete, sem que os ocultistas vejam nela um símbolo “negro” ou “branco”.
O que se pode observar é que swastika (sinistrogira) simboliza a “marcha do tempo”. Aquele que inverte o sentido pretende, pois, “parar o tempo”. Isso corresponde bem à ética de Hitler “homem contra o tempo”, que imaginava entravar durante um milênio a “degenerescência” anunciada na última idade de nosso ciclo, chamada pelos hindus kali-yuga ou idade do ferro.
Nessa perspectiva, o sobressalto nazi-racista, reatando com a “tradição primordial”, deveria preparar os tempos futuros e forjar uma elite de “super-homens” que resistiriam à catástrofe final. As coisas não se passaram exatamente como Hitler pensava, pois ele mesmo foi triturado por sua obra que não mais controlava.
Voltando a cruz suástica, pode-se assinalar sua grande difusão na Antiguidade, tanto no Ocidente como no Oriente, embora hoje ela permaneça um emblema sagrado da única parte do mundo em que o Sol se levanta.
No ombro de uma dessas divindades pode-se observar a presença de uma cruz swastika esculpida. Encontram-se numerosos traços da suástica na região dos Pirineus, e o emblema aparece também entre os bascos sob a forma de uma cruz com vírgulas, como no Brasão de Armas da cidade de Bayonne.
Se nos restringirmos só a dados históricos, a mais antiga presença da swastika foi encontrada na Índia bramânica. A swastika seria o instrumento original usado pelos Brâmanes para a produção do fogo sagrado.
Deste modo, a cruz gamada representa os fenômenos cósmicos do Fogo Celeste, o relâmpago e o raio. Com esta interpretação, estamos próximos da exegese nazista, que faz da swastika o Sol negro o princípio oculto da energia situado num mundo etéreo, além do visível, na linha da filosofia de Jâmblico e da Gnose.
Explicando melhor: a cruz gamada, símbolo do Sol visível, representa o lado esotérico da doutrina, enquanto que sua significação esotérica é a do Sol invisível.
No Tibete, o povo vê na swastika sobretudo um “talismã”, uma insígnia de algo muito importante, ligado ao caráter sagrado de cruz gamada nos templos budistas. A cruz gamada chama-se em tibetano gyung-drung e os lamas consideram-na como o sinal místico por excelência, em alusão ao “rei do mundo”, soberano invisível da Terra. A lenda, retomada por “Saint-Yves d´Alveydre” no seu livro Missão à Índia, afirma que o “mestre da Agarta” possui um selo com a cruz gamada. É certo que Gengis Khan usava um anel com a cruz gamada, ainda conservado no museu de Oulan-Bator (Mongólia). Esse anel, segundo a tradição, pertencera ao “rei do mundo”, que o presenteara ao fundador do Império mongol.
Na Idade Média os cátaros bogomilos dos Bálcãs, secretamente afiliados ao culto solar – uma dissidência do catolicismo, que foram todos mortos pelos soldados da quarta cruzada, na cidade Montségur – adotaram a swastika, como se vê nos castelos de Montségur e de Quéribus, que eram verdadeiros templos. Ali, a cruz gamada era o sinal de sua filiação maniqueísta dedicada à luz.
O SOL OCULTO E A
NATUREZA PRIMORDIAL
* Mario J. B. Oliveira
Existe em algum lugar, neste vasto mundo, um livro antigo - tão antigo que os nossos modernos arqueólogos poderiam examinar-lhe as páginas durante um tempo infinito sem contudo chegarem a um acordo quanto à natureza do tecido sobre o qual ele foi escrito. É a única cópia original que existe atualmente. O mais antigo documento hebraico sobre a ciência secreta - a Siphra Dzeniouta foi compilado à partir desse livro, e isso numa época em que já o consideravam uma relíquia literária. Uma de suas ilustrações representa a Essência Divina emanada de Adão como um arco luminoso que tende a formar um circulo; depois de atingir o ponto mais alto dessa circunferência. a glória inefável endireita-se novamente, e volta à Terra, trazendo no vórtice um tipo superior de Humanidade. Quanto mais se aproxima de nosso planeta, mais a Emanação se torna sombria, até que, ao tocar o solo, ela é tão negra como a noite. Do Livro Ísis sem Véu, H. P, Blavatsky.
O que poderíamos dizer do "Sol Oculto", e a "Natureza Primordial"? Pois habitamos o planeta Terra, em sua quarta Ronda, ou Quarta Cadeia Planetária, em uma escala de sete Planetas. São sete os planos de manifestação da Natureza.
O nosso caminhar, propiciou o despertar da individualidade e consequentemente gerou uma personalidade transitória, renovada em cada nova Vida ou encarnação no plano Físico. Todo essa jornada foi fruto das experiências vividas.
A figura 1, representa as Sete Rondas da Cadeia Planetária Terrestre, composta dos
Globos A, B, C, D, E, F e G. As linhas são ciclos que as Mônadas percorrem, e correspondem a uma Ronda. Atualmente estamos na Quarta Ronda da Cadeia Terrestre, representada pelo Globo D. Como poderia o Homem Físico em seu obscurecimento pela Matéria densa conhecer e compreender o "Sol Oculto", e a "Natureza Primordial"?
H. P. Bravatsky em seu obra Ísis sem Véu, assim se expressa: "Tem havido uma infinita confusão de nomes para expressar uma única e mesma coisa. O caos dos antigos; o sagrado fogo de zoroastrino, ou o Âtas-Behrâm dos pârsîs; o fogo de Hermes; o fogo de Elmes dos antigos alemães; o relâmpago de Cibele; a tocha ardente de Apolo; a chama sobre o altar de Pan; o fogo inextinguível do templo de Acrópolis, e de Vesta; a chama ígnea do elmo de Plutão; as chispas brilhantes sobre os capacetes dos Dióscuros. Sobre a cabeça de Górgona, o elmo de Palas, e o caduceu de Mercúrio; o Ptah egípcio, ou Râ; o ZeusKataibates (o que desce); as línguas de fogo pentecostais; a sarça ardente de Moisés; a coluna de fogo doÊxodo, e a "lâmpada ardente" de Abraão; o fogo eterno do "poço sem fundo"; os vapores do oráculo de Delfos; a luz sideral dos Rosacruzes; o ÂKÂSA dos adeptos hindus; a luz astral de Éliphas Lévi; a aura nervosa e o fluido dos magnetizadores; o od de Raichenbach; o globo ígneo, ou o gato-meteoro de Babenet; o Psicode e a força extênica de Thury; a força psíquica de Sergeant E. W. e do St. Crookes; o magnetismo atmosférico de alguns naturalistas; galvanismo; e finalmente, eletricidade, são apenas nomes diversos para inúmeras manifestações diferentes, ou efeitos da mesma misteriosa causa que a tudo penetra."
Os antigos chamaram-no de Caos; Platão e os pitagóricos designaram-no como a Alma do Mundo. De acordo com os hindus, a Divindade em forma de éter invade todas as coisas. É o fluido invisível, mas, como dissemos antes tangível. Entre outros nomes, este Proteu universal - ou "o nebuloso Onipotente", como o chama sarcasticamente de Mirville - foi designado pelos teurgistas como o "fogo vivo", o "Espírito de Luz", e Magnes. Este último nome indica as suas propriedades magnéticas e revela sua natureza mágica. Pois, como acertadamente disse um de seus inimigos, são dois ramos que crescem do mesmo tronco, e que produzem os mesmos resultados."
Magnetismo é uma palavra cuja origem cumpre remontar a uma época incrivelmente antiga. A pedra chamada magnete derivaria seu nome, como muitos acreditam, de Magnésia, uma cidade ou distrito da Tessália, onde essas pedras eram encontradas em abundância. Acreditamos, contudo, que a opinião dos hermetistas é correta. A palavra magh, magus, deriva do sânscrito Mahat, o grande ou o sábio (o ungido pela sabedoria divina). "Eumolpo é o fundador mítico dos eumolpidae (sacerdotes); os sacerdotes remontavam sua própria sabedoria à Inteligência Divina". As várias cosmogonias mostravam que a Alma Universal era considerada por todas as nações como a "mente" do Criador Demiurgo, a Sophia dos gnósticos, ou o Espírito Santo como um princípio feminino. Pitágoras ensinava a seus discípulos que Deus é a mente Universal difundida através de todas as coisas, e que esta mente, apenas pela virtude de sua identidade universal, poderia comunicar-se de um objeto a outro e criar as coisas apenas pela força de vontade do homem. Para os antigos gregos,Kurios era a Mente de Deus (Nous). "Ora, Koros [Kurios] significa a natureza pura e imaculada do intelecto - a sabedoria", diz Platão. Kurios é Mercúrio, a Sabedoria Divina, e "Mercúrio é o Sol', do qual Thor-Herrnes recebeu esta sabedoria divina, a qual, por sua vez, ele comunicou ao mundo em seus livros.
Hércules é também o Sol - o celeiro celestial do magnetismo universal: ou antes, Hércules é a luz magnética que, tendo feito seu caminho através do "olho aberto do céu", penetra as regiões do nosso planeta e assim se torna o Criador. Hércules executa os doze trabalhos, valente Titã! Chamam-no "Pai de Tudo" e "autonascido" (autophuês). Hércules, o Sol, é morto pelo Demônio. Tífon como Osíris, que é o pai e o irmão de Hórus, e ao mesmo tempo é idêntico a ele; e não devemos esquecer que o ímã chamava-se o "osso de Horus", e o ferro, o "osso de Tífon". Chamam-no "Hércules Invictus apenas quando ele desce ao Hades (o jardim subterrâneo), e, colhendo as "maçãs douradas" da 'árvore da vida', mata o dragão. O poder titânico bruto, o "revestimento" de todo deus solar, opõe a força da matéria cega ao espírito divino, que tenta harmonizar todas as coisas da Natureza.
Todos os deuses solares, com seu símbolo, o Sol Visível, são os criadores da natureza física, apenas. A espiritual é obra do Deus Superior - o SOL Oculto, Central e Espiritual, e de seu Demiurgo - a Mente Divina de Platão, e a Sabedoria Divina de Hermes Trimegistro - a sabedoria emanada de Olam ou Cronos. Após a distribuição do fogo puro, nos mistérios samotrácios, uma nova vida começava. Era esse o "novo nascimento" a que alude Jesus em seu diálogo noturno com Nicodemos. "Iniciados nos mais sagrados de todos os mistérios, purificando-nos (...) tomamo-nos justo e santos com sabedoria." "Soprou sobre eles e lhes disse: 'Recebi o Santo Pneuma. E este simples ato de força de vontade era suficiente para comunicar o dom da profecia em sua forma mais nobre e mais perfeita se o instrutor e o iniciado fossem dignos dele.
Afirma-se que esta Substância Primordial contém em si a essência de tudo o que contribui para a formação do homem; ela tem não apenas todos os elementos de seu ser físico, mas também o próprio "sopro de vida" num estado latente, pronto para ser despertado. Isto ela recebe da "incubação" do Espírito de Deus sobre a face das águas - o caos; de fato, esta substância é o próprio caos. Paracelso afirmou ser capaz de com ela criar os seus homunculi; e eis por que Tales, o grande filósofo natural, sustentava que a água era o princípio de todas as coisas da Natureza.
O que é esse caos primordial, senão o éter. O moderno éter; não tal como é conhecido por nossos cientistas, mas tal como era conhecido pelos antigos filósofos, muito tempo antes de Moisés; éter, como todas as suas propriedades misteriosas e ocultas, que contém em si os germes da criação universal; Éter, a virgem celeste, a mãe espiritual de toda forma e ser existentes, de cujo selo, assim que são "incubadas" pelo Espírito Divino, nascem a matéria e a vida, a força e a ação. Eletricidade, magnetismo, calor, luz e ação química são tão pouco conhecidos, mesmo agora que fatos recentes estão constantemente alargando o círculo de nosso conhecimento! Quem sabe onde termina o poder desse gigante protéico - éter; ou onde está a sua misteriosa origem? Quem, queremos saber, nega o espírito que age nele e dele extrai todas as formas visíveis?
O Sol, que vemos, a estrela central de nosso sistema, é apenas o reflexo, sombra ou casca do verdadeiro Sol Central espiritual. Para o próprio Sistema, o Sol é Buddhi, por ser o reflexo e o veículo do verdadeiro Sol, que é Âtman, invisível neste plano. Nesta reflexão estão todas as forças Foháticas.
E qual é a forma de manifestação do Sol Central Espiritual? É através do Ponto que poderíamos denominar de Ponto Zero ou Ponto Laya, localizado nas proximidades do Sol visível. Trata-se de um Ponto Magnético, e desconhecido da Ciência atual, que o confunde com o Sol visível. É através Dele que manifesta-se o Logos, e é por esse Ponto que a Natureza Primordial inicia sua descida para a materialização e consequentemente a criação do Sistema. Observe o leitor que conforme o relato acima, e face a Sabedoria Antiga, todos estão falando da mesma "Natureza Primordial", e o "Sol Oculto". Nosso objetivo aqui é demostrar que existe uma Força poderosa e criadora que entra constantemente em nosso Universo, chamada pelas religiões de Deus, essa Força está em todos os lugares ao mesmo tempo, tornando-se o Universo um Ponto vibrante infinito, sendo o nosso Sistema Solar, apenas um Ponto dentro desse Ponto vibrante Infinito.
Após a Criação, o Logos alimenta todo o Sistema, através do Sol visível, que é a sua manifestação, sendo que, cada partícula sua é decididamente parte dos seus veículos, e toda a matéria física do Sistema Solar tomado como totalidade constitui o Seu Corpo Físico; toda a matéria Astral; toda a matéria Mental, o seu Corpo Mental, e assim por diante.
A Primeira Emanação provém do seu Terceiro Aspecto, dando aos átomos previamente existentes o poder de se agruparem nos elementos químicos. Numa fase ulterior, os reinos da Natureza se estabelecem de maneira definitiva; chega a Segunda Emanação do Seu Segundo Aspecto, que forma as almas grupais de minerais, vegetais e animais. Isto é a descida do princípio de Cristo, ou princípio Buddhico na matéria, condição indispensável à sua existência. No reino humano, o próprio Ego, manifestação da Terceira Emanação, provém do Seu Primeiro Aspecto, o Pai Eterno e Onipresente.
Diga-se de passagem que antes que o Sistema Solar fosse levado a manifestar-se, o Logos formou-lhe todo o esquema em Sua Mente, e, ao fazê-lo existir simultaneamente em Seu Plano Mental. Imaginou-o assim, não só, como é agora, mas como foi em cada momento do passado e como será em cada momento do futuro.
Dito isto, atente o leitor para a figura 2, ela contém os Planos de Manifestação da Natureza. Como já foi dito acima, cada ínfima partícula, seja qual for o Plano, ali existe a presença do Logos, e consequentemente a Natureza Primordial, com seu incessante Fluxo e Refluxo.
Os Planos da Natureza
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Imanifestado - Parabrahman, o Principio Eterno, a Única Realidade Absoluta.
Adi - O Primeiro, primitivo, Primordial.
Anupâdaka - "Sem Pais", Existentes por si mesmos.
Âtman Superior - ou Átmico Superior - O Espírito Universal ou a Mônada Divina, assim chamada a constituição Setenária do homem. Alma Suprema.
Âtman Inferior - Veículo de Buddhi.
Buddhi - Mente ou Alma Universal.
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"A expansão e a contração da "Tela" - ou seja, do material ou dos átomos de que é feito o mundo - exprimem aqui o movimento de pulsação; porque é a contração e a expansão regular do Oceano infinito e sem praias daquilo que podemos chamar o número da Matéria, emanada de Svabhâvat, que constituem a causa da vibração universal dos átomos."(...) "Em todo átomo existe calor interno e calor externo, o Sopro do Pai (Espírito) e o Sopro (Calor) da Mãe (Matéria)." (Blavatsky, em A Doutrina Secreta, pg. 202) |
* Mário J. B. Oliveira, Membro da Loja Teosófica São Paulo
Bibliografia:
Blavatsky, H. P.; Ísis sem Véu, São Paulo, Pensamento.
Blavatsky, H. P.; A Doutrina Secreta; Rio de Janeiro, C. Brasileira S. A.
Blavatsky, H. P.; Glossário Teosófico, São Paulo, Ground Ltda.
Taimni, I. K.; O Homem, Deus e o Universo, São Paulo, Pensamento.
Powell, A. E.; O Sistema Solar, São Paulo, Pensamento.