segunda-feira, 2 de abril de 2012

Lugares delgados, onde renovamos nosso olhar sobre as coisas

Por Eric Weiner, The New York Times News Service/Syndicate
Lugares delgados, onde renovamos nosso olhar sobre as coisas


Viajar, como a vida, é algo melhor compreendido em retrospectiva, mas que se deve experimentar com foco no futuro, para parafrasearmos Kierkegaard. Depois de décadas de peregrinação, só agora um padrão está emergindo. Eu tenho atração por lugares que seduzem e inspiram, tranquilizam e inquietam; lugares onde, por alguns momentos felizes, a pressão da morte sobre a vida se dissipa para mim, e consigo respirar de novo. Acontece que esses destinos têm um nome: lugares delgados.
Temos que reconhecer que esse é um termo estranho. Poderíamos perdoar alguém por pensar que lugares delgados descrevem nações magras (como o Chile) ou, talvez, cidades povoadas por pessoas magras (como Los Angeles). Não, os lugares delgados são muito mais profundos do que isso. São locais onde a distância entre o céu e a terra deixa de existir e somos capazes de vislumbrar o divino, o transcendente, ou, como gosto de pensar, o Infinito, seja lá o que ele for.
Viajar a lugares delgados não conduz necessariamente a algo tão grandioso quanto uma "descoberta espiritual importante", independentemente do que isso signifique, mas é capaz de nos desorientar. De nos confundir. Perdemos nossa consciência do entorno e encontramos uma nova. Ou não. De qualquer maneira, perdemos nossa forma antiga de ver o mundo, e é aí que reside a magia transformadora das viagens.
Não está claro quem proferiu primeiro o termo "lugares delgados", mas é quase certo que o fez com sotaque irlandês. Os antigos pagãos celtas e, mais tarde, os cristãos, usaram o termo para descrever lugares fascinantes, como a ilha de Iona (agora parte da Escócia), varrida pelo vento, ou os picos rochosos de Croagh Patrick. O céu e a terra, diz o ditado celta, estão a apenas 1 metro de distância, mas nos lugares delgados essa distância é ainda menor.
O que exatamente faz um lugar ser delgado, então? É mais fácil dizer o que um lugar delgado não é. Um lugar delgado não é necessariamente um lugar tranquilo nem divertido, nem sequer belo, embora possa ser todas essas coisas também. A Disney World não é um lugar delgado. Nem Cancún. Os lugares delgados nos relaxam, sim, mas eles também nos transformam _ ou, mais precisamente, nos desmascaram. Nos lugares delgados, nós nos tornamos o que há de mais essencial em nós mesmos.
Os lugares delgados são muitas vezes sagrados _ a Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Mesquita Azul, em Istambul _ mas não precisam ser, pelo menos não de modo tão convencional. Um parque ou até mesmo uma praça da cidade podem ser um lugar delgado. Assim como um aeroporto. Eu adoro aeroportos. Eu adoro a sua qualidade hermética, autônoma, e a maneira como eles me fazem sentir que estou flutuando, suspenso entre o ir e vir. Um dos meus preferidos é o internacional de Hong Kong, uma maravilha em termos de estética e eficiência. Eu poderia passar horas _ dias! _ sentado no deck do seu mezanino, vendo a vida se desdobrar lá embaixo. Por outro lado, o aeroporto Kennedy é predominantemente um lugar espesso. Espalhado por oito terminais, ele não tem centro de gravidade, nada para se agarrar. (Também não há nada minimamente transcendente em uma fila da Administração de Segurança de Transporte.)


The inside of St. Patrick's Cathedral in New York, Feb. 29, 2012. St. Patrick's is among a group of locales considered to be thin places, where the distance between heaven and earth collapses, can relax us and transform us -- or, more accurately, unmask us. (Angel Franco/The New York Times)


Um bar também pode ser um lugar delgado. Faz um tempo, deparei-me com um bar muito delgado, escondido no bairro de Shinjuku, em Tóquio. Como muitos desses estabelecimentos, ele era pequeno _ com apenas quatro lugares e quase com o tamanho de banheiro grande _ mas inspirava a admiração que se presta às catedrais. A madeira polida era escura e lisa, o whisky de malte estava iluminado de tal forma que brilhava. Utilizando um cinzel, o garçom se manifestava _ não há outra palavra para isso _ em cubos de gelo que se elevavam ao nível de arte. O lugar era tão confortável com o que era, tão à vontade com sua própria natureza _ a sua "natureza autêntica", como diriam os budistas _ que eu pude apenas me sentir da mesma maneira.
Mircea Eliade, o especialista em religião, entenderia o que eu experimentei naquele bar de Tóquio. Ao escrever sua obra clássica "O Sagrado e o Profano", ele observou que "algumas partes do espaço são qualitativamente diferentes das outras". Um provérbio apache leva essa ideia um passo adiante: "A sabedoria está nos lugares".
A questão, claro, é: quais são esses lugares? E como é que chegamos até eles? Não se planeja uma viagem para um lugar delgado; você esbarra em um deles. Mas existem medidas que você pode tomar para aumentar as chances de encontrar a delgadeza. Para começar, não tenha nenhuma expectativa. Nada se interpõe frente a uma verdadeira experiência mais do que as expectativas, o que explica por que tantas "viagens espirituais" são decepcionantes. E não conte com guias _ ou mesmo amigos _ para identificar os seus lugares delgados. Até certo ponto, a delgadeza, como a beleza, está nos olhos de quem a vê. Ou, dito de outra maneira: o lugar delgado de uma pessoa é espesso de outra.
Chegar a um lugar delgado geralmente requer um pouco de suor. Não é típico que alguém pegue um táxi para um lugar delgado, mas às vezes é possível. Foi assim que minha filha de 7 anos e eu chegamos à Catedral de St. Patrick, em Nova York. Com a câmera de vídeo na mão, ela se detinha entre cada estátua dos diversos santos, maravilhando-se, falando baixinho entre as suas poses e armaduras.
Nem todos os lugares sagrados, porém, são delgados. Carregados de história e das nossas expectativas desproporcionais, eles entram em colapso sob o peso de sua própria sacralidade, e possuem a mesma divindade de uma estação rodoviária. Para mim, Jerusalém é um desses lugares. Acho o ar de lá tão denso por conta da animosidade, tão carregado com o peso de injustiças históricas, que qualquer delgadeza que se oculte sob a superfície não tem a menor chance. Andando pela Cidade Velha, com seus quatro distritos segregados, sinto os meus músculos ficarem tensos (em comparação, eu respiro com maior facilidade na supostamente ímpia Tel Aviv).
Felizmente, o túmulo de Rumi, na Turquia, não conheceu tal destino. Está bastante vivo. Pessoas de todo o mundo muçulmano (e não muçulmano) visitam o túmulo, no centro da cidade turca de Konya, para prestar homenagem ao laureado poeta do Islã. O caixão de Rumi está envolto em um tapete verde, e em cima dele há um chapéu cilíndrico preto, do tipo usado pelos dervixes. Seus poemas do século XIII transbordam um amor extático por Alá, e seu lugar de descanso reflete isso. As pessoas se sentem motivadas a ficar lá por mais tempo. Algumas ficam no canto, lendo Rumi. Outras se perdem em uma oração silenciosa. Reparei na presença de uma mulher que andava devagar pelo chão acarpetado, com mão sobre o coração e lágrimas de alegria escorrendo pelo rosto.
Talvez o mais delgado dos lugares seja Boudhanath, no Nepal. Apesar do fato de que foi engolido por Katmandu, Boudha _ como muitos chamam o lugar _ mantém o aconchego autônomo da aldeia que é. Lá a vida gira, literalmente, em torno de um gigantesco estupa branco ou santuário budista. A qualquer hora do dia, centenas de pessoas circundam o estupa, entoando mantras, amassando contas do "rosário tibetano" e fazendo girar as rodas de oração.
Eu acordava em Boudha a cada amanhecer e ficava maravilhado com a luz, leitosa e mole, bem como com os sons: o clique-claque das rodas de oração, o murmúrio dos mantras, o tilintar das persianas das lojas se abrindo, o risonho tibetano falado. Surgiram algumas poucas dezenas de mosteiros em torno da estupa. E há restaurantes onde se pode saborear um pinot noir decente, enquanto se olha nos olhos do Buda, que tudo veem. Trata-se de uma confluência rara e maravilhosa entre o sagrado e o profano.
Muitos lugares delgados são selvagens, indomáveis, mas as cidades também podem ser surpreendentemente delgadas. Os primeiros centros urbanos do mundo, na Mesopotâmia, não foram construídos como locais de comércio ou império, mas, sim, para que os habitantes pudessem entrar em contato com os deuses. Existiria lugar melhor para se maravilhar com a glória de Deus e sua obra (através de seus subcontratados: nós) do que o Bund, em Xangai, com arranha-céus que lembram os Jetsons se desenhando lá em cima, ou Montmartre, em Paris, com a glória gótica da cidade revelada lá embaixo?
As livrarias também são lugares delgados, e, para mim, nenhuma é mais delgada do que a Powell's, de Portland, Oregon. Claro, existem livrarias grandiosas e mais antigas, mas nenhuma possui essa mistura de ordem e acaso da Powell's, especialmente na sua coleção de livros usados _ Tchekhov dividindo espaço alegremente com "Finanças pessoais para iniciantes", e Balzac trocando carícias com Grisham.
No entanto, em última instância, uma contradição inerente acompanha qualquer passeio espiritual: o divino supostamente transcende o tempo o e espaço, ainda que o procuremos em lugares muito específicos e em momentos muito específicos. Se Deus (independente de como seja definido) está em toda parte e em "todos os momentos", como os aborígenes australianos expressam de modo tão maravilhoso, então por que alguns lugares são delgados e outros não? Por que o mundo inteiro não é delgado?
Talvez ele seja, mas somos demasiado espessos para nos darmos conta. Talvez os lugares delgados ofereçam vislumbres do céu, mas não da Terra como ela realmente é, livre de peso. Desmascarada.
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POLÍTICA/TERRORISMO/ECONOMIA - Guardião do islamismo surge como nova voz decisiva do Egito
Por David D. Kirkpatrick, The New York Times News Service/Syndicate
Guardião do islamismo surge como nova voz decisiva do Egito
Cairo _ Por mais de doze anos, Khairat el-Shater liderou sua família, que inclui 10 filhos, seu vasto império comercial e o maior movimento islâmico do Egito, a Irmandade Muçulmana, de dentro da cadeia.
A cada semana, ele organizava audiências dentro da prisão, onde jovens Irmãos Muçulmanos apresentavam dossiês sobre a organização, que chegavam às vezes a ter 200 páginas. Seus funcionários também o visitavam com frequência, para pedir conselhos estratégicos sobre empresas de software, tecidos, produção de ônibus e móveis, além de outros negócios. E, antes de concordar com os casamentos de suas oito filhas, ele recebeu a visita de cada pretendente dentro do presídio. Alguns dos noivos foram prisioneiros com ele, outros viajaram até lá, e cinco deles se casaram na sua presença, atrás das grades.
Hoje, el-Shater, com 62 anos, exerce uma influência muito maior.
Um ano depois que a derrubada de Hosni Mubarak trouxe a liberdade a el-Shater, ele se tornou a voz mais influente dentro da liderança da Irmandade, uma nascente do Islamismo político que tem 83 anos de história, num momento em que o grupo se estabeleceu como o poder dominante dentro da política egípcia.
Com um controle rigoroso sobre o Parlamento Egípcio, o braço político da Irmandade está organizando a criação do próximo gabinete, enquanto el-Shater prepara cerca de 500 futuros oficiais para formar um governo de oposição. Como principal arquiteto das políticas do grupo, el-Shater está supervisionando os planos para um novo Egito, negociando com seus atuais governantes militares o papel que desempenharão no futuro, moldando sua relação com Israel e com uma minoria interna de cristãos, e desenvolvendo as políticas econômicas que a Irmandade espera que irão ressuscitar a moribunda economia egípcia.
Com um nível de poder que ele nem sonhava ter quando ainda perambulava pelas prisões de Mubarak vestindo um agasalho esportivo branco, el-Shater hoje se reúne com embaixadores internacionais, executivos de corporações internacionais e escritórios de Wall Street, além de um exército de senadores americanos e outras autoridades, para explicar a visão da Irmandade. Segundo ele, para a Irmandade, o Islã precisa de democracia, mercados livres e tolerância em relação a minorias religiosas.
Supporters of the Muslim Brotherhood attend Friday prayers at a mosque in the Muslim Brotherhood stronghold of the Al-Wardian neighborhood of Alexandria, Egypt, Jan. 20, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Nurses and patients inside a hospital operated by the Muslim Brotherhood in Cairo, Jan. 18, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Mas ele também afirmou que as eleições recentes provaram que os egípcios desejam um Estado explicitamente islâmico. E ele está guiando a sua criação a partir de uma posição que, segundo seus críticos, poderá minar o seu compromisso diante da democracia aberta: ele está no topo de uma organização misteriosa e hierárquica, moldada por anos de trabalho clandestino, que ainda exige que seus membros _ inclusive os que estão no Parlamento _ jurem obediência à posição de seus líderes, seja no campo religioso, beneficente, ou político.
"O ponto de referência islâmico regula a vida em sua totalidade, politicamente, economicamente e socialmente; não temos essa distinção" entre religião e Estado, disse el-Shater em uma longa entrevista. "A Irmandade Muçulmana é uma organização baseada em valores, que se expressa por diferentes meios políticos, econômicos, esportivos, sociais e relacionados com a saúde. Você não pode simplesmente pegar uma parte de um lugar e outra parte de outro _ não é assim que as coisas são feitas."
Ex-esquerdista, el-Shater é hoje um empresário milionário e o maior financiador da Irmandade, e já foi reconhecido durante anos como o defensor mais importante da moderação e da modernização dentro do grupo.
No entanto, dentro do novo contexto da jovem democracia egípcia, seus críticos _ que incluem tanto liberais quanto islamistas _ o acusam de usar a compreensão abrangente do Islã adotada pela Irmandade como uma ferramenta de poder político. Contra os dissidentes, que argumentam que, em uma sociedade livre, a Irmandade deveria permitir que seus membros decidissem sozinhos como aplicar o islamismo à política, el-Shater assumiu a visão tradicional que o grupo tem de si mesmo, de que é o guardião de um ponto de vista único, que os outros devem pegar ou largar.
Ele defende a visão tradicional que o grupo tem de si mesmo, de uma sociedade dentro de uma sociedade, onde a política é utilizada como apenas mais uma ferramenta, junto com a pregação e a caridade, para empurrar a sociedade na direção de um modelo islâmico. Ele liderou uma campanha interna de repressão a membros mais jovens, que procuravam modificar a cultura fechada e hierárquica da organização. Além disso, também defendeu a expulsão de membros da Irmandade que discordassem das decisões tomadas pelo dominante Conselho Orientador _ entre eles um famoso ex-líder da Irmandade, Abdel Moneim Aboul Fotouh, que hoje está concorrendo à presidência.
Em uma entrevista, ele explicou que a Irmandade acredita que o conceito islâmico da "shura", ou consulta, significa democracia representativa. Ele afirmou que o grupo apoia o direito dos indivíduos com pontos de vista mais seculares de competir em eleições diretas e justas. Caso surgissem discordâncias quanto à melhor maneira de aplicar os ensinamentos islâmicos à vida pública, a sociedade deveria contar com meios democráticos para resolver qualquer divergência.
Women wait for their turn to buy food items at a discounted market operated by the Muslim Brotherhood in Alexandria, Egypt Jan. 20, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
A woman sits in a makeshift classroom inside the female section of the Al Farouq Mosque where the Muslim Brotherhood runs a literacy program in Cairo, Jan. 18, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Mas ele argumenta que os parâmetros para a escolha das políticas a serem adotadas devem ser estabelecidos por especialistas, que se baseiem não apenas na economia, na ciência política e em outras disciplinas, mas também em um profundo conhecimento do Islã.
"Com o tempo, será melhor contar com alguém que conheça os dois lados", ele disse. No entanto, os liberais afirmam que, na prática, a visão da Irmandade já tornou o seu Conselho Orientador _ onde el-Shater é a voz dominante _ o verdadeiro supervisor do próximo governo do Egito. "Hoje, o Egito está sendo governado de dentro do Conselho Orientador da Irmandade", disse em uma entrevista Mohamed Abu Hamed, um legislador declaradamente liberal, usando os eventos que ocorreram em uma festa recente na Embaixada Indiana para ilustrar sua tese.
Segundo Abu Hamed, políticos, diplomatas e empresários, todos passaram direto pelos representantes eleitos e foram cumprimentar el-Shater, da mesma maneira que costumavam fazer com Gamal, o filho e herdeiro de Mubarak.
"Isso é um indicador de onde se encontra o poder", disse Abu Hamed.
Filho de um mercador da cidade de Mansoura, el-Shater foi um ávido socialista durante seus anos de formação, sob o governo do presidente Gamal Abdel Nasser, lendo muitos livros, inclusive de marxistas ocidentais de meados do século XX. No entanto, depois da desastrosa guerra de Nasser contra Israel, em 1967, el-Shater entrou para o movimento estudantil. Aos 18 anos, passou quatro meses na prisão, foi expulso da escola e se alistou precocemente no exército.
Ele afirma que o que o atraiu para a Irmandade Muçulmana foi a abrangência da organização. "Ela fala sobre a construção do indivíduo, da família, da sociedade e do Estado", ele disse. "Ela fala sobre economia, sociologia e cultura."
Members of the Salafist Nour Party during a rally in Giza, Egypt, Jan. 19, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Men at a mosque frequented by members of the Muslim Brotherhood in Cairo, Jan. 13, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Ele também passou a investir em seus próprios negócios e, com outro promissor empresário da Irmandade, Hassan Malek, fundou uma das primeiras empresas de software do Egito, a Selsabeel, que teve o exército egípcio como um de seus clientes.
Então, em 1995, à medida que o poder de influência de el-Shater crescia dentro da Irmandade, o governo confiscou a empresa após um julgamento militar. El-Shater foi condenado a uma das quatro penas de detenção cumpridas durante o governo de Mubarak. Ao todo, permaneceu 12 anos na prisão, mais que qualquer outro líder da Irmandade. Líderes da Irmandade afirmam que seu papel central nas questões financeiras do grupo fez dele um alvo preferencial, e hoje é um dos motivos de seu poder e influência.
No entanto, depois que el-Shater foi solto, em março do ano passado, muitos membros jovens da Irmandade e reformistas afirmam terem ficado desapontados com o homem que viram. Ele reclamam que o seu discurso de democracia e tolerância para o Egito não se estende para uma reforma da Irmandade. "Fomos enganados", disse Mohamed al-Gibba, ex-integrante de 27 anos.
No contexto de um Egito mais aberto e democrático, alguns membros da Irmandade argumentaram que o grupo deveria permitir que seus integrantes participassem da política por conta própria, enquanto se concentra em seu trabalho missionário, em suas pregações e em suas ações de caridade. Além de Aboul Fotouh, o candidato a presidente, muitos reformistas tentaram concorrer com plataformas pós-islamistas, entre eles alguns membros mais jovens que, contra a orientação dos mais velhos, ajudaram a dar início ao levante contra Mubarak.
Apesar disso, el-Shater ajudou a liderança da Irmandade a criar um novo partido político _ o Partido da Liberdade e da Justiça _, financiado e controlado pela própria Irmandade. Os membros da Irmandade são proibidos de contestar publicamente as posições do partido.
El-Shater afirmou em uma entrevista que o único motivo que levou a Irmandade a criar um partido ostensivamente independente foi que a lei egípcia assim exigia. Se não fosse por isso, ele afirma que as duas entidades seriam "uma só".
"Vocês têm duas escolhas", el-Shater afirma ter dito a um grupo de jovens dissidentes da Irmandade. "Ou vocês ficam na Irmandade Muçulmana e no seu partido, ou, se insistirem em outro partido, serão vocês que deixarão a Irmandade."
Families gather outside a low-cost food market operated by the Muslim Brotherhood in Alexandria, Egypt, Jan. 20, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Men wait inside a hospital operated by the Muslim Brotherhood in Cairo, Jan. 18, 2012. With firm control of Egypt's Parliament, the political arm of the Muslim Brotherhood, Egypt's largest Islamist movement, is holding talks to form the next cabinet while Khairat el-Shater is grooming about 500 future ministry officials as a government-in-waiting. (Moises Saman/The New York Times).
Dissidentes afirmam que el-Shater forçou a conformidade até em controversas questões internas. Ele está supervisionando a revisão do material didático interno da Irmandade para que ele reflita uma postura mais tolerante em relação a Israel, à medida que o braço político do grupo é obrigado a lidar com os Acordos de Camp David. Pessoas próximas a ele afirmam que ele começou a discutir as possibilidades de oferecer imunidade ou inspeção limitada dos orçamentos de defesa como moedas de troca para afastar suavemente os generais dominantes do poder. Ele também promove uma visão do Islã que inclui uma economia favorável a empresas e ao mercado livre. "Eles reprimiram qualquer um que tivesse opiniões diferentes sobre a economia", disse Mohamed Habib, ex-vice Guia Supremo da Irmandade, que também deixou o grupo recentemente por causa da sua intolerância em relação a discordâncias políticas internas.
"A Irmandade é um grupo para muçulmanos, mas não é 'o' grupo para muçulmanos", ele reclamou.
No entanto, autoridades dos Estados Unidos afirmam que, no momento, têm valorizado a eficácia tranquila de el-Shater.
"Ele é o cara dos bastidores", disse o senador americano Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul, que participou de uma reunião recente com el-Shater e outros legisladores, na sua maioria republicanos. "Ele é muito impressionante."
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