ANTROPOLOGIA - Um método para estudar a movimentação dos
antigos nômades
Os gregos antigos tinham uma palavra para designar as pessoas que viviam nas estepes selvagens e áridas da Eurásia, que se estendem desde o Mar Negro até a fronteira com a China. Elas eram nômades, o que significava "vaguear em busca de pasto". Eram andarilhos e, não raro, ferozes guerreiros montados. Essencialmente, eram "os outros" para as civilizações agrícolas e cada vez mais urbanas que surgiram no primeiro milênio a.C.
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"
Blog: http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com
E-mail: cinenegocioseimoveis@gmail.com
Perfil no Facebook: http://www.facebook.com/#!/olimpiapinheiro22 (POR FAVOR ME ADICIONE)
Perfil no Twitter: @cinenegocios
antigos nômades
Os gregos antigos tinham uma palavra para designar as pessoas que viviam nas estepes selvagens e áridas da Eurásia, que se estendem desde o Mar Negro até a fronteira com a China. Elas eram nômades, o que significava "vaguear em busca de pasto". Eram andarilhos e, não raro, ferozes guerreiros montados. Essencialmente, eram "os outros" para as civilizações agrícolas e cada vez mais urbanas que surgiram no primeiro milênio a.C.
Como os nômades não deixaram escrita, ninguém sabe como eles próprios se
chamavam. Para seus vizinhos alfabetizados, eles foram os onipresentes e
misteriosos citas ou sacas, que talvez sejam o mesmo povo. Em todo caso, esses
nômades eram olhados com desprezo _ o outro muitas vezes é _ como um estágio
intermediário ou ultrapassado da evolução cultural. Eles tinham dado um passo
além do modo de vida dos caçadores-coletores, mas estavam muito aquém de se
estabelecer para plantar e colher, ou da vida social e economicamente mais
complexa das cidades.
Porém, nos últimos anos, os arqueólogos superaram essa mentalidade, pondo fim
a alguns dos vastos silêncios do passado da Ásia Central.
Essas escavações dissipam noções de que as sociedades nômades eram menos
desenvolvidas do que muitas das sedentárias. Espólios funerários que chegam a
datar do século VIII a.C. mostram que esses povos estavam prosperando através de
uma estratégia pastoral de mobilidade, mantendo redes de intercâmbio cultural
(nem sempre pacíficas) com poderosos vizinhos estrangeiros, tais como os persas
e, mais tarde, os chineses.
Algumas das descobertas mais esclarecedoras que sustentam essa imagem revista
estão vindo agora de túmulos chamados kurgans, situados nas montanhas Altai do
leste do Cazaquistão, perto das fronteiras com a Rússia e China. A partir da
qualidade e do acabamento dos artefatos e do número de cavalos sacrificados, os
arqueólogos chegaram à conclusão de que esses foram enterros de membros da elite
da sociedade do final do IV e início do século III a.C. Por doação, troca ou
roubo, eles tinham adquirido bens de prestígio, e os seus artesãos os adaptaram
a tempo de acordo com o seu impressionante repertório artístico próprio.
Quase metade dos 250 objetos de uma nova exposição, "Nômades e Redes: A
Antiga Arte e Cultura do Cazaquistão", vem de enterros como esses, de um povo
conhecido como a cultura Pazyryk. O material, que em grande parte está sendo
apresentado ao público pela primeira vez, pode ser visto no Instituto para o
Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova York, graças a empréstimos
cedidos por quatro dos museus nacionais do Cazaquistão. Dois exemplos
discretamente espetaculares são 13 peças de ouro de adorno pessoal, conhecidas
como o tesouro Zhalauli, de figuras de animais fantásticos, e o diadema Wusun,
um peça de ouro com pequenas aberturas e pedras semipreciosas incrustadas,
proveniente de um enterro realizado no Vale Kargaly, no sul do Cazaquistão. O
diadema combina características nômades e chinesas, incluindo animais compostos
no estilo cito-siberiano e um dragão com chifres em uma paisagem ondulante de
nuvens.
V. Efimov/A. Kh. Margulan Institute of Archaeology, Almaty
via The New York Times
Presidential Center of Culture, Astana via The New York
Times
Entre os artefatos encontrados em escavações recentes de kurgans há peças de ouro; madeira e chifre talhados; uma sela de couro; uma almofada de couro para a cabeça do falecido; e têxteis, cerâmicas e bronzes. Segundo arqueólogos, a abundância de bens de prestígio nos enterros revela a forte diferenciação social da sociedade nômade.
No catálogo da exposição, publicado pela editora da Universidade de Princeton, Jennifer Y. Chi, curadora-chefe do instituto, afirma que a coleção retrata "um mundo de grupos nômades que, longe de serem subdesenvolvidos, fundiam padrões distintos de mobilidade com práticas rituais aparentemente sofisticadas, que expressam uma ligação estreita com o mundo natural, práticas funerárias complexas e redes e contatos estabelecidos com o mundo exterior".
Andando pela exposição, Chi apontou para tesouros nômades, observando: "A percepção popular desses povos como meros vagabundos não caiu no gosto dos novos estudiosos".
As escavações dos kurgans de Altai, perto da aldeia de Berel, foram iniciadas em 1998 por uma equipe liderada por Zainolla S. Samashev, diretor do Instituto de Arqueologia Margulan, num terraço natural acima do rio Bukhtarma. Alguns trabalhos foram realizados no local por russos no século XIX. Mas as quatro longas fileiras de kurgans, com pelo menos deles 70 claramente visíveis, convidavam a uma investigação mais sistemática.
Dos 24 kurgans de Berel investigados até agora, os dois com os quais Samashev começou estavam entre os maiores, disse ele em uma entrevista. Os montes, de cerca de 100 metros de diâmetro, chegam a cerca de 3 a 4,5 metros acima da superfície circundante. O próprio poço tem cerca de 4 metros de profundidade e é forrado com troncos. Na base do décimo-primeiro kurgan, contou ele, o arranjo de pedras enormes deixava o ar frio entrar, mas não sair.
Esse e outros aspectos físicos dos poços criaram um permafrost que preservou a maior parte da matéria orgânica nos túmulos _ embora saques feitos muito tempo atrás tenham perturbado as condições do permafrost. Ainda assim, uma quantidade suficiente de ossos, cabelos, unhas e um pouco de carne sobreviveu para indicar que alguns dos corpos tinham tatuagens e tinham sido embalsamados. Os cabelos dos homens enterrados haviam sido cortados bem curtos e cobertos com perucas.
Central State Museum, Almaty via The New York
Times
Z. Samashev/A. Kh. Margulan Institute of Archaeology, Almaty
via The New York Times
O conservador cazaque dos artefatos, Altynbekov Krym, disse que os restos mortais de vários kurgans representaram um desafio. "Tudo estava misturado, ficando mofado quase que imediatamente", disse ele. "Levamos seis anos de experimentação para criar uma nova metodologia para limpar e conservar o material."
Samashev disse que sua equipe internacional, que, por conta do clima, trabalha apenas no verão, escavou pelo menos um kurgan por ano. Vários enterros foram de figuras menores. Geralmente, esses juntavam apenas um homem e um cavalo. O décimo-primeiro kurgan tinha um homem que aparentemente morreu de modo violento quando estava na casa dos 30 anos; uma mulher que morreu mais tarde, e 13 cavalos, vestidos com trajes formais antes de serem sacrificados.
Esses muitos cavalos, encontrados em uma seção separada do poço, afirmavam o status social elevado do homem. Selas de couro com um pano bordado sobreviveram, bem como rédeas e outros arreios decorados com placas de animais reais e míticos _ como grifos, que tinham o corpo de um tigre ou um leão com asas e cabeça de pássaro.
Soren Stark, professor assistente de arte e arqueologia da Ásia Central no Instituto da Universidade de Nova York, disse que as redes de contatos com o mundo exterior foram fundamentais para a estrutura política do povo em todo o Altai e nas montanhas Tian Shan.
No nível mais básico, eles se mudavam de acordo com as estações a cavalo e a camelo, cuidando dos rebanhos de ovelhas e cabras que lhes davam a carne, o leite, a lã e as peles de sua economia pastoral. Para tirar o máximo proveito dos campos que eram apenas sazonalmente produtivos, eles iam em pequenos grupos familiares aos prados das montanhas para aproveitar as pastagens de verão e voltavam para as terras baixas no inverno. Eles atravessavam vastas planícies para evitar o pastoreio excessivo.
Nos acampamentos que montavam no final do outono e no inverno, os pastores se reuniam em grandes grupos e se ocupavam da caça e rituais tribais. A exposição inclui caldeirões de bronze, que possivelmente eram utilizados para a preparação de celebrações comunais, e diversos suportes de bronze, incluindo um com um homem sentado segurando um copo diante de um cavalo, que deixou os especialistas intrigados. Igualmente enigmáticos são os símbolos gravados em superfícies de rocha que, talvez, tenham marcado lugares sagrados.
Central State Museum via The New York
Times
Central State Museum, Almaty via The New York
Times
Dos acampamentos, legiões de guerreiros montados partiam para fazer arrastões, tanto para complementar seus parcos recursos quanto para obter produtos de luxo cobiçados por seus líderes. Stark afirmou que a elite nômade considerava tais bens necessidades a serem exibidas e distribuídas aos principais seguidores "para construir e manter seu poder político."
À medida que as redes dos nômades se alargavam, as influências estrangeiras, sobretudo persas, começaram a aparecer em artefatos do sexto até o quarto século a.C. O grifo, por exemplo, que surgiu no Ocidente por meio do Império Persa, centrado no que é hoje o Irã; os nômades o modificaram para que ele tivesse duas cabeças de aves de rapina cobertas por chifres. Já no século III a.C., itens de luxo chineses, como o diadema Wusun, apareceram em enterros de nômades, principalmente associados à Dinastia Han. De acordo com relatos chineses, os nômades de Wusun podem ter favorecido contatos entre os nômades da Ásia Central e a China da Dinastia Han, naquela época em expansão para o oeste e necessitando de cavalos para levar adiante sua campanha contra os rivais da fronteira.
Apesar de toda a sua rede, os nômades do primeiro milênio a.C. nunca deixaram de aplicar os seus próprios toques imaginativos aos artefatos estrangeiros que adquiriram. Chi, a curadora, disse que os nômades transformaram os animais fantásticos dos outros em versões ainda mais fantásticas: javalis enrolados em formas de gota e grifos que parecem verter as partes que os constituem em uma única imagem.
Por meio desses símbolos enigmáticos, uma cultura pré-escrita transmitiu a visão de mundo que tinha de um vasto e árido território que ela nunca teria como domar totalmente _ da mesma forma que esses povos tão ligados aos cavalos também jamais ficariam dispostos a se fixar.
Central State Museum via The New York Times
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"
Abraço e Sucesso a Todos
Olimpia Pinheiro
Consultora Imobiliária E-Commerce
Consultora Imobiliária E-Commerce
55 (91)8164-1073
55 (91)88162-1923
skype: olimpiapinheiro
55 (91)88162-1923
skype: olimpiapinheiro
CRA-PA/AP 3698
CRECI-PA/AP 6312
olimpia.pinheiro@vendasbb.com.br
CRECI-PA/AP 6312
olimpia.pinheiro@vendasbb.com.br
Blog: http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com
E-mail: cinenegocioseimoveis@gmail.com
Perfil no Facebook: http://www.facebook.com/#!/olimpiapinheiro22 (POR FAVOR ME ADICIONE)
Perfil no Twitter: @cinenegocios
1 - Se você precisar de informações sobre Venda e Negociação de Imóveis clique aqui:
2 - Se você precisar de informações sobre Consultoria em Gestão Organizacional: Interim Manager/Arquitetura da Inovação - Breakthrough clique aqui.
2 - Se você precisar de informações sobre Consultoria em Gestão Organizacional: Interim Manager/Arquitetura da Inovação - Breakthrough clique aqui.
3 -Se você precisar de informações sobre Cinema Como Recurso Pedagógico clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário