O crescimento do mercado pet eleva o nível de sofisticação de produtos e serviços e transforma a vida de cães e gatos em um verdadeiro luxo
Quem tem um cachorro sabe o bem que ele faz ao coração. E não estamos sendo apenas sentimentalistas. A velha e conhecida amizade com esse ser peludo tem um efeito prático: diminui o estresse do homem e ajuda baixar sua pressão arterial, dizem os especialistas. Com os gatos não é diferente.
O bem-estar por trás dessas relações é um dos motivos para o surpreendente desempenho do mercado pet nos últimos anos. “As pessoas estão mais atentas aos benefícios desse relacionamento. Alguns hospitais, por exemplo, já permitem a entrada de animais para ajudar na recuperação de seus donos”, afirma José Edson de França, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
Entre uma lambida e outra, o mercado pet deve faturar R$ 16,3 bilhões em 2014, um aumento de 8,2% em relação ao ano passado, prevê a associação. O segundo motivo para a receita crescente é a nova organização familiar brasileira. Atualmente, os casais demoram mais para ter filhos e enxergam nos pets um substituto para esse período sem crianças. “Quando os filhos saem de casa, os idosos também buscam um animal para fazer companhia”, diz França.
No Brasil, são 35 mil pet shops em operação, contra 27 mil há cerca de um ano. Em São Paulo, o consumidor parece acordar cedo para comprar ração em vez do tradicional pãozinho francês. A cidade tem 4,5 mil lojas especializadas na venda de produtos para animais de estimação. Quando se vê o número de padarias no município – 4,4 mil – percebe-se a importância desse mercado. Os pet shops também ganham das drogarias, cujo número de unidades na capital paulista chega a 4 mil.
O segmento de maior destaque é o de alimentação (pet food), com 65,7% do faturamento. As marcas disponibilizam uma infinidade de tipos e sabores de rações. Até para os gatos, conhecidos pelo paladar exigente, sempre há algum pacotinho que satisfaça seus desejos, sejam eles filhotes, adultos, sedentários, atléticos ou doentes.
A Royal Canin, por exemplo, desenvolveu uma ração para felinos com problemas renais. “Nessas condições, o animal precisa de níveis nutricionais diferenciados para ter mais qualidade de vida. A ração não vai curá-lo, mas reduzirá seus problemas”, diz Christian Pereira, diretor de marketing da Royal Canin. No Brasil, a marca faz um lançamento a cada três meses. Serviços (pet serv) representam 19%, na sequência vem a área de equipamentos, acessórios e produtos para higiene (pet care), com 8,1%. Medicamentos veterinários (pet vet) respondem por 7,2% do faturamento do setor.
O Brasil é o segundo país que mais fatura com o mercado pet, atrás apenas dos Estados Unidos. O Reino Unido aparece em terceiro lugar. São nada menos que 30,8 milhões de cachorros e 11,2 milhões de gatos espalhando pelos (e alegria) em lares brasileiros, segundo levantamento mais recente, feito em 2012, pela consultoria Gouvêa de Souza (GS&MD). Para se ter uma ideia do poder desse exército de peludos, ele equivale ao número de residentes nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul juntos. Entre 2010 e 2012, a quantidade de cães cresceu 5,1% e a de gatos, 14,2%.
Levando-se em conta a população total de animais, que inclui também os bichos de rua, são 37,1 milhões de cachorros e 21,3 milhões de gatos, segundo a Abinpet. A entidade considera os animais abandonados na sua contagem pois, a qualquer momento, eles podem encontrar um lar.
As populações de peixes e aves de estimação somam 26,5 milhões e 19,1 milhões, respectivamente. Roedores entram na categoria “outros animais”, com 2,1 milhões. Com perspectivas positivas para o futuro, o mercado pet segue rumo a uma profissionalização cada vez maior. Hoje existem serviços dedicados a animais de estimação até pouco tempo inimagináveis. Cachorro com carteirinha de plano de saúde e crematório específico para animais são apenas alguns exemplos da importância que esses amigos de quatro patas ganharam na nossa vida.
Os produtos para pets também alcançam surpreendentes níveis de sofisticação. As casas dos cachorros agora têm projeto de arquitetura e decoração. As roupas, além de seguirem tendências de moda, agora são feitas com tecidos nobres para não irritar a pele dos bichinhos. O conforto acompanha o pet até na hora de dormir. A butique Manuka, com unidades em dois shopping centers da capital paulista, tem uma linha de mantas especiais. O suedine, um tipo de malha de algodão bastante usada por empresas de moda infantil por simular a delicada textura da pele, é uma das opções disponíveis. Suas mantas chegam a R$ 300.
Vale tudo para demonstrar agradecimento pela amizade dos mascotes. No entanto, o segmento de luxo no Brasil ainda representa menos de 1% do faturamento geral do setor. “A chegada de novos concorrentes reforça seu potencial de crescimento”, afirma José Carlos Fugice Júnior, especialista em varejo da Goakira Consultoria Empresarial. A marca sul-coreana Puppy Angel, de roupas e acessórios para animais de estimação, chegou ao Brasil há dois anos.
Entre seus sucessos de venda está um carrinho para transportar cachorros, muito parecido com o usado para bebês. “As empresas estão criando necessidades que nem mesmo o consumidor sabia que tinha. Antigamente, o cachorro servia apenas para segurança e dormia fora de casa; agora ele é um membro da família”, diz Fugice.
Esses camaradas são os maiores propagadores do comunismo no mundo (aqui)
Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
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