Atualizado: 30/3/2012 18:41 Daniella Jinkings Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual nem sempre o ato sexual com menores de 14 anos pode ser considerado estupro, pode banalizar a violência sexual contra crianças e adolescentes, de acordo com a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves.
'Acho que além de banalizar, vai autorizar [a prática do
crime]. O Judiciário brasileiro está autorizando estupradores a fazerem isso.
Este é um elemento grave', disse a secretária à Agência Brasil.
No início desta semana, um homem acusado de ter estuprado três
menores, todas de 12 anos, foi inocentado pelo tribunal. O STJ entendeu que não
se pode considerar crime o ato que não viola o bem jurídico tutelado, no caso, a
liberdade sexual. Tanto o juiz que analisou o processo como o tribunal local
inocentaram o réu com o argumento de que as crianças 'já se dedicavam à prática
de atividades sexuais desde longa data'.
Para Aparecida, a decisão do STJ 'complica a vida das
mulheres', além de ferir a Constituição brasileira e o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). 'Segundo a decisão, o fato das meninas se prostituírem, de já
terem tido relações sexuais antes, é o que inocenta o estuprador. Qualquer ato
sexual que não seja consentido, mesmo com uma profissional do sexo, é
crime'.
A decisão do STJ diz respeito ao Artigo 224 do Código Penal,
revogado em 2009, segundo o qual a violência no crime de estupro de vulnerável é
presumida. A secretária acredita que a decisão do tribunal pode ser revogada
antes que chegue ao Supremo Tribunal Federal. 'O STJ é autônomo e pode fazer uma
nova discussão. Acho que é importante que o faça agora'.
Segundo Aparecida, essa decisão que pode levar o Brasil a ser
denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Organização dos Estados
Americanos (OEA) por ferir os direitos das crianças e adolescentes. Ela disse
ainda que o entendimento do tribunal pode criar uma imagem errônea do país
durante grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
'[Os estrangeiros] podem pegar nossas crianças, abusar delas, explora-las e
depois irem embora'.
A secretária também destacou a importância das denúncias feitas
pela população. 'É importante que a sociedade brasileira não se cale diante
desse extremo que está acontecendo no Brasil que é a questão da violência sexual
contra crianças e adolescentes'. As denúncias sobre exploração sexual de
crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque Direitos Humanos (Disque
100).
Edição: Fábio Massalli
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Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões Me Adicione no Facebook
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ResponderExcluirArtigo:http://laraamorim.wordpress.com/2008/07/16/prostituicao-infantil/
Seria justo, um velho barbado, cretino, fdp "subentender" que procurar uma prostituta para satisfazer seus desejos, envolve a outra lei, que "protege" os direitos das crianças?
Quer dizer que se a menina tem apenas 11 anos, mas já tem uma vida associada a vida de prostituição, a lei favorece o puto, que a conduziu ao sexo de várias formas? Ora, ele podia denunciar e não usar esta vida. Fogo nele. Isto é ESTUPRO.
Novas notícias: http://jusvi.com/artigos/40781
Um abraço e repasse por favor.
ligiam marques