Suspeito de participar em esquema de fraude no ISS na gestão do prefeito Gilberto Kassab (2009-2012), Luis Alexandre de Magalhães deixa delegacia em São Paulo - abio Braga/Folhapress
Grupo é investigado por participar de um esquema que desviou até 500 milhões de reais da prefeitura; um fiscal deve ser solto no domingo após assinar delação premiada
Felipe Frazão
A Justiça de São Paulo prorrogou por mais cinco dias a prisão preventiva de três auditores acusados de desviar 500 milhões de reais da prefeitura de São Paulo. Os auditores fiscais Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral e Ronilson Bezerra Rodrigues ainda não prestaram depoimento ao Ministério Público Estadual, que investiga o esquema de fraudes na cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS).
O quarto acusado, o fiscal Luis Alexandre de Magalhães, deve ser liberado neste domingo, quando encerra o prazo da prisão preventiva decretada na quinta-feira, após fazer acordo de delação premiada com os promotores. O advogado Mario Ricca, que defende Magalhães, disse que aguarda o alvará de soltura para retirá-lo da prisão. Ele nega que os carros importados apreendidos sejam de Magalhães. "Tudo o que ele declarou nada acrescentou à investigação, seu depoimento não trouxe fatos nem nomes novos. Simplesmente foram apresentados alguns documentos", disse Ricca.
O promotor Roberto Bodini disse que tentou ouvir Amaral nesta sexta-feira, mas não conseguiu porque o auditor estava sem advogado.
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Empresas - Segundo a investigação, os auditores montaram suas próprias empresas - a maioria de fachada - para negociar imóveis adquiridos por eles com dinheiro de propina e multiplicar o patrimônio.
O promotor confirmou que os representantes da empresa Brookfield reconheceram o pagamento de 4 milhões de reais em propina em depoimento nesta sexta. "Eles confirmaram o que a quebra de sigilo bancário já havia detectado. Os depósitos que eram feitos em nome da empresa ALP [Administradora de Bens] eram provenientes das SPEs [Sociedade de Propósito Específico] de responsabilidade da Brookfield", afirmou Bodini. "Eles não tinham como negar e confirmaram a existência do esquema. "
Segundo o promotor, a Brookfield alegou que "foi obrigada a pagar" diante de ameaça de que seu empreendimento não seria liberado. “Na visão deles, eles defendiam que não deviam nada no final da obra, que o ISS já havia sido recolhido durante o empreendimento", disse Bodini.
O promotor afirmou que a empresa terá agora de provar sua versão. “É uma versão, eles vão ter todas as condições de demonstrar que nada deviam e que foram achacados."
Os três auditores detidos ocuparam cargos de confiança na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), lotados na Secretaria de Finanças: Ronilson Bezerra Rodrigues (ex-subsecretário da Receita Municipal, exonerado em dezembro de 2012), Eduardo Horle Barcellos (ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança, exonerado a pedido em janeiro de 2013), Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral (ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis, exonerado em fevereiro de 2013).
Osvaldo Aires Bade
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Um Porsche estava entre os carros apreendidos nas residências de agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) presos por suspeita de integrar esquema de corrupção - Renato S. Cerqueira/Futura Press
Uma pousada de luxo em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, está entre as aquisições da quadrilha acusada de fraudar 200 milhões de reais da prefeitura de SP - Divulgação MPE
Quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab foram presos por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos nos últimos três anos, segundo o Ministério Público (MP), em São Paulo - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress
Quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab foram presos por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos nos últimos três anos, segundo o Ministério Público (MP), em São Paulo - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress
Ronilson (direita), um dos acusados de desviar 200 milhões de reais da Prefeitura de São Paulo, em debate na Alesp sobre reforma tributária - Divulgação
Investigação do Ministério Público Estadual em parceria com a Controladoria-Geral do Município prendeu quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou prejuízos milionários aos cofres públicos nos últimos três anos - Renato S. Cerqueira/Futura Press
Moto da marca Ducati está entre os bens apreendidos pela polícia em ação que prendeu quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) - Renato S. Cerqueira/Futura Press
O grupo de agentes acusados de corrupção gostava de esbanjar e andava em carros de luxo, como um modelo da marca BMW - Renato S. Cerqueira/Futura Press
Osvaldo Aires Bade
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