quinta-feira, 9 de agosto de 2012

UM MENSALÃO NÃO TERIA VEZ NOS EUA. LÁ, EM CASO DE ROUBALHEIRA, O CAMARADA VAI DO PALÁCIO PARA A CADEIA. CONFIRA ESSES CASOS



ROD BLAGOJEVICH -- Acusação: como governador de Illinois, extorquia empresários e chegou a leiloar a cadeira de senador antes ocupada por Barack Obama. Pena: 14 anos de prisão (Foto: Jeff Haynes / Reuters)
(Reportagem de André Petry, de Nova York, publicada na edição de VEJA que está nas bancas)

Mensalão
DO PALÁCIO PARA A CADEIA
Por que Washington, a capital que os americanos amam odiar, nunca foi tomada de assalto por uma “organização criminosa” – e, se tivesse sido, a quadrilha de mensaleiros teria recebido punição exemplar

Larry Seabrook tem 61 anos e viveu as últimas três décadas como estrela na política de Nova York. Foi deputado, senador estadual e vereador eleito pelo Bronx. Agora, depois de ser apanhado desviando milhares de dólares de dinheiro público através de uma fundação, passará a velhice na cadeia.
No julgamento realizado na semana passada, a defesa de Seabrook não contestou a existência da rede de corrupção. A tese dos seus advogados é que Seabrook não sabia de nada. Familiar? Era o chefe, contratou todos os envolvidos, mas não sabia de nada. Não colou. O caso de Seabrook, que demorou dois anos do começo da investigação à sentença da semana passada, não tem nada de especial.
Ele é apenas o mais recente político corrupto a ser mandado para a cadeia – mas é exatamente por isso, por ser apenas mais um caso entre vários, que sua condenação tem valor pedagógico.
Nos EUA, quando os políticos saem da linha, o braço da lei chega logo
Quando A repetida punição de corruptos que atuam nos níveis inferiores da política – nas prefeituras e câmaras de vereadores, nas assembleias e governos estaduais – é o anteparo que preserva Washington, a capital federal, do cotidiano de escândalos de corrupção. Como as instituições estaduais e municipais funcionam e a vigilância é incessante, é mais difícil que ladrões, mensaleiros e criminosos diversos consigam chegar ao Congresso americano. Quando chegam, o braço da lei revela-se longo.
Na década passada, no governo de Bush filho, o célebre lobista Jack Abramoff pintou e bordou em Washington, subornando políticos e servidores públicos para atender aos interesses de seus clientes. O escândalo derrubou o líder da maioria republicana na Câmara de Representantes, o poderoso deputado Tom DeLay, que recebia mimos variados do lobista, entre eles uma viagem à Escócia para jogar golfe.
O caso terminou com dezenove encarcerados: oito trabalhavam no governo e onze, no Congresso. No ano passado, DeLay foi finalmente julgado. Pegou três anos de cadeia. Está apelando em liberdade.
Neste momento, dois ex-governadores estão na cadeia. Um deles pegou 14 anos
Para um brasileiro, é mais difícil encontrar um governador na cadeia do que o bóson de Higgs. Nos Estados Unidos, neste momento, há dois ex-governadores em cana – ambos de Illinois. Na economia americana, Illinois tem importância equivalente à do Paraná no Brasil, mas na crônica da corrupção política vale por duas Alagoas.
Um dos ex-governadores presos é Rod Blagojevich, o Blago. Monitorado por escutas telefônicas do FBI, ele foi apanhado achacando meio mundo e leiloando a cadeira de senador antes ocupada pelo presidente Barack Obama. [Obama deixou sua cadeira de senador quando foi eleito presidente e, nos EUA, ultrapassada a metade do mandato de um senador que vai para outro posto, quem designa o sucessor que completará o mandato é o governador do Estado.]
O outro é George Ryan, antecessor de Blago. Condenado por suborno, tráfico de influência e desvio de dinheiro de campanha, pegou seis anos e meio. Sairá da prisão em julho de 2013, aos 79 anos. Em Illinois, a média é de um governador na prisão por década.
Como a corrupção parece não recuar, o juiz do caso de Blago resolveu dar-lhe uma sentença dura, para servir de exemplo aos políticos do Estado: catorze anos de prisão. Por isso, os Blagos da política penam para chegar a Washington.
Há também prefeitos, deputados estaduais, vereadores…
Nos últimos dois anos, houve mais de vinte casos de corrupção que alcançaram alguma repercussão nacional envolvendo ocupantes de cargos públicos – todos terminaram em prisão. Na última década, foram quase noventa. Parece muito, mas é uma impressão comum apenas para os que não estão habituados a ver gatos gordos e ratos magros na cadeia.
Nessa massa, há prefeitos, deputados estaduais e vereadores, e servidores públicos que ocupam cargos não eletivos. Quando o corrupto tem um cargo de prestígio, as sentenças costumam ser pesadas. Salvatore DiMasi ocupava a presidência da Assembleia de Massachusetts, posto de enorme destaque. Embolsou 65 000 dólares para favorecer uma empresa de software. Foi condenado a oito anos de cadeia. Sua vida virou um inferno. Na prisão, descobriu-se com câncer na língua e o banco penhorou o imóvel onde ele e sua mulher moravam.
A sucessão de casos de corrupção nos níveis estadual e municipal dá aos americanos a sensação de viver num vulcão de roubalheira. O jornalista Clyde Haberman, do The New York Times, escreveu uma coluna irônica dizendo que Nova York estava fazia muito tempo – sete semanas – sem uma acusação formal de corrupção, e aí apareceu Larry Seabrook.
Na alfinetada final, Haberman dizia que Nova York não corria o risco de esgotar o estoque de corruptos no banco dos réus porque Albany, capital do estado, jamais decepcionará. O veterano jornalista só não sabe o que é um mundo ao contrário, aquele em que políticos nunca se sentam no banco dos réus. Ou, quando se sentam, logo se levantam livres, leves e soltos.


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VEJA DEZ CASOS DE GATOS GORDOS QUE ESTÃO NA PRISÃO

Carl Kruger
Carl Kruger
Carl Kruger


Acusação – Embolsar cerca de 1 milhão de dólares para defender interesses de empresários quando era senador no estado de Nova York
Pena – Sete anos de cadeia


Don Siegelman
Don Siegelman
Don Siegelman


Acusação – Receber 500 000 dólares para sua campanha ao governo do Alabama e, eleito, nomear o doador para um cargo no governo
Pena – Sete anos de prisão


George Ryan
George Ryan
George Ryan

Acusação – Aceitar suborno e fazer tráfico de influência como governador de Illinois
Pena – Seis anos e meio de prisão. Em julho de 2013, terá cumprido toda a pena



John Rowland
John Rowland
John Rowland

Acusação – Como governador de Connecticut, favorecia empreiteiras que faziam obras de graça em sua casa de campo
Pena – Dez meses de cadeia e quatro de prisão domiciliar



Ken Ard
Ken Ard
Ken Ard


Acusação – Desviar dinheiro da campanha para vice-governador da Carolina do Sul
Pena – Cinco anos sob vigilância, multa de 5 000 dólares e 300 horas de serviço comunitário


Larry Seabrook
Larry Seabrook
Larry Seabrook

Acusação – Como vereador de Nova York, desviava dinheiro público para si mesmo e para amigos, por meio de uma fundação
Pena – Foi condenado, mas a pena ainda não foi definida



Pedro Espada
Pedro Espada
Pedro Espada


Acusação – Como senador estadual de Nova York, desviava dinheiro de clínicas financiadas pelo governo
Pena – Foi condenado, mas aguarda a fixação da pena


Richard Miranda
Richard Miranda
Richard Miranda


Acusação – Embolsar 230 000 dólares de uma entidade agrícola no Arizona quando cumpria mandato de deputado
Pena – Vinte e sete meses de prisão e multa de 230 000



Salvatore Dimasi
Salvatore Dimasi
Salvatore Dimasi


Acusação – Receber 65 000 dólares, como deputado em Massachusetts, para favorecer uma empresa de software
Pena – Oito anos de prisão e multa de 65 000 dólares


Terry Spicer
Terry Spicer
Terry Spicer


Acusação – Como deputado no Alabama, aceitou dinheiro e favores para atender aos interesses de um lobista
Pena – Quatro anos e nove meses de prisão


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Tenho ciência dos padrões americanos, por isso minha indignação com os do Brasil fico imaginando – ficção sonhadora – se tivéssemos o poder mágico de fazermos uma inversão de poderes, trocando a Justiça brasileira pela americana, no dia seguinte os camburões sairiam completamente lotados de Brasília rumo à Papuda.

Um dia chegaremos lá... Principalmente com os belos exemplos produzidos por Levando-wiskiegrana ou seria Levando-iandoprobolso... A Sociedade brasileira está assistindo tudo ao vivo e a cores, oxalá comece à reagir, criar vergonha, exigir os mesmos padrões americanos.
No Brasil, talvez depois da próxima Era Glacial.

A gandaia generalizada existe por que não há repúdio por parte de ninguém.
Uma suposta oposição mama no que sobra de tetas – e o povinho bunda rói unhas durante a novela e sabe de cor a tabela do próximo campeonato. A Imprensa, sabidamente, tem como regra ser apaniguada – e adora! Nobres exceções existem, por certo! No entanto a exceção presta-se a confirmar concretamente a regra.

“Um dia chegaremos lá…”

Um dia depois da próxima Era Glacial e talvez.

AÍ VAI A LISTINHA DE BRASILEIROS CORRUPTOS PUNIDOS.

- Paulo Maluf.
Acusação: Desvio de recursos, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção passiva entre outros.
Pena: condenado a deputado federal.

- Fernando Collor.
Acusações: Crime contra a administração pública; crime contra a ordem tributária, imposto de renda, falta de recolhimento. Corrupção passiva e peculato.
Pena: condenado a senador membro de CPI do Cachoeira com direito a perseguir jornalistas independentes.

Renan Calheiros.
Acusação: despesas pessoais pagas por lobistas.
Pena: condenado a Senador da República.
Em todo lugar do mundo há corruptos e corruptores, não há diferença de comportamento humano...
O detalhe (Importantíssimo) é que nos outros PAÍSES há punição e aqui não!!! O azar deles é que nenhum se declarou socialista. Se tivessem, um monte de bananas latinoamericanos apareceriam pra jurar a inocência da “vítima”, pra gritar “golpe da mídia” e decretar a inocência – se não a santidade – do larápio.
A maior diferença é que eles se superam sempre e para nós e o mundo de almas pequenas só restam a crítica invejosa e o orgulho de ser brasileiro e não desistir nunca.

Se essa moda pega no Brasil, não sobrará ninguém em Brasília…
Tô brincando… é claro que é mais fácil os físicos descobrirem a origem e o fim do Universo do que o sistema judiciário brasileiro condenar um político brasileiro à prisão. Esse país é uma farsa desde o seu nascimento!

OLHA O QUE MERILYN MOROE DISSE.

E serve para quem critica os EUA simplesmente por desdém:
“Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se você não sabe lidar com o meu pior, então com certeza, você não merece o meu melhor!”

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