Post de Jeferson Monteiro sobre página da Dilma Bolada -Reprodução/Facebook
RIO — Os fãs do perfil “Dilma Bolada” foram surpreendidos na tarde desta quarta-feira ao abrir o endereço da página na Facebook e não encontrá-la. Criador da personagem fictícia, o publicitário Jeferson Monteiro postou uma mensagem na sua página pessoal justificando sua saída devido a proximidade das eleições.
No post, Monteiro elogiou Dilma e acusou pessoas que estariam agindo de maneira "imoral" nas redes contra a presidente. Além disso, o publicitário disse que precisa "avaliar" qual será o seu papel durante a campanha eleitoral.
"Chega a ser imoral a forma como aqueles que lutam contra a Dilma estão se portando e planejando se portar nas redes. É abominável as estratégias dos hipócritas que falam em "campanha limpa" mas que na realidade, têm suas equipes arquitetando para recrutar pessoas simpáticas seus partidos, além de influenciadores, blogueiros e páginas na internet para difamarem Dilma", escreveu.
O publicitário também afirmou que não há nenhum
"submundo da rede", e que há "pessoas bem e mal
intencionadas". Monteiro não garantiu a continuidade do perfil após o fim
das eleições.
Mais cedo, o criador da personagem limitou-se a dizer pelo Facebook que havia
retirado o perfil do ar: “Pra todos que estão perguntando: tirei a Dilma Bolada
do ar, ok? Sem drama e sem mimimi. ;)”.
No twitter, entretanto, a página fake da Presidente Dilma Rousseff continua
aberta. No final da tarde, a Dilma fictícia twittou: Enquanto tem gente
preocupada com meu Facebook, eu estou aqui trabalhando. Bjs". Procurado
por O Globo, Jeferson Monteiro não atendeu as ligações para comentar sobre o
caso.
Enquanto tem gente preocupada com meu Facebook, eu estou aqui trabalhando. Bjs—
Dilma Bolada (@diImabr) 23 julho 2014
"Dilma Bolada" tem mais de 1,7 milhão de curtidas no Facebook e 234
mil seguidores no Twitter. Bem-humorada, a Dilma criada por Monteiro faz
comentários pertinentes sobre a agenda política da presidente, e fala sobre
amenidades, como novela, futebol e Copa do Mundo.
Em outubro de 2013, o perfil foi eleito pela revista americana Forbes como um
dos mais influentes do Facebook. A Forbes destacou na reportagem a ascensão da
personagem nas mídias sociais, e como a “Dilma Bolada” poderia auxiliar na
imagem positiva da presidente. “Para um político que continua a ser batido em
pesquisas de popularidade e cujo governo está imerso em escândalos políticos,
um admirador influente como Monteiro poderia gerar o tipo de propaganda
política que a maioria dos políticos só podem sonhar”, analisou a publicação.
No ano passado, a presidente chegou a receber Jeferson no Palácio do Planalto,
num encontro entre as duas “Dilmas” pela rede social.
POLÊMICAS E 'ANÚNCIOS' DE RETIRADA
- Essa decisão ainda não está tomada. Tenho que analisar qual rumo a personagem
vai tomar. A coisa ganhou uma proporção tão grande... E quanto maior o poder
maior a responsabilidade. Preciso analisar prós e contras. Conheci muita gente,
fiz amigos, tive oportunidades de trabalho... Mas o time de chatos está aí -
disse Monteiro em uma entrevista concedida para a Rádio Globo na época. Em
fevereiro deste ano, Jeferson Monteiro chegou a anunciar que poderia retirar a personagem
das redes sociais. A época, o publicitário disse que seus perfis poderiam
confundir as pessoas durante o ano eleitoral.
Em maio, a personagem viveu mais uma polêmica, quando Monteiro publicou um
texto na Facebook afirmando
que havia recebido uma proposta de uma agência de publicidade para vender sua
marca. Monteiro disse ao GLOBO que a empresa ofereceu R$ 500 mil pelo
negócio e que, segundo ele, o PSDB de Aécio Neves estaria interessado.
Sucesso nas redes sociais, e até fora delas, o perfil "Dilma Bolada" foi retirado do ar na tarde desta quarta-feira (23). A página foi criada no Facebook pelo estudante de publicidade Jeferson Monteiro e ganhou fama por conta do humor direto e inteligente.
A presidente Dilma Rousseff recebe Jefferson Monteiro, autor da Dilma Bolada, sátira virtual da presidente. Foto: Reprodução/Instagram
Sucesso nas redes sociais, e até fora delas, o perfil "Dilma Bolada" foi retirado do ar na tarde desta quarta-feira (23). A página foi criada no Facebook pelo estudante de publicidade Jeferson Monteiro e ganhou fama por conta do humor direto e inteligente.
A presidente Dilma Rousseff recebe Jefferson Monteiro, autor da Dilma Bolada, sátira virtual da presidente. Foto: Reprodução/Instagram
Dilma Bolada quando ainda falava mal de Dilma Rousseff
Num passado cada vez mais distante, criador do perfil fake se permitia severas críticas à atual presidente da nação.
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Dilma Bolada você já conhece. E já não é segredo para ninguém que a pessoa por trás de seus tweets é um garoto de 23 anos chamado Jeferson Monteiro. O que poucos sabem (ou se lembram) é que criador e criatura começaram a fazer barulho na internet com um perfil de humor voltado ao ativismo gay, o @vidadegayroto. O que seria o endereço deste antigo perfil, hoje encontra-se sem qualquer conteúdo e seguindo um único usuário, o pai do fake mais famoso do país:
É um passado que Jefferson tenta esconder e por isso se torna difícil qualquer acesso a ele. Mas a internet ainda guarda alguns rastros. Como, por exemplo, esta citação do próprio autor da Dilma Bolada:
Ao se clicar no tweet citado por ele, link este que cita seu usuário original, chega-se hoje à seguinte tela:
Os frequentadores do Twitter estão acostumados a ver fenômenos do tipo. Nesta rede em particular, é possível alterar-se o próprio nome de usuário. Em dado momento, Jefferson Monteiro preferiu transformar seu perfil de paródia em seu perfil pessoal. Isso é possível comprovar por intermédio de algumas citações ainda existentes na web:
Webjef, assim como JefMonteiro, foram apenas outros dois nomes utilizados pelo jovem Monteiro antes de se tornar o @jeferson que hoje defende:
Não há nada de errado em ter um perfil de humor, ou um perfil que milite pela causa gay. Contudo, salta aos olhos como, naquele tempo, uma das pessoas que hoje mais defende a presidente do país parecia mais livre para criticá-la:
As ofensas não ficavam apenas no Twitter. O então anônimo @vidadegayroto chegou a trabalhar a imagem da então chefe da casa civil em outras redes também:
Na coluna à direita dessa imagem, alguns dizeres fortes sobre a sua musa:
“Postaremos aqui fotos da que ilustram a nova droga que surgiu no nosso país. Vou postar imagens preventivas e de campanha contra essa droga.“(grifos nossos)
O sucesso na época foi tanto que Jefferson, mesmo ainda na condição de anônimo, ganhou mídia espontânea e chegou a concorrer a prêmios por seu trabalho:
Alguma coisa aconteceu que Jeferson hoje não mais critica a presidente da nação, preferindo guardar todas as suas farpas aos adversários dela.
Até encontro físico entre paródia e parodiada já rolou, algo que foi intensa e estranhamente festejado pela mídia nacional.
Num passado não muito distante, Jeferson já disse trabalhar com completa independência do Planalto. Está cada dia mais difícil de acreditar.
Sucesso da TV Revolta, tentativa de cooptar o criador da Dilma Bolada e bate-boca de Romário com PT são apenas o aperitivo para a promessa de vale-tudo nas eleições virtuais de 2014
Enquanto os partidos políticos ainda preparam suas estratégias para a campanha eleitoral deste ano nas redes sociais, um novo personagem político toma a internet de assalto: o cidadão comum íntimo do Facebook e Twitter, ávido para discutir política e os problemas do País, mas não necessariamente filiado a uma legenda partidária. Na semana que passou, o noticiário discutiu o alcance dos polêmicos posts antipetistas da página TV Revolta no Facebook e a suposta tentativa do PSDB de cooptar a famosa personagem Dilma Bolada por R$ 500 mil. Essas histórias seriam só o aperitivo para o jogo sujo que aguarda a campanha eleitoral online em 2014, ano em que o Brasil escolhe seus governadores, senadores, deputados federais e presidente.
Um ano antes da eleição: Partidos buscam estratégias contra ataques virtuais
Enquanto os partidos políticos ainda preparam suas estratégias para a campanha eleitoral deste ano nas redes sociais, um novo personagem político toma a internet de assalto: o cidadão comum íntimo do Facebook e Twitter, ávido para discutir política e os problemas do País, mas não necessariamente filiado a uma legenda partidária. Na semana que passou, o noticiário discutiu o alcance dos polêmicos posts antipetistas da página TV Revolta no Facebook e a suposta tentativa do PSDB de cooptar a famosa personagem Dilma Bolada por R$ 500 mil. Essas histórias seriam só o aperitivo para o jogo sujo que aguarda a campanha eleitoral online em 2014, ano em que o Brasil escolhe seus governadores, senadores, deputados federais e presidente.
Um ano antes da eleição: Partidos buscam estratégias contra ataques virtuais
A campanha na internet ganhou novos contornos na semana passada, quando a TV Revolta virou debate entre petistas, assustados com a popularidade do canal no Facebook (com 3,6 milhões de seguidores), que destila críticas à Copa do Mundo e a serviços públicos apontando o PT como único responsável.
A última semana mal havia começado e uma nova polêmica eleitoral virou notícia, agora envolvendo a famosa página Dilma Bolada, administrada por Jeferson Monteiro. O rapaz, de 24 anos, acusou uma agência de publicidade contratada pelo PSDB de oferecer-lhe R$ 500 mil para mudar de lado e começar a criticar o governo federal às vésperas da eleição.
Em meio aos ataques políticos disfarçados de notícia e às tentativas de cooptação, outra baixaria sacudia o meio político no Facebook. Na mesma semana em que o deputado federal Romário (PSB-RJ) anunciou sua candidatura ao Senado, o PT afirmou em sua página oficial que o ex-atacante caía em contradição ao embolsar quase R$ 1 milhão em propagandas para a Copa do Mundo depois de passar boa parte de seu mandato criticando o evento. Romário não deixou por menos e respondeu, também pela rede social, com uma foto ilustrada pela estrela do PT e uma criança chorando ao lado da hashtag “mimimipetista”.
A guerra virtual que esquentou a política nesses dias pode ser só uma amostra da baixaria que vem pela frente. Proibidos por lei de pagar por publicidade nas redes sociais a partir do dia 6 de julho, os políticos precisarão de estratégias originais para atrair o eleitor online. “Obviamente que o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] só vai autuar os candidatos mais conhecidos, enquanto centenas devem continuar pagando porque o Facebook não têm nada com isso”, afirmou ao iG o especialista em redes sociais Paulo Rebêlo, da Paradox Zero. “E esse é o menor dos problemas.”
O especialista se refere à compra de seguidores falsos para as páginas dos principais candidatos. O esquema funciona assim: uma agência se oferece a um partido para aumentar os cliques, as curtidas e o número de seguidores de determinado político. A campanha, que não faz ideia de como funciona a tecnologia, contrata companhias que recebem dinheiro para criar perfis falsos que engordem essas contas. “Com a explosão do Facebook, vários sites que recebem cartão de crédito desconta o proporcional aos cliques e seguidores que você quer. São pessoas que não existem de verdade.”
No mês passado, o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem falando justamente sobre isso. De acordo com a publicação, qualquer pessoa consegue ganhar 4 mil seguidores desembolsando apenas cinco dólares. Por 3.700 dólares garante-se 1 milhão de seguidores. “As pesquisas do setor indicam essa compra por parte das campanhas, mas o Facebook faz sigilo sobre todos os seus números”, lamenta Rebêlo.
Coordenador da campanha digital do PT em 2010, Marcelo Branco acha que todos os partidos engatinham no assunto. Eles ainda acreditariam que é possível atrair eleitores apenas reproduzindo nas redes o conteúdo produzido pelo site oficial da campanha. “É preciso estimular os jovens do partido a produzir seu próprio material porque só o que é original e espontâneo ganha adepto nas redes”, defende. “Hoje os partidos só falam com seu próprio gueto. As legendas precisam aprender com os jovens das manifestações de junho/2013 como fazer campanha de rede.”
TV Revolta destila críticas à Copa do Mundo e a serviços públicos apontando o PT como único responsável. Foto: Facebook/Reprodução
Embora lamente “a atuação direitista” de páginas como a TV Revolta, Branco considera Dilma Bolada uma novidade política. “Ele [Jeferson] acertou na linguagem, na forma e fez um trabalho melhor para o governo do que a Secretaria de Comunicação da presidente”, alfineta.
Especialista em marketing digital, Gabriel Rossi garante que os grupos de pressão, como a TV Revolta, sempre existiram. “O que a internet deu ao longo desses anos foi maturidade a eles, que hoje se organizam em rede trabalhando coordenadamente.”
Rebêlo cita uma página semelhante à TV Revolta, mas antitucana: “O Poços10 deveria falar sobre a cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais, mas serve apenas para criticar Aécio Neves”, candidato do PSDB à Presidência.
“Na prática", diz ele, "uma faixa de feliz aniversário ao prefeito supostamente paga por cidadãos satisfeitos na verdade é bancada por partidos políticos. O que a gente começa a ver na web é a reprodução da campanha fora da internet, que sempre foi suja.”
O iG entrou em contato com o criador de Dilma Bolada e com João Vitor de Almeida Lima, da TV Revolta, mas eles não responderam até o fechamento da reportagem.
Me aceita no facebook, Osvaldo
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