sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MADDIE: POLÍCIA INGLESA JÁ TRABALHA COM NOVA EQUIPA DA PJ




Seis agentes da delegação de Faro foram formados para assistir a unidade britânica responsável pela «Operação Grange»

A Polícia Judiciária já formou uma nova equipa para trabalhar nas linhas de investigação identificadas pela polícia britânica sobre o desapacimento da criança inglesa Madeleine McCann, confirmaram responsáveis da Scotland Yard.

Um grupo de seis agentes da delegação de Faro foi formado para assistir a unidade britânica responsável pela «Operação Grange» da Polícia Metropolitana, que está a rever todas as pistas relacionadas com o caso após a intervenção do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 03 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, enquanto os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante próximo.

"É uma equipa dedicada de pessoas novas. Ultrapassámos a primeira série de obstáculos jurídicos e a investigação está a caminhar na direção certa", saudou o comissário adjunto Marc Rowley, que, durante um encontro com jornalistas maioritariamente britânicos, se esforçou por sublinhar o bom entendimento existente.

Porém, admitiu que as diligências requeridas poderão não ser nem simples nem tão rápidas como o desejado: "São profissionais empenhados, mas que trabalham em quadros jurídicos diferentes", admitiu.

Este responsável espera que a relação entre as duas forças policiais "se fortaleça" e manifestou interesse, "à medida que a investigação progredir", em colocar "um pequeno número agentes em Portugal".

Portugal foi um dos 31 países a cujas respetivas autoridades foi enviada uma carta rogatória com um pedido de assistência relativo a elementos que a polícia britânica deseja ver esclarecidos, relacionados com pessoas ou dados telefónicos.

O detetive inspetor-chefe Andy Redwood, responsável pela equipa de cerca de 37 pessoas a trabalhar neste caso, adiantou que a polícia britânica está a tentar descobrir os proprietários dos telemóveis identificados como tendo estado na zona e altura do desaparecimento.

Esta base de dados relacionada com os telemóveis, afirmou, "já tinha sido observada, mas não ao nível de detalhe" que agora estão a fazer.

Em junho, a polícia britânica anunciou a existência de "38 pessoas de interesse" que deseja questionar, entre os quais vários portugueses.

"São pessoas que se encontravam num raio do local do desaparecimento e de quem há razões para desconfiar. É preciso um pouco mais do que questões circunstanciais", explicou Redwood.

Aos 12 britânicos inicialmente identificados juntaram-se entretanto mais três, que estão já a ser investigados, mas que o inspetor acredita que "possivelmente serão eliminados" em breve da lista.

A Scotland Yard, a trabalhar no caso há um ano, está confiante de ter encontrado "nova informação" relevante, com base nos 40 mil documentos e pistas recolhidos pelas polícias de Portugal, Reino Unido e por oito empresas diferentes de detetives privados.

Por isso, vai lançar um novo apelo televisivo, primeiro na BBC, dia 14 de outubro, e nos dias seguintes em estações da Alemanha e Holanda, estando em conversações para o fazer também na Irlanda.

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Pai da Maddie


O julgamento de hoje do processo interposto pela família de Madeleine McCann contra o ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral foi cancelada, pelo que o pai da criança, desaparecida no Algarve, em 2007, não prestou depoimento.

A sessão na 1.ª Vara Cível de Lisboa, no Palácio da Justiça, acabou por não se realizar, por decisão da juíza Maria Emília Melo e Castro, após um pedido do advogado de Gonçalo Amaral, acusado de difamação pelos pais de Madeleine, Gerry e Kate McCann.

Segundo fonte judicial, o advogado pediu ao tribunal para que o julgamento prosseguisse a 2 de outubro, de manhã e de tarde, devido «a operação cirúrgica do filho».

A anulação da sessão de hoje inviabilizou que Gerry McCann pudesse prestar declarações em tribunal, ao abrigo do novo Código do Processo Civil, em vigor desde 01 de setembro deste ano.

Também impossibilitou que a irmã do pai de Madeleine McCann, que viajou na manhã de hoje para Lisboa na companhia de Gerry, fosse inquirida como testemunha de acusação.

Nesta ação cível, o casal McCann pede uma indemnização de 1,2 milhões de euros por alegada difamação do ex-inspetor da PJ, que investigou o desaparecimento de Madeleine, a 03 de maio de 2007.

A família McCann recorreu a tribunal igualmente por considerar que foram violados direitos, liberdades e garantias.

No livro «Maddie: A Verdade da Mentira», da autoria de Gonçalo Amaral, o ex-inspetor da PJ defende a tese de envolvimento de Kate e Gerry no desaparecimento da filha, com ocultação de cadáver.

Em processo conexo, o casal McCann apresentou uma providência cautelar para proibir a comercialização do livro e do vídeo com o mesmo título, baseado num documentário exibido na TVI.



Em janeiro de 2010, a 7.ª Vara Cível de Lisboa decidiu impedir que o livro de Gonçalo Amaral e o vídeo se mantivessem excluídos do mercado.

No recurso, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a sentença a 19 de outubro de 2010, após o qual Kate e Gerry McCann recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, que confirmou a decisão a 18 de março de 2011.

Madeleine McCann desapareceu num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, onde se encontrava de férias com os pais e os dois irmãos gémeos.

Kate e Gerry, que afirmaram sempre que a criança foi raptada, foram constituídos arguidos em setembro de 2007.

O processo foi arquivado por falta de provas, em julho de 2008, embora o Ministério Público admita a reabertura se surgirem dados novos sobre o desaparecimento da criança, reporta a Lusa.


  
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