terça-feira, 10 de abril de 2012

GASTRONOMIA/NEGÓCIO/GESTÃO - Os novos bares de hotéis de Nova Orleans querem fidelidade
Por Pableaux Johnson, The New York Times News Service/Syndicate
Os novos bares de hotéis de Nova Orleans querem fidelidade
Pleno happy hour de sexta-feira; no meio do show, o vocalista Shannon Powell começa a aceitar pedidos.
"Que música vocês querem ouvir?", pergunta ele aos 60 e poucos clientes espalhados pelo novo Cocktail Bar do Hotel Windsor Court depois de tocar uma seleção dos clássicos regionais com seu trio de jazz. "Pode ser qualquer uma."
Uma voz se fez ouvir no meio dos torcedores da Universidade de Kentucky, todos de azul, que estavam na cidade para o campeonato de basquete: "Alguma coisa do Fleetwood Mac".
Powell riu, sacudindo a cabeça e metade do público _ uma mistura de hóspedes do hotel e moradores da região que tinham acabado de sair do trabalho _ o imitou. A bartender, Christine Jeanine Nielsen, começou a trabalhar com concentração redobrada na mistura das bebidas e coquetéis clássicos _ como o pisco sour servido com suco de beterraba, o coquetel "bola de neve" Aviation, servido sobre gelo moído.
Depois que as risadas diminuíram, Powell fez uma versão blues de "You Are My Sunshine" numa voz que lembrava muito a de Ray Charles nos bons tempos.
No Windsor Court (300 Gravier St.; 504-523-6000; windsorcourthotel.com), o bar recém inaugurado é o exemplo perfeito da nova tendência que surge em Nova Orleans: hotéis que pretendem conquistar a clientela através de uma reforma no bar. Em vez de oferecer bebidas caras somente para os hóspedes, os novos bares estão fazendo sucesso entre os moradores porque renovaram a carta de coquetéis e incrementaram a oferta de pratos numa cidade famosa por seu cenário gastronômico e pela cultura etílica. No Windsor Court, isso significa criar um espaço no saguão que ofereça invencionices caprichadas e música ao vivo, dois fatores essenciais para atrair a população local. "A música atrai o pessoal", confirma Skip Adams, diretor de alimentos e bebidas. "Também queremos conquistar aqueles que gostam de criar coquetéis e os executivos que estão saindo do escritório."
UNDATED -- BC-TRAVEL-TIMES-NEW-ORLEANS-HOTELS-ART-NYTSF -- Christine Jeanine Nielsen, bartender at the Windsor Court’s Cocktail Bar..(CREDIT: Pableaux Johnson for the New York Times)
UNDATED -- BC-TRAVEL-TIMES-NEW-ORLEANS-HOTELS-ART-NYTSF -- Lunch at the Hyatt Regency’s Borgne..(CREDIT:  Pableaux Johnson for the New York Times)
O Hotel Modern do Warehouse District (936 St. Charles Ave.; 504-962-0900; thehotelmodern.com) abriu este ano com duas opções para atrair os paladares locais: o primeiro é o Tamarind, um restaurante em que a gerente do bar, Kimberly Patton-Bragg, serve bebidas para complementar o cardápio inspirado na culinária vietnamita _ e demonstra muita sensibilidade criando sabores complexos como vodca com infusão de tamarindo e xarope de pimenta num único copo.
O segundo bar do Modern representa o trabalho de bartenders cujo interesse em coquetéis obscuros produziu o Bellocq, uma homenagem contemporânea ao bairro de Storyville. Neal Bodenheimer e Kirk Estopinal, responsáveis pelo prestígio do Cure, trabalham com coquetéis do século XIX _ como o cítrico Rye Smash e uma lista de cobblers, bebidas preparadas à base de vinho (xerez, porto, Madeira).
"Queremos oferecer uma nova opção ao público", explica Bodenheimer. "Há muitos profissionais jovens no Warehouse District e no Central Business District; queremos oferecer a esse pessoal uma experiência boa que não seja cara como a de um bar de hotel."
O chef John Besh construiu seu império em cima de parcerias com hotéis, principalmente o Domenica (123 Baronne St.; 504-648-6020; domenicaresturant.com), dentro do clássico Hotel Roosevelt. Em 2009, ele deu a Alon Shaya a chance de conquistar uma reputação de prestígio com a cozinha italiana regional, incluindo um salumi curado artesanal.
Quando o Hyatt Regency reabriu seu prédio de 32 andares à sombra do Mercedes-Benz Superdome, Besh anunciou uma parceria semelhante com Brian Landry, do Galatoire's. A dupla criou o Borgne (601 Loyola Ave.; 504-613-3860; borgnerestaurant.com), dedicado aos frutos do mar do litoral da Louisiana. O salão, arejado e simples, ajudou a mudar a imagem dos tradicionais "sujinhos" familiares espalhados pela costa do estado. Os destaques ficam por conta do remoulade apimentado de camarão e o delicado linguado recheado.
Até o Hotel Monteleone, no Bairro Francês (214 Royal St.; 504-523-3341; hotelmonteleone.com), transformou seu tradicionalíssimo Bar Carousel _ que ganhou muito mais espaço do que antes, com área para um segundo bar, uma sala de espera espaçosa e janelões dando para a rua. Com uma área maior, o Carousel se tornou uma opção bem mais interessante para aqueles que quiserem uma saideira ou uma dose do clássico kitsch de New Orleans antes de cair na cama.
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_
UNDATED -- BC-TRAVEL-TIMES-NEW-ORLEANS-HOTELS-ART-NYTSF -- A drink at the Hotel Modern’s Bellocq bar..(CREDIT: Pableaux Johnson for the New York Times)

Nenhum comentário:

Postar um comentário