quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

VIDA DE INSETO E VIDA DE ESCRAVO



Fonte: (aqui)

Todos já assistiram a produção da Pixar Vida de Inseto. O meu filme de animação favorito. A película conta a história de Flik, uma formiga que mora numa Ilha onde, junto com outras formigas, é obrigado através da coerção a trabalhar para juntar comida para um bando de gafanhotos, liderado por Hopper, talvez o vilão mais terrível já criado pela Pixar. De tempos em tempos, o bando de gafanhotos retorna a ilha para pegar a ‘’contribuição’’ dos ‘’contribuintes’’. Qualquer semelhança com o governo, que rouba seu dinheiro usando a força e ainda te chama de ‘’contribuinte’’, não é mera coincidência. Qualquer semelhança com a realidade, onde uma maioria trabalha para dar conforto e luxo para uma minoria que vive do parasitismo governamental, que nada faz, não é mera coincidência.

As formigas que vivem na Ilha estão inseridas num regime de escravidão. Todo ano, as formigas fazem duas colheitas: uma para si mesmas, e outra para um grupo de gafanhotos, que as intimidam e as forçam a fazer o trabalho por eles. Trabalham meses a fio e no fim entregam quase todo o seu esforço laboral simplesmente de graça aos gafanhotos que, usando da força e da coerção e mesmo sendo em um número muito menor comparado ao das formigas, roubam seus alimentos, regulam sua produção, desestimulam o trabalho e controlam suas vidas.

Imagine, caro leitor, como deve ser ruim viver num regime assim. Você trabalha, se esforça, ganha seu dinheiro, e no final, um espertinho mais forte que você, que pode lhe subjulgar usando a força, toma a metade do seu dinheiro e ainda diz para você continuar trabalhando pois em breve ele cobrará a grana do próximo mês. Você, destituído de qualquer força ou arma para reverter a situação e derrotar seu opressor acabando com esse regime injusto, nada pode fazer, além de continuar sendo um educado e passivo escravo.

Opa! Espere aí! Mas é exatamente neste sistema em que vivemos.

Nós brasileiros somos as formiguinhas da Ilha que trabalham para o bando de gafanhotos. Quarenta por cento do que ganhamos vai para o governoO cálculo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), em 2005, concluiu que cada pessoa trabalha cinco meses para pagar impostos, ou seja, 145 dias do seu esforço laboral vão para o governo. De acordo com o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, levando em conta o retorno obtido pelos serviços públicos, cada pessoa trabalharia nove meses por ano para pagar impostos. – escravos que trabalham para sustentar o governo. Como diz este texto:

‘’O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. Estamos acima da média tributária mundial, de 27,1%, e da média latino-americana, de 28,1%. Aqui, o imposto médio sobre uma empresa é de 34% sobre a receita anual e os impostos brasileiros sobre o setor privado são superiores aos cobrados em países como o Chile, México e Uruguai. E, ao contrário de outros países, o Brasil vem apresentando um aumento nas taxas desde 1998, chegando a 32,6% em 2009.’’

Nosso empreendedorismo é desestimulado ao passo que o setor público é altamente requisitado, e o motivo é óbvio: ser empresário no Brasil é uma furada. Com essa carga tributária, o melhor mesmo é trabalhar para o governo, aumentando a máquina pública, o controle governamental, e consequentemente, o controle do governo sobre o dinheiro de todos, o que tira a liberdade do individuo.

O porte de armas é proibido, e quando não, altamente desestimulado pela burocracia gigantesca. Somos escravos sem possibilidade de reação, pois essa possibilidade nos foi tirada justamente por aqueles que nos subjugam. Claro, pois como já mostrei no meu texto sobre armas, você não pode fazer um bando de idiotas trabalhar por metade do ano de graça pra você, com armas sendo apontadas para a sua cara. Você precisa desarmar os idiotas, e aí sim, estarás apto a aplicar a escravidão a seu bel prazer. Talvez se as formigas estivessem armadas, os gafanhotos não seriam loucos em tentar subjugá-las.

Ao contrário do que se pensa, e como fica atestado brilhantemente no filme, poder não é uma questão monetária. Poder é uma questão de força. Não importa o quanto você pode subornar alguém com dinheiro; você só terá real poder sobre uma pessoa ou um grupo se, tendo em mãos os meios de ação necessários, você possuir total e irrestritamente, o controle físico e psicológico sobre tal pessoa ou grupo. Em última análise, poder de verdade são a violência e o poder de matar ou subjulgar psicologicamente seu subjugado.




Numa das cenas do filme, Hopper diz a seus comparsas que a subjugação não é feita apenas pela comida. Eles possuem comida o bastante que já fora dado a eles pelas formigas, não precisam que as formigas colham mais para eles por um bom tempo. 
Mas como o próprio Hopper diz, a subjugação é feita para manter as formigas na linha. Mesmo os gafanhotos tendo o bastante para um bom tempo, eles continuam com o controle ostensivo sobre as formigas. 

O controle que os gafanhotos possuem sobre as pobres formigas é um controle de força e psicológico, e não financeiro. Só assim eles podem manter as formigas na linha, mesmo eles sendo em menor número e mesmo eles dependendo das formigas para comer, e não o contrário. O mesmo acontece na realidade onde indivíduos que possuem o aparato repressor governamental, subjugam a vida de toda a população, não através do dinheiro, mas através da força. 

E porque ninguém faz nada, se é o governo que depende de todos e não todos que dependem do governo? Porque somos escravos a tanto tempo que já nos acostumamos. 
Nos tempos da escravidão legal – ainda somos escravos, só que informalmente – muitos escravos preferiram serem escravos a fugir, mesmo tendo a possibilidade. A liberdade era uma ideia tão absurda e distante, que a escravidão parecia algo menos trabalhoso. O mesmo se passa conosco hoje. Preferimos sermos escravos, pois ser livre dá muito trabalho. O grupo de idiotas que advogam o aumento governamental sobre a vida da população pedindo mais dinheiro para educação, saúde e segurança, ilustra bem essa nossa pressa em sermos escravos.

E não pense, caro leitor, que a minha crítica se deve ao péssimo retorno que há pelo pagamento dos impostos. Não, não! O meu problema é com a existência mesma dos impostos e do governo regulador. 

Você não é menos escravo quando o governo arrecada quase metade do seu dinheiro e lhe devolve um bom serviço. 

Lembre-se que, usando os meios legais que ele conferiu a si mesmo – por que será, né? – ele ainda controla e regula o seu dinheiro, e decide para você, por te achar um incapaz idiota, o que é melhor para você mesmo, já que, não estando sujeito as mesmas eventualidades que garantem o sustento e o salário da população civil – eventualidades estas conhecidas como capitalismo de livre mercado -, podendo taxar o quanto quiser todo mundo, recolhendo dinheiro coercivamente, qual será seu interesse em melhorar tais eventualidades que garantem o sustento e o salário dos grupos que não são os dele? 
Uma casta de funcionários que, tendo uma fonte ilimitada de dinheiro, poder coercivo e monetário, nada faz parar melhorar o mercado, mas ao contrário, procura regulá-lo. Nisso percebemos que há duas camadas sociais, a de cima e a de baixo. A de baixo trabalha para sustentar a de cima, que arranca o dinheiro da de baixo usando a força legal que fora criada e tornada legal por ela mesma, exatamente como no filme. E ainda rimos dos medievais, chamando-os de obscurantistas e alienados. Nós, que nos dizemos livres, mas que somos escravos do poder governamental, que cresce cada vez mais.

Também há aqueles que, ao contrário de mim, acreditam que o problema não seja o governo em si, mas a sua má gerência. Quando ouvires um idiota dizendo que não importa em pagar altos impostos, desde que o governo lhe ofereça bons serviços, tenha certeza que estás perante alguém que não se importa em ser escravo, desde que o governo aplique bem o dinheiro dos impostos. 

As formigas seriam menos escravas caso os gafanhotos, regulando-as através da força e da coerção, lhes oferecessem bons serviços? No filme, as formigas não passam fome. O montante de comida que é colhido para elas mesmas é o bastante para todas e ainda sobra. As formigas vivem bem para o mundo das formigas. Mas isso justifica a escravidão e a coerção imposta pelos gafanhotos?

A mensagem do filme é uma só. Uma mensagem bela e que encaixa na vida de todos nós perfeitamente.

Somos escravos idiotas e nos orgulhamos disso, eis a mensagem.

Osvaldo Aires Bade Comentários Bem Roubados na "Socialização" - Estou entre os 80 milhões  Me Adicione no Facebook 

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