‘Cinco perguntas’, por J.R. Guzzo
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J. R. Guzzo: Cinco perguntas — que deveriam ser enviadas ao Ministério de Perguntas Cretinas, pois é assim que elas são vistas pelo governo
(Publicado na VEJA que está nas bancas)
Pede-se às altas autoridades brasileiras, respeitosamente, a cortesia de responder às perguntas feitas nas linhas abaixo, por serem de possível interesse do público.
O que a Receita Federal faz em relação a esses
pacotes de dinheiro vivo que políticos e funcionários do governo vivem enfiando nos bolsos e bolsas? A Polícia Federal e o Ministério Público, a esta altura, já poderiam ter montado uma cinemateca inteira com os vídeos que registram essas cenas.
Nunca acontece nada de sério com os indivíduos flagrados metendo a mão na massa, é claro.
Mas como fica a sua situação perante o Fisco? Ninguém pode negar que recebeu, pois há prova filmada de que todos receberam.
O que colocam, então, em suas declarações de renda? Se não declaram nem indicam a fonte pagadora, estão praticando sonegação. Se declaram e pagam o imposto devido, a Receita poderia ser acusada de estar cometendo crime de receptação, por receber parte de bens roubados. Como é que fica?
Alguém no Itamarary poderia informar por que
o Brasil tem embaixadas no Azerbaijão, Mali, Timor-Leste, Guiné Equatorial, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, Botsuana, Nepal, Barbados e outros lugares assim? Seria possível citar algum caso em que alguma dessas embaixadas fez alguma coisa de útil para os contribuintes brasileiros?
Daria para descrever, digamos, uma jornada de trabalho do embaixador brasileiro no Mali? A que horas ele chega ao serviço – e, a partir daí, fica fazendo o quê, até voltar para casa? Seria bom, também, saber até onde o Itamaraty quer chegar.
Pelas últimas contas, parece que existem hoje 193 países no mundo, e o Brasil só tem 126 embaixadas; faltam mais 67. portanto. A dura verdade é que não temos nada, por exemplo, na Micronésia, em Kiribati ou em Tuvalu. Vamos ter?
Por que, e principalmente por ordem de quem, o dr. Juquinha, ou José Francisco das Neves, ficou oito anos inteiros, de 2003 a 2011, num cargo-chave do programa nacional de ferrovias?
Já é chato, para uma Grande Potência, como quer ser o Brasil, ter na sua alta gerência um cidadão que se faz chamar de “dr. Juquinha”. Mas o problema, mesmo, é que o homem saiu dali quase diretamente para o xadrez, acusado de acumular durante sua passagem pelo governo um patrimônio pessoal de 60 milhões de reais.
A principal obra sob a sua responsabilidade, a “Ferrovia Norte-Sul”, pagou as empreiteiras um “sobrepreço” de 100 milhões, só no trecho de Goiás. Ninguém, durante esse tempo todo, quis saber como o dr. Juquinha enriquecia, a ferrovia não andava e a obra ficava cada vez mais cara?
Qual o destino da montanha de papel que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, obriga as 60.000 farmácias brasileiras a acumular todo santo dia?
Basta uma continha rápida para perceber a prodigiosa quantidade de entulho que elas juntam na forma de receitas retidas, fotocopiadas, carimbadas no verso, preenchidas a mão pelo balconista etc. Sabe-se que hoje as farmácias têm de manter “livros de escrituração manual” e que há, para o futuro, a promessa de um sistema “eletrônico”.
E no momento? A Anvisa verifica, um a um, cada papel desses? O que faz com eles? Ainda no tema: como é possível, segundo informou há pouco a revista EXAME, que 1.250 pedidos de compra de equipamentos hospitalares de última geração, críticos para salvar vidas, estejam retidos hoje pela agência, que não autoriza sua entrada no Brasil?
Como a empreiteira Delta se tornou a maior construtora de obras do PAC?
Suas atividades, como se vem apontando há pelo menos cinco anos, cobrem o Código Penal de uma ponta à outra – está metida em corrupção, fraude, falsificação, desvio de verbas, superfaturamento, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, criação de empresas-laranja e por aí afora.
Só no ano passado, apesar de toda essa folha corrida, recebeu quase 900 milhões do governo federal. Será que a presidente Dilma Rousseff, nestes seus dezoito meses no cargo, nunca teve a curiosidade, nem por um instante, de saber quem era a empreiteira número 1 do seu PAC, do qual é a própria mãe?
Por que o PT e o governo fazem tanta força para que o dono da empresa, Fernando Cavendish, não seja interrogado no Congresso, como se guardasse o Terceiro Segredo de Fátima?
Estas cinco indagações, e tantas outras, deveriam ser enviadas ao Ministério de Perguntas Cretinas, pois é exatamente assim que todas elas são vistas pelo governo. Mas esse ministério só existiu na imaginação de Millôr Fernandes; está fazendo uma falta danada, entre os quase quarenta do Brasil Grande de hoje.
Tags: Anvisa, corrupção, Delta, desvio de verbas, Dilma Rousseff, dr. Juquinha,falsificação, Fernando Cavendish, Ferrovia Norte-Sul, formação de quadrilha,fraude, Itamarary, J. R. Guzzo, lavagem de dinheiro, Millôr Fernandes, Ministério de Perguntas Cretinas, Ministério Público, PAC, Polícia Federal, Receita Federal,sonegação, superfaturamento
Tags: corrupção, Delta, dr. Juquinha, embaixada brasileira, Imposto de Renda,J.R. Guzzo, Receita Federal, Valec
Osvaldo Aires Bade - Comentários Bem Roubados na "Socialização"
J.R. Guzzo é fantástico, porém, suas perguntas não serão respondidas, sequer darão crédito, sabem por quê? Como dizia Boris Casoy: Tá tudo dominado. Ponto.
O Brasil é feito por dementes.
Tenho um correção no texto de J.R. Guzzo que escrevo no final do comentário sobre TUVALU.
A primeira indagação é uma das que sempre faço, pois a Receita Federal é a Instituição Pública, talvez a única, que realmente funciona, não deixando escapar nada dos pagadores honesto de impostos, já de alguns consultores de capitalistas selvagens aceitam que embolsem grandes quantias sem nem mesmo indicar os pagadores.
Só temos que elogiar o repórter, sempre certeiro, José Roberto Guzzo. Suas indagações são exatamente aquelas que brasileiros sérios estão se fazendo já há um bom tempo.
Felizmente ainda contamos com inteligência jornalística formada na prática do jornalismo escorreito, independente, construtivo e importante.
Parabéns e parabéns!
A Veja, no site e na revista, dá um espetáculo de jornalismo e em textos sempre agradáveis. O que a faz a melhor revista da America latina isso, também, a mantém como alvo da súcia.
Bom, eu li tudo atentamente e vou responder por elles do governo ladrão.
1ª - Resposta do grande guia cego e surdo brasileiro, vulgo Lula: “não sei, não vi”, pois ouvir elle ouve, já que fala sobre tudo com a competência dos títulos de Doutor honoris causa que recebeu.
Será que todo mundo sabe que o significado disso vem de ‘por causa da honra’?
E como ninguém encontra furo na honra para calar a boca dele, pois parece que aqui no Brasil esse negócio de corrupção é apenas uma marolinha que vem lá dos gringos, a indiada resolveu deixar na mão da natureza.
2ª - Resposta da Nobel em administração pública (vide gestões públicas no RS e inclusive na área privada-loja de 1,99), vulgo Presidenta: “depois que eu perguntá ao meu painho, eu respondo, mas me dá mais quatro anos pra eu pensá na resposta”.
Pois então. O que mais atormenta os farmacêuticos é a obrigatoriedade de receituário azul para fornecer medicamento para EPILÉTICO.
Uma covardia danada! Quem no interior não conhece um?
Responder a estas perguntas não é problema nenhum. O grande problema e ver quem vai encabeçar um grande movimento para mudar as regras do jogo neste país de ninguém. Entra ano e sai ano, e o brasileiro, que mais parece vacinado, amordaçado, sedado, hipnotizado, não se importa com nada, desde que não falte carnaval, futebol e cerveja, o resto, eles encaram, sem reclamar. Um país destes, sempre será o “país do futuro”, e jamais o país do presente.
Enquanto seguirem dando ouvidos para gente como o Chávez, e todos os filhotes do Fidel Castro, o Brasil, continuara na trilha da miséria absoluta, e ainda se dão ao luxo de criticar as grandes potencias, tais como Estados Unidos e outros. Até quando Brasil até quando???!!! Guzzo, estas foram na artéria! “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
O governo não teria nenhum problema em responder essas perguntas.
Só que não esclareceriam absolutamente nada.
Seriam apenas um chorrilho de mentiras. Barbaridade…
E se você chegar, com seu carro, perto da faixa de segurança, toma uma multa e pontos na carteira…
O povo-de-merda adora mesmo dar a bunda a pontapés.
Com a palavra o governo do Brasilsilsilsilsillll!!!! Excelentes perguntas. O que lamento é que elas nunca serão respondidas e continuaremos com cara de tacho, aqui em Banânia!
Óbvio que o governo sabe todas as respostas. Todavia, nos considera estúpidos demais para que as conheçamos. Ele, o governo, absolutista em suas atitudes, faz e manda fazer.
Quando não há espírito de mordomia, os gastos são maiores. O verdadeiro mordomo zela pelas coisas de seu patrão. Nós, os brasileiros, somos os verdadeiros patrões do governo. Afinal, somos nós que pagamos os impostos. Ou haverá alguém a tentar me convencer que são somente os empresários que pagam impostos?
Para isso existe contabilidade de custo. Todo custo é repassado ao preço final do produto. Então, se olharmos a cifra registrada no impostômetro, impressionantemente alta, e que não para de rolar, veremos que nosso dinheiro não tem o fim que merece. Mas como convencer o povo a abrir os olhos, a fazer estudos políticos? Essa é uma pergunta que também deveria ser enviada ao mesmo ministério que o articulista mencionou. O ministério é o de perguntas cretinas. Deixo outra pergunta:
- Quem são os cretinos? Mas essa eu respondo. Nós somos os cretinos. Sempre o seremos, enquanto alimentarmos a ilusão de que o dinheiro é do governo. Recusamo-nos a pensar. Recusamo-nos a ir fundo nas questões fundamentais e não chegamos a resposta alguma, e enquanto isso, nos roubam, e permanecemos trouxas.
Mais um texto brilhante de J.R.Guzzo.
Perguntas pertinentes, que não serão respondidas.
Como diria o genial Millôr Fernandes, “o dinheiro não só fala como faz muita gente calar a boca”, ou ainda: “O Brasil não é o único país corrupto do mundo. Mas a nossa corrupção é a mais gratificante”.
FUNAFUTI
É
verdade o que está na mensagem. Verifiquei no site da Presidência. O número e a
data do decreto estão corretos.
Como
diz o Chanceler Amorim, negócios são negócios.
Mas
que negócios nós vamos fazer em Funafuti?
Não se preocupem o título deste texto não é um xingamento. A mãe de todos está
devidamente preservada. Como vocês são incultos e desconhecedores da geografia
e da diplomacia mundial imprestável aqui vão uma explicação.
FUNAFUTI é a capital oficial de TUVALU, um grupo de nove atóis coralinos que
fica no Pacífico, logo ali na Polinésia. Trata-se de uma monarquia
constitucional que faz parte da Commonwealth, ou seja, S.M e caso queiram saber do que se trata cliquem aqui.
Elizabeth II é a chefe de Estado, tem um Governador Geral, mas quem manda mesmo
é o primeiro ministro escolhido pelo Parlamento composto de 15 membros.
A população de Tuvalu (os tuvaluanos) atingiu em 2009 a espantosa cifra de
12.273 habitantes, praticamente todos descendentes de samoanos. Como os
missionários ingleses, em nome de Deus, acabaram com a religião local, hoje 87%
da população é cristã protestante, 6% não tem religião, e 0,6% são ateus. Já é
um começo.
A economia de Tuvalu (PIB 14,8 milhões de dólares) é baseada na exportação de
COPRA e PANDANO. COPRA é a poupa seca de coco, utilizado para extrair óleo
vegetal e PANDANO é um tipo de coqueiro que se extraem fibras e outros
subprodutos.
Não
me perguntem o que é isso; eu confesso que não sei. Creio tratar-se de algum
produto primário vegetal, mas aceito outras explicações mais científicas.
Aquele país vendeu seu domínio na Internet (tv) para uma empresa americana, por
50 milhões de dólares pagáveis em 12 anos, o que elevou em 50% seu PIB! Outra
fonte de renda é a venda de sua bandeira para navios estrangeiros.
Não existe estação de TV em Tuvalu (eles são felizes e não sabem). Há somente
um jornal impresso que circula de 15 em 15 dias, cuja tiragem é de 500
exemplares.
Mas por que estou falando de Tuvalu para vocês? É que a diplomacia do nosso
Grande Guia criou uma embaixada em Tuvalu, mais especificamente na capital
Funafuti, por meio do Decreto 7.197 de 02 de junho de 2010 .
Creio que o Itamarati está esperando a população de Tuvalu atingir a cifra de
20 mil para então alugar uma oca naquele país e instalar definitivamente a
embaixada. Vai ser mais um grande feito da nossa diplomacia, equiparável ao
acordo nuclear com o Irã.
Realmente é impressionante como um governo torra recursos do erário e ainda
mantêm-se bem avaliado pelo povo.
Abraço e Sucesso a Todos
Olimpia Pinheiro
Consultora Imobiliária E-Commerce
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(91)8164-1073
CRA-PA/AP 3698
CRECI-PA/AP 6312
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